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31/03/2009

Número de utentes sem médico de família em Lisboa duplicou entre 2004 e 2007

O número de utentes sem médico de família em Lisboa duplicou entre 2004 e 2007 e ultrapassou as 100 mil pessoas, segundo a Carta de Equipamentos de Saúde, que será analisada amanhã na reunião de câmara.

De acordo com o documento, a que a Lusa teve acesso, desde o arranque das políticas de reestruturação dos centros de saúde até 2007 o número de pessoas sem médico de família em Lisboa passou de 46.481 para 101.208.

O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lapa é aquele que concentra as maiores disparidades, já que abrange os centros de saúde com mais carências a este nível - Ajuda (26,2 por cento dos utentes sem médicos de família), Coração de Jesus (23,5 por cento) e Sto. Condestável (20,7 por cento) - e os mais bem servidos (Alameda e Luz Soriano).

A Carta indica ainda que nos últimos quatro anos houve um aumento de 6,2 por cento do total de inscritos em centros de Saúde e uma redução de 8,2 por cento nos médicos de família.

Apesar do decréscimo acentuado de população em Lisboa nos últimos 30 anos, o número de inscritos nos centros de saúde tem vindo a aumentar, o que pode ser explicado pela permissão (com a actual reforma) de cada utente de inscrever no centro da sua área de trabalho.

Já em sentido contrário tem evoluído o número de médicos de clínica geral nos centros de saúde em Lisboa, que baixou mais de oito por cento entre 2004 e 2007, passando de 426 para 391.

Outro dos dados salientados na Carta dos Equipamentos de Saúde é o aumento do rácio do número de utentes inscritos por cada médico de clínica geral entre 2004 e 2007, que na cidade de Lisboa passou de 1.582 para 1.837 (subiu 14 por cento), com maior incidência nos ACES da Lapa (mais 17 por cento) e de Sete Rios (mais 16 por cento).

Este aumento de utentes por médico de família ocorreu e todos os centros de saúde de Lisboa, apesar de ter baixado a partir de 2005 em quatro centros: Lumiar, Marvila, Penha de França e S. João.

A Carta alerta ainda para a necessidade de planear a rede de equipamentos de cuidados primários de saúde da cidade de Lisboa "atendendo às novas dinâmicas populacionais e às previsões de evolução".

Público.pt - 31.03.09

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