À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

26/11/2011

A importância das Funções Sociais do Estado e da Administração Pública para os portugueses

Eugénio Rosa

Nos últimos anos tem-se assistido em Portugal,por parte do governo e das forças politicas e patronais que o apoiam, a um gigantesco ataque contra os trabalhadores da Função Pública acusando-os das consequências das más politicas dos governos ao serviço dos chamados “mercados”, que são constituídos pelos grandes bancos, pelas grandes companhias seguradoras e pelos fundos (acções, pensões, FIM, FII, Gestão do Património), e fazendo incidir sobre estes trabalhadores medidas extremamente gravosas. Chega-se ao ponto de acusar estes trabalhadores de “privilegiados”, procurando-se assim dividir trabalhadores e atirar uns contra os outros. Os que se deixam enganar por esta propaganda mentirosa acabam por se transformar,
inconscientemente, em instrumentos de uma ataque mais geral, não só a esses trabalhadores, mas também às funções sociais do Estado, que são vitais para todos os portugueses que é, no fundo, objectivo final de todos estes ataques, visando transformar os serviços públicos em áreas de negócios lucrativas para os grupos económicos privados à custa do Orçamento do Estado e da população, como procuramos mostrar nestes estudo. - A IMPORTÂNCIA DAS FUNÇÕES SOCIAIS DO ESTADO PARA OS PORTUGUESES E OS ATAQUES QUE ESTÁ A SOFRER

http://www.eugeniorosa.com/Page/1050/%C3%9ALTIMO-ESTUDO.aspx

Consciência social

Carvalho da Silva

Todo o processo de preparação e realização da greve geral do dia 24 - o seu anúncio, os objectivos colocados pelo movimento sindical e os temas priorizados, os debates e acções desencadeados por importantes sectores da actividade - serviram de ancoradouro ao surgimento e à ampliação de importantes pronunciamentos políticos e sociopolíticos por parte de instituições, organizações e personalidades que se expressaram de forma individual ou colectiva, sobre temas sociais, económicos e políticos de interesse estratégico para o futuro do país, ou sobre matérias mais prementes que emergem do Orçamento do Estado (OE) para 2012.
Ficou mais clara a dimensão das injustiças dos pacotes de austeridade e a ausência de objectivos de investimento e crescimento na proposta de OE. Criou-se lastro para repudiar o objectivo de o Governo eliminar o subsídio de Natal e o subsídio de férias e iniciou-se um processo de recusa efectiva, no terreno, à tentativa de aumento de 2,5 horas de trabalho semanal. Mais vozes surgiram a defender planos de protecção social que impeçam o empobrecimento dos portugueses mais desprotegidos.
Debateu-se o investimento, a criação de emprego e o desenvolvimento. Reforçaram-se argumentos e posições contra o memorando da troika, contra conteúdos desastrosos da governação do PSD/CDS e contra as políticas desastrosas da União Europeia (UE).
Tudo isto é ainda muito pouco face à gravidade dos problemas, mas representa um importante evoluir da consciência colectiva, indispensável para se trabalharem respostas aos desafios mais complexos que aí vêm.
Estamos a entrar na fase do "salto qualitativo" (agravamento) nas políticas de austeridade com o aumento da electricidade e a sobretaxa, com o agravamento dos preços e dos impostos, com os cortes salariais.
No espaço da UE é reconhecido que o crescimento estagna, a incerteza é "extremamente elevada" e "o risco de recessão não é negligenciável".
A chamada "cura" pelo jejum (o empobrecimento) é uma ideia com tremendos custos sociais, económicos e políticos, e ameaça a democracia.
Como muito bem lembrou Pacheco Pereira, no dia 24, na SIC-N ("Quadratura do círculo") "em democracia a greve, como todos os direitos, tem custos" e "a greve não é um direito menor"! Por mim acrescento, é um direito e um dever quando está em causa a justiça, a dignidade e a democracia.
Elísio Estanque no "Público" (25 Nov.) refere que a greve "é um acto de afirmação (da parte mais fraca), sem o qual o diálogo se confunde com resignação. Tal como não existe verdadeiro consenso sem dissensão também se pode dizer que não existe negociação sem conflito e pluralidade".
O tempo que vivemos é mesmo de combate à resignação e de exigência de negociação séria: no plano político, considerando as propostas de todas as forças, em particular das não comprometidas no desastre; no plano económico, com os patrões, os sindicatos e outras entidades, respeitando os interesses privados e os colectivos, sempre para responder às necessidades das pessoas e do país; no plano social, com os trabalhadores e os seus sindicatos e com os cidadãos através das suas organizações, para afirmar a justiça social, o combate à pobreza, uma melhor distribuição e utilização da riqueza e a coesão da sociedade.
A greve geral mostrou-nos, entretanto, uma extraordinária consciência social dos trabalhadores. A greve foi realizada em enorme esforço. Centenas de milhares assumiram o dever de lutar, mesmo sabendo que os euros perdidos na greve vão fazer muita falta no fim do mês; muitos milhares sentiram que o direito de pensar e agir livremente já não lhes é garantido, mas agiram.
A saída da "crise" em que o país se encontra jamais surgirá pela mão dos que nos conduziram ao desastre e com a cartilha económica, social e política que vêm utilizando.
As soluções vão encontrar-se a partir, não apenas de mais "sobressalto social" mas, acima de tudo, de mais acção colectiva transformadora, assente em conteúdos concretos, concretizada pelos trabalhadores e pelo povo.

http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=2149931&opiniao=Carvalho%20da%20Silva

25/11/2011

Bienvenue dans le monde merveilleux du prospectus publicitaire

Julien Brygo

Les prospectus publicitaires, ce sont chaque année dix milliards d’imprimés qui atterrissent dans les boîtes aux lettres des Français – et génèrent un million de tonnes de déchets incinérés ou enfouis en décharge. Selon l’Observatoire du Hors Média, à l’origine de la campagne « J’aime mon prospectus », les Français seraient « toujours autant séduits par le prospectus ». Soucieux de soutenir l’emploi et la croissance verte, Basta ! a demandé aux distributeurs embauchés par le leader du prospectus, Adrexo, ce qu’ils pensaient de leur emploi et de leurs conditions de travail. Enquête sur un secteur qui allie régressions sociales et aberration écologique.

 Photo : source

Une zone industrielle comme il en existe des centaines en France. Une succession de magasins discount, des enfilades de magasins de bricolage ou de meubles importés à prix cassés. Au fin fond de la zone d’activité, devant un hangar, l’atmosphère bruisse des roues de chariots branlants portant des monticules de prospectus que l’on amène vers les coffres des voitures. Il est 8 h dans cet entrepôt d’Adrexo, l’un des 250 que compte ce « leader de la publicité non adressée en France ». C’est l’heure du chargement des publicités. Des dizaines d’hommes et de femmes s’affairent à entasser comme ils peuvent des centaines de kilos de publicité dans les coffres de leurs voitures personnelles.

« La vie en violet »

Les dépliants colorés fleurent bon l’encre chimique. Tous annoncent des « prix fous », des « promos », des « scoops » ou des « opérations exceptionnelles » d’un des supermarchés du coin. Pour appâter le client à domicile, les mastodontes de la grande distribution – Carrefour en tête avec 30 % des prospectus diffusés en France – sous-traitent la distribution des prospectus à Adrexo, qui emploie une armée de 23 000 colporteurs payés au Smic. En cumulant les effectifs des deux grandes entreprises du secteur, Adrexo et Mediapost (filiale privée du groupe La Poste), le nombre de distributeurs de prospectus s’élève à 36 500. Une « grande famille » où chacun « profite d’une adaptabilité et d’une flexibilité sans égal » en « organisant soi-même son temps de travail », peut-on lire sur le blog des ressources humaines d’Adrexo, intitulé « La vie en violet ».

Chez Adrexo, « le capital humain est plus important que tout ». Mais sur le parking des entrepôts, on rencontre des retraités qui « complètent leur trop petite retraite », des femmes à huit mois de grossesse qui chargent des kilos de prospectus pour pouvoir « toucher leur congé maternité », des étudiants qui bossent pour « payer leur loyer »… Un « capital humain » majoritairement composé de pauvres, de précaires, d’étrangers, d’allocataires des minimas sociaux, de jeunes en réinsertion, de retraités, de galériens en tout genre et autres naufragés du marché du travail.

Chez Adrexo, le salaire moyen est de 400 euros pour une bonne soixantaine d’heures de travail mensuelles. L’entreprise envoie des contrôleurs qui vérifient que les paquets de pub n’ont pas été jetés dans des bennes ou dans la rivière la plus proche. « C’est notre fonctionnement : si une boîte aux lettres figurant sur la feuille de route n’a pas de pub, c’est le risque de se faire licencier immédiatement. C’est un moyen de pression quotidien, particulièrement sur les gens qui osent se plaindre du fonctionnement salarial », confie l’adjoint du chef de centre. Ambiance.

Travailler le week-end, dans sa cuisine

Dans les hangars, pas de tables ni de chaises, encore moins de chauffage et de pointeuse. Rien n’est prévu pour permettre aux salariés de considérer ce lieu comme leur lieu de travail. Les 23 000 distributeurs d’Adrexo sont priés de travailler chez eux, d’utiliser leur propre voiture et de ne pas traîner au centre [1]. Devant de gros blocs de pubs pour Auchan, Carrefour et La Foir’fouille, tout frais sortis des imprimeries, Andrée et Florimont [2], retraités septuagénaires d’une usine de carton, poussent difficilement leur chariot sur lequel sont posés 194 kilos de publicité. « Nous avons été obligés de nous y mettre parce qu’avec notre retraite on n’y arrivait plus. Au début, c’était dur. Cela prend du temps de bien connaître ses tournées », dit Andrée, qui, à 71 ans, a décidé, il y a un an, de postuler à ce « métier simple » et « accessible à tous », à la suite d’une annonce découverte… dans sa boîte aux lettres.

« Nous travaillons une trentaine d’heures par semaine à deux. Pour faire les tournées des boîtes aux lettres, on met toujours au moins 30 minutes de plus que ce qui est indiqué sur la feuille de route », témoigne-t-elle. « Comme tout le monde ici, on travaille en moyenne 30 % de plus que ce qui est prévu. On le dit chaque semaine à notre direction, mais rien ne change. » Avec son compagnon, ils font le boulot à deux, « mais il n’y a qu’une paye ».

Andrée et Florimont passent une bonne partie de leurs week-ends à encarter des publicités dans leur cuisine, avec l’aide de leurs petits-enfants. Puis, les trois premiers jours de la semaine, car les « promos » des supermarchés commencent le mercredi, ils poussent leur chariot dans les rues de leur ville pour fourguer leur lot de prospectus. « Toutes les boîtes aux lettres, sauf celles où il y a un "Stop pub" », précise Florimont, en référence à l’autocollant diffusé par le ministère de l’Écologie en 2007 pour amoindrir la masse de déchets liés à ces publicités et prospectus (31 kg de déchets par an et par foyer).

Pour nos deux septuagénaires, la semaine commence le lundi à 5 h du matin. « Cela nous a pas beaucoup changé des rythmes de l’usine », sourit Andrée, qui a passé vingt-trois ans de sa vie comme « simple ouvrière à la chaîne ». Pour charger, puis « encarter » et enfin distribuer ces centaines de kilos de pubs mensuelles, « qu’il pleuve, qu’il vente ou qu’il neige », ce couple de retraités touche 359,62 euros par mois, soit moins de 180 euros mensuels par personne. « 360 euros, ce n’est pas désagréable, mais c’est quand même pas des payes ! Ici, il ne faut pas compter ses heures parce que vous êtes perdants à tous les coups », dit Andrée.

« La semaine dernière, cela nous a pris cinq heures et demie de préparation à deux ! Pareil pour distribuer. Pour les vieux comme nous, c’est une occupation. Cela nous permet de vivre un peu normalement et de financer quelques travaux à la maison. » Un treizième mois ? Des avantages en nature pour compenser la perte de salaire ? « Rien. Même pas une boîte de chocolats », souffle Florimont, qui, comme 98 % des salariés, n’est pas syndiqué. « C’est comme ça, glisse le vieil homme. Des vieux comme nous, avec de trop petites retraites, obligés de bosser pour continuer à vivre normalement. »

Dérogation au droit du travail

« Ça », c’est ce que les managers appellent la « préquantification du temps de travail ». En clair : c’est l’employeur qui quantifie en amont le temps de travail nécessaire à l’exécution d’une mission, sans possibilité pour le salarié de déclarer des heures supplémentaires si le temps de travail prévu ne correspond pas à la réalité. Adrexo et Mediapost disposent pour cela d’une dérogation au code du travail, validée par deux décrets ministériels. Elle a été intégrée dans la première convention collective du secteur, signée en 2004 après plus de huit ans de négociation entre le Syndicat patronal de la distribution directe (SDD) et les cinq syndicats représentatifs, à l’époque, des salariés (CGT, CFTC, CGC, FO, CFDT). Des syndicats qui n’apposeraient peut-être plus leurs signatures aujourd’hui.

« Plusieurs fois, nous nous sommes posés la question de nous lever et de nous tirer, témoigne Marc Norguez, signataire pour la CGT. Le problème, c’est que les patrons n’attendaient que ça. On croyait vraiment que c’était une avancée, comparé au travail à la tâche. Mais force est de constater que nous nous sommes trompés. » Cette signature a cependant permis d’obtenir « la reconnaissance du droit syndical » et, surtout, des « postes de branche », des postes de permanents syndicaux payés par la branche. « Inadmissible », dénonce Jean-Louis Frisulli, secrétaire fédéral à SUD-PTT, seule organisation à n’avoir pas signé la convention, puisqu’elle n’était pas, en 2005, représentative dans le secteur. « Cette convention collective, c’est une sorte d’échange entre quelques droits syndicaux aux dépens des conditions de travail et des intérêts des salariés. C’est dur à admettre pour nous, syndicalistes, mais il ne faut plus que cela se reproduise. » [3]

Pour Jacqueline Becker, de Force ouvrière, « la préquantification aurait pu marcher si les entreprises jouaient le jeu et appliquaient des cadences réalistes. Sauf que nous sommes face à un patronat des plus rétrogrades, qui ne lâche rien. Je n’ai jamais vu ça ! ». Dénoncer la convention collective ? « C’est une tentation pour beaucoup de nos délégués. Mais vous savez, habituellement, ce sont les employeurs qui dénoncent les conventions et souvent pour revoir les acquis sociaux à la baisse. »

Faute d’action syndicale commune et en raison des décrets ministériels, les quelque 36 000 distributeurs sont poussés au rendement par le système de la préquantification. Libre à eux de se coltiner plusieurs années de procédure pour obtenir réparation. Quand on a derrière soi une vie de dur labeur et qu’on se retrouve obligé de colporter des pubs pour arrondir ses fins de mois, la perspective d’un long conflit prud’hommal n’est pas des plus réjouissants. Pour Roger, adjoint au chef de centre et syndicaliste, les choses sont très claires : « Les cadences de distribution sont prédéterminées à l’avance, les gens doivent rentrer dans les clous de ces calculs théoriques, mais ces cadences théoriques ne correspondent quasiment jamais avec les temps réels. »

« Rémunérés pour faire du sport »

Il est 10 h. Henri, retraité de 75 ans, revient du dépôt, sa voiture chargée de 700 kg de publicité. Henri est un « distributeur confirmé ». Son « record » : 1,4 tonne de publicité distribuée. « C’était à Noël. Je l’ai fait en quatre trajets ! », se souvient-il. Énergique, optimiste, plein d’allant, cet homme explique que sa retraite d’agent d’assurances est « bien trop petite » (environ 1 500 euros par mois) pour lui permettre de payer son loyer, de vivre au quotidien et d’aider sa « fille en situation de précarité ». Son activité de distributeur pour Adrexo, il la mène sur ordonnance. « J’ai fait un arrêt cardiaque, il y a quelques années. Mon cardiologue m’a prescrit tout un tas de médicaments à prendre tous les jours, mais m’a dit que le meilleur médicament, c’est la marche à pied, la marche sportive. »

Du coup, Henri enchaîne chaque semaine les tournées, remplace des collègues, fait du zèle et ne compte plus les week-ends d’encartage de pubs dans sa cuisine. Un métier où les gens sont payés pour faire du sport : c’est la vision qu’a défendue le patron d’Adrexo, Frédéric Pons, dans une interview donnée à l’hebdomadaire Marianne : « Le conditionnement puis la livraison de prospectus sont un exercice un peu physique pour cette main-d’œuvre vieillissante, mais, honnêtement, j’estime qu’Adrexo rend service à ces gens : grâce à ce boulot, ils se maintiennent en forme et économisent un abonnement au Gymnase Club. Rémunérés pour faire du sport : il n’y a pas de quoi crier au servage », avait alors déclaré Frédéric Pons [4].

Dans la petite maison d’Henri, l’entrée, la cuisine et le salon sont désormais engloutis sous les montagnes de publicité, des « Promos de Cora » au « Blackberry à un euro » en passant par les « 6 plaques de chocolat à 3,99 € ». 25 000 prospectus à déposer dans 1 108 boîtes aux lettres en moins de trois heures. « On ne distribue pas que des pubs pour des supermarchés ! Il y a aussi les journaux municipaux, la gazette du conseil régional et, dans certaines régions, les distributeurs d’Adrexo remettent même les plis électoraux ! », précise Henri [5]

Il saisit le « prospectus des prospectus », celui de l’opération « J’aime mon prospectus », une campagne de promotion distribuée à 13 millions d’exemplaires par Adrexo, Mediapost et les autres acteurs de la filière, sous l’égide de l’Observatoire du Hors Média. Sur la une du dépliant, un petit chien tient un prospectus devant une rangée d’arbres, sous l’inscription : « Comment vivrait-on dans un monde sans amour et zéro papier ? » « Vous voyez, dit Henri, tout est écrit : pas d’arbres coupés et 250 000 emplois non délocalisables liés au prospectus en France, les distributeurs, les imprimeurs, les graphistes… »

Une campagne largement mensongère, selon le Centre national d’information indépendante sur les déchets (Cniid), qui a porté plainte auprès de l’autorité de régulation professionnelle de la publicité et a eu gain de cause. « Ce que l’Observatoire du Hors Média n’a pas écrit, c’est que ces boulots sont précaires ! Un peu comme les esclaves dans le temps », ajoute Henri, qui n’a pas vraiment le profil du gauchiste. Mais ne veut pas être considéré comme ce petit Yorkshire, serviable et dévoué, qui tient son prospectus dans sa gueule, assis sur son arrière-train. « Vous demanderez au PDG s’il a lui-même déjà fait une tournée et s’il a conscience d’exploiter la misère », souffle-t-il. Entendu. Rendez-vous est pris avec le PDG d’Adrexo, au siège de son club patronal, à deux pas de l’Arc de triomphe, à Paris.

« On ne fait qu’obéir à un système »

Dans le salon feutré du collectif Libre Choix, une amicale de patrons dont il est le porte-parole [6] Frédéric Pons, 45 ans, ancien directeur marketing du café Carte noire, des barres Mars puis des aromates Ducros et Vahiné, nous accueille les bras ouverts, prêt à raconter la formidable ascension de son groupe.

Après les précisions d’usage (« 250 centres en France, 26 millions de boîtes aux lettres, un marché compétitif, 23 000 distributeurs »), on lui propose d’entrer dans le vif du sujet. « Si j’exploite la misère ? Votre question a le mérite d’être directe », réagit le PDG. « J’ai vraiment le sentiment d’essayer d’apporter des solutions à des gens qui ont besoin de travailler en complément de retraite. Mais il n’y a pas que cela. Nous avons aussi des mères au foyer, des jeunes, des personnes en situation de détresse professionnelle. » A-t-il déjà « fait une tournée », comme s’interroge Henri ? « Oui, mais je n’étais pas rentré dans les clous car je ne connaissais pas le parcours », se souvient-il. Autrement dit, le patron lui-même constate que les cadences et la préquantification du travail sont irréalistes. « Ce système a été validé, négocié et signé par les deux parties, à la suite de longues années de négociation », répond-il.

Dans le centre de dépôt d’Adrexo, ce système du travail préquantifié génère un véritable malaise pour ceux qui sont chargés d’en assurer la mécanique. « Ce n’est pas quelque chose dont nous aimons parler », confie le chef de centre, aussi mal à l’aise qu’un poisson rouge dans un aquarium de piranhas. « Nous souhaiterions que les distributeurs soient payés pour ce qu’ils font, mais c’est rarement le cas », concède-t-il. « Nous aussi, les chefs de dépôt, on travaille parfois 60 à 70 heures par semaine, mais nous sommes payés sur une base de 35 heures. Nous n’avons pas le pouvoir de changer ces choses-là. On ne fait qu’obéir à un système. Je pense qu’il faudrait mettre le système à plat, aussi bien chez nous que chez le concurrent, Mediapost, où c’est quasiment pareil. »

En 2010, le chiffre d’affaires du pôle « distribution d’imprimés publicitaires » d’Adrexo s’élevait à 227,8 millions d’euros, tandis que le bénéfice atteignait 16,3 millions d’euros. Le véritable propriétaire d’Adrexo est François Régis Hutin, patron du journal breton Ouest-France, premier quotidien français. Il possède Adrexo via le groupe Spir Communication (qui possède aussi les magazines gratuits Top Annonces, Logic Immo, La centrale.fr ou 20 minutes), lequel a réalisé en 2010 près de 120 millions d’euros de bénéfices. Le cours de l’action Spir, cotée sur le marché Euronext, a bondi de 28,4 % sur l’exercice 2010, principalement « grâce à un rapprochement avec le norvégien Schibsted » (fondateur de 20 minutes). Les synergies avec les géants du gratuit ont rassuré les actionnaires. Mais c’est surtout grâce aux économies réalisées sur le personnel que la société affiche de si bons résultats.

« Il n’y a pas de secret, quand il faut faire des économies, c’est toujours sur la masse de travail que cela se répercute. Ici, les gens gagnent en moyenne 400 euros par mois, alors qu’ils travaillent au moins une quinzaine d’heures chaque semaine », commente Roger. Quant au salaire du PDG d’Adrexo, Frédéric Pons, il représente près de 50 fois le salaire moyen d’un distributeur. « Oui, je gagne 20 000 euros par mois, lâche-t-il. Effectivement, mon salaire n’est pas calculé sur des grilles préquantifiées. Mais il y a des tas de patrons qui gagnent beaucoup plus ! » Et alors ?

Julien Brygo

Notes

[1] L’affaire avait fait grand bruit, en mars dernier, sur le site de Mudaison (Héraut), où les distributeurs s’étaient vus obliger de trier les pubs sur le parking. Condamnée pour « manquements graves et répétés » au droit du travail, la société avait alors interdit l’accès du local à ses employés. Le quotidien L’Humanité avait publié le témoignage d’un de ces distributeurs d’Adrexo : « Moi, Adrien, 79 ans, payé 400 euros par mois » (1/03/11).
[2] Les prénoms ont été changés à la demande des salariés d’Adrexo.
[3] Devant la multiplication des contentieux aux prud’hommes, les patrons du secteur ont pu compter sur un soutien de poids : le ministère du Travail, lequel a tranché en leur faveur et à plusieurs reprises. Le premier décret date de janvier 2007 (sous la présidence de Jacques Chirac). Le ministre du Travail de l’époque, Gérard Larcher, autorise les deux entreprises à ne « pas compter les heures de travail ». Selon Jean-Louis Frisulli, secrétaire fédéral SUD-PTT, « ce premier décret a été rédigé en personne par l’ancien PDG de Mediapost, Nicolas Routier, qui ne s’en cache pas et nous l’a avoué en réunion privée ». En 2009, le Conseil d’État, après avoir été saisi par plusieurs organisations syndicales, annule ce décret pour cause d’entorse au code du travail et à la législation sur le décompte du temps de travail. Le 8 juillet 2010, un second décret est passé en force par le ministre du Travail, à l’époque un certain Éric Woerth. Le décret est signé par Éric Woerth, Michèle Alliot-Marie (Justice) et François Fillon (Premier ministre), et « sans aucun concertation des organisations syndicales », précise Jean-Louis Frisulli.
[4] Marianne, 10/10/09.
[5] Recourir à cette main-d’œuvre abondante et peu chère a aussi attiré les gazettes des petites mairies locales ou des conseils régionaux. Mieux : en mars dernier, dans plusieurs régions françaises, l’État a sous-traité à la filiale privée de La Poste, Mediapost, la distribution des colis électoraux pour les élections cantonales de 2011. Des associations caritatives, comme Rêves de clown, ne sont également pas très attentives aux conditions de travail de leur prestataire, puisque nombre d’entre elles passent par Mediapost ou Adrexo pour distribuer leurs appels aux dons (lire ici). Des particuliers utilisent également Adrexo pour passer des annonces personnelles, comme Huguette, 75 ans, qui avait perdu son chat et a décidé de faire imprimer 60 000 tracts, et de les faire distribuer par Adrexo (Lire ici).
[6] Le collectif Libre Choix est une amicale de patrons spécialisés dans la concurrence des anciens monopoles publics désormais ouverts à la concurrence (électricité, gaz, transports ferroviaires, services postaux, PMU, eau, téléphonie, etc.). Un slogan : « Plus de concurrence c’est plus de pouvoir d’achat. »

http://www.bastamag.net/article1938.html

Indignation moyenne

Alain Accardo

Qui sont les « Indignés » ? que veulent-ils ? où projettent-ils d’aller ? par quelles voies ? À ces questions, la multiplicité des composantes sociologiques, la diversité des motivations et l’hétérogénéité des revendications empêchent les observateurs d’apporter des réponses claires.

Depuis les premières manifestations du mouvement social dit des « Indignés », en mai 2011 à Madrid, les grands médias nous ont tenus informés des évolutions de ce mouvement à mesure qu’il s’est propagé de l’Espagne aux autres pays européens comme la Grèce, l’Italie ou la France, mais aussi en Israël ou au Chili, et même, tout dernièrement, aux États-Unis (« Occupons Wall Street »). De cette masse abondante d’informations et de commentaires privilégiant le pittoresque et l’émotionnel, quelques traits essentiels ressortent qui, dans leur ensemble, donnent à cette mobilisation une physionomie à la fois ambiguë et révélatrice.
Évidemment, le fait même que tous les participants de ce mouvement se proclament « indignés » suffirait à montrer qu’ils entendent manifester leur mécontentement. À l’origine de celui-ci on discerne de nombreux motifs dont chacun semble être plus ou moins décisif selon les individus concernés : la situation personnelle (chômage, endettement, paupérisation, etc.), l’action de leur gouvernement à qui ils reprochent impuissance et injustice (politiques d’austérité, casse de l’État-providence, corruption, etc.), et l’état de l’Europe et/ou du monde occidental, qui s’enfoncent dans la crise du capitalisme financier.
Mais se déclarer « indigné », c’est exprimer un sentiment, c’est-à-dire un état psychologique et moral, pouvant préluder à une prise de conscience politique, mais qui n’est pas encore une démarche spécifiquement politique et qui peut donc prêter à des interprétations très différentes. L’étiquette d’« indignés » fait penser à ces catégories empiriques molles transformées en pseudo-concepts par la théorie des socio-styles (« décalés », « branchés », etc.). De tels labels permettent à la rigueur de définir des cibles publicitaires de façon impressionniste par un trait de personnalité impossible à cerner objectivement : comme on est toujours le plus d’un moins et le moins d’un plus « branché » ou « bohème » que soi, où donc se situe la norme ? Il en va de même pour l’indignation et autres sentiments et émotions.
Mais, dira-t-on, il n’en demeure pas moins que l’état psychologique et moral d’une population est une variable de grande importance d’un point de vue politique. Il est vrai que c’est un ingrédient indispensable à tout combat visant à changer, ou à conserver, quelque chose de l’ordre établi. Et on comprend que les différents gouvernements se soient montrés à la fois inquiets et attentifs à l’évolution du mouvement. Dans l’état actuel des choses toutefois, il semblerait qu’ils n’aient pas trop de souci à se faire. Si grand que soit le sentiment de mécontentement des « Indignés », il ne saurait à lui seul suppléer les lacunes et les manques d’un mouvement sans doctrine, sans programme, sans structures organisationnelles, sans analyses ni perspectives communes et sans leaders ni représentants reconnus. Cela pourrait changer, mais on n’en prend apparemment pas le chemin. Pour le moment, ce rassemblement continue à faire office de grand défouloir d’humeurs personnelles.
Comme on pouvait s’y attendre, beaucoup parmi les « Indignés » se félicitent de cette inorganisation en y voyant le prix à payer pour éviter tout risque de stigmatisation politique ou syndicale, tout danger de récupération par les partis et les centrales de la gauche institutionnelle, expressément récusés par les manifestants. À supposer que cette méfiance ou cette hostilité soient fondamentalement justifiées (et elles le sont largement), elles ont pour conséquence de priver le mouvement, comme tant d’autres avant lui, de l’effort de structuration sans lequel une mobilisation sociale ne peut espérer être autre chose qu’un happening éphémère. De ce que les organisations de la « gauche de gouvernement » ont failli à leur mission, il ne suit pas qu’on puisse se passer de toute organisation et de tout encadrement. Et le triste souvenir du capotage des insurrections populaires portées par leur seul élan spontané devrait conduire ceux qui ont compris la nécessité de se battre contre l’oppression à réfléchir davantage à tout ce qui à la fois différencie mais aussi rapproche un militant d’un soldat et des masses en lutte d’une armée révolutionnaire. Les péripéties de la lutte des classes n’ont rien du grand jeu de plein air convivial et festif auquel certains croient pouvoir les assimiler, et l’on sait de reste que, lorsque les affrontements se durcissent, la plupart des amateurs de kermesse se dépêchent de quitter la place.
Ce n’est pas la première fois, en effet, qu’on assiste à un de ces accès soudains de fièvre qui s’emparent du corps social et le jettent sur le chemin de la rébellion comme un malade hors de son lit. Depuis les explosions de 1968, qui demeurent, dans un passé proche encore, le grand précédent en la matière, on a vu un peu partout s’opérer des rassemblements dont la spontanéité n’a eu d’égale que la brièveté. Internet et les réseaux sociaux n’y ont pas changé grand-chose si ce n’est en renforçant l’effervescence émotionnelle et la rapidité de sa propagation.
Au demeurant, devant la tournure prise régulièrement par le processus, on est tenté de penser que ses chances de durer sont précisément conditionnées par son degré de définition. Tout effort pour lui donner précision, unité et rigueur, sur le plan de la réflexion comme sur celui de l’action, risque de lui être fatal en hâtant sa désagrégation. Qu’y a-t-il de commun en effet entre ceux qui ne demandent qu’à mettre un terme à leur chômage ou à leur endettement et ceux qui voudraient changer le régime ? entre ceux qui rêvent de gagner plus d’argent et ceux qui aspirent à en finir avec la dictature de l’argent ? entre ceux qui rêvent de détruire le système et ceux qui souhaitent seulement s’y ménager une place ? Les « Indignés » se situent à tous les degrés de l’échelle de la radicalité et si les circonstances exigeaient du mouvement qu’il clarifie ses positions et arrête des objectifs précis, il se décomposerait encore plus vite qu’il n’est condamné à le faire par son incohérence originelle. En attendant, son flou de nébuleuse fait son charme en même temps que son caractère inquiétant aux yeux des médias et des gouvernants.
Mais s’il est vrai que la carence de la « gauche de gouvernement » et la crise de la représentation politique sont un des facteurs expliquant l’apparition de mouvements informels comme celui des « Indignés », qui ne trouvent plus à s’exprimer dans le cadre traditionnel, on ne saurait se contenter de cette seule explication. Plus profondément, on est en droit de faire l’hypothèse qu’on assiste là à l’affirmation d’une forme de lutte sociale correspondant étroitement à l’ethos de la classe moyenne tel qu’il a été modelé par bientôt quatre décennies de contre-révolution néolibérale, tout particulièrement chez les nouvelles générations (les quinquagénaires d’aujourd’hui et a fortiori les plus jeunes).
Mais, objectera-t-on immédiatement, il s’en faut que les « Indignés » soient tous des membres de la classe moyenne. Tous les observateurs ont été frappés de ce que les participants du mouvement étaient d’origine sociologique très diverse et qu’on y trouvait aussi bien des ouvriers, voire des petits agriculteurs, que des employés, des artisans, des étudiants ou des enseignants et des ingénieurs. Certes, mais quand on utilise les catégories socioprofessionnelles (CSP) classiques pour décrire une population, il ne faut pas oublier de rétablir ce que les CSP ne reflètent pas dans la sécheresse de leur nomenclature : le fait que les sociétés occidentales sont devenues, avec les multiples effets de la croissance et le développement du tertiaire, des sociétés de classes moyennes. Cela ne signifie évidemment pas qu’elles ne sont plus composées que des différentes fractions de la classe moyenne mais que le processus de ce qu’on a appelé la « moyennisation » a entraîné au fil des décennies non seulement une augmentation considérable de leurs effectifs (surtout salariés) mais aussi une véritable volonté d’hégémonie de la fraction la plus « moderne », c’est-à-dire la plus investie, tant socio-économiquement que socioculturellement et sociopolitiquement, dans la gestion du système capitaliste et ses nécessaires adaptations.
Cette fraction très entreprenante, dont les cadres d’entreprise et les professions intellectuelles supérieures sont le fer de lance, a littéralement mis à sa remorque le reste du monde des salariés, d’autant plus facilement que les partis communistes y ont davantage perdu d’influence. La nouvelle petite bourgeoisie a installé une dynamique éminemment favorable à la diffusion et au triomphe du « nouvel esprit du capitalisme », c’est-à-dire de la vision utilitariste-hédoniste de la société humaine (et du destin de chaque individu) comme un vaste marché gouverné par la loi du désir dans une concurrence incessante pour l’assouvissement sans entraves des pulsions solvables. Le grand manager est à ses yeux le type humain accompli par excellence, que chacun(e) devrait se proposer d’incarner, et la paix des peuples comme le bonheur personnel ne sont que des marchandises parmi d’autres, auxquelles seuls les plus fortunés peuvent prétendre accéder durablement.
Si la moyennisation est un processus structurel lié au développement du mode de production capitaliste, il lui a fallu pour s’accomplir l’implication active d’une force sociale particulièrement intéressée à cette transformation des rapports de forces. Le principal vecteur-orchestrateur de la moyennisation a été la nouvelle petite bourgeoisie qui a imposé non seulement à l’ensemble de la classe moyenne mais aussi par publicité, propagande et inculcation à l’ensemble du monde du travail, les modèles de la production et de la consommation matérielle et symbolique inspirés de l’american way of life, avec les nouvelles mentalités qui caractérisent le stade actuel du capitalisme de marché et la forme d’aliénation dans laquelle il maintient les populations.
J’ai esquissé dans Le Petit Bourgeois Gentilhomme une analyse plus détaillée de l’ethos de cette fraction dominante , les « élites », qui incarne au plus haut degré les qualités et les défauts de la classe moyenne. Je n’en retiendrai ici que le point le plus utile à mon propos : l’irréductible ambiguïté de tout ce que sont ces agents et de tout ce qu’ils entreprennent, leur constante ambivalence exprimée tour à tour et parfois simultanément dans des choix contradictoires euphémisés idéologiquement en termes d’« ouverture », de « métissage », de « refus des vieux schémas sclérosés » et de « courage de briser les tabous ».
Depuis l’époque lointaine où les empereurs Trajan puis Hadrien ont préféré confier l’administration de l’État romain, plutôt qu’à des esclaves affranchis, à des citoyens romains choisis dans la classe des equites (chevaliers) qui préfiguraient un peu (toutes choses égales par ailleurs) nos enfants de bonne famille sortis des grandes écoles pour diriger cabinets ministériels et services préfectoraux, les classes moyennes n’ont cessé de fournir des auxiliaires précieux aux aristocraties dirigeantes-possédantes à la prospérité desquelles leur destin a toujours été structurellement lié. Mais cette solidarité structurelle avec le pôle supérieur de la domination de classe n’a pas empêché les classes moyennes, bien au contraire, de mettre en œuvre leurs propres stratégies de distinction et d’entrer en compétition avec la grande bourgeoisie. La logique des affrontements pour le pouvoir, plus encore symbolique (politique et idéologique) qu’économique, a conduit en maintes circonstances les classes moyennes, de France et d’ailleurs, à se tourner vers les classes populaires et à rechercher des alliances avec elles, en développant un discours « républicain » de défense des droits de l’Homme en général, c’est-à-dire tout à la fois du riche propriétaire exploiteur et du pauvre plébéien exploité. C’est ainsi qu’en toute bonne conscience les classes moyennes se sont faites les médiatrices entre les deux pôles de la lutte des classes et ont usé le plus souvent de leur influence pour maintenir tout mouvement social dans le cadre de la démocratie parlementaire bourgeoise, qui n’autorise que la contestation dans le système et proscrit la contestation du système. Les partis sociaux-démocrates ont été les grands bénéficiaires depuis quarante ans de ce type de stratégie d’intégration, et les partis révolutionnaires les grands perdants.
À l’évidence, avec le mouvement des « Indignés », on est toujours et encore dans cette culture de recherche du consensus, du compromis et du rafistolage qu’on peut indifféremment qualifier de néoconservatisme ou de néoréformisme, qui consiste à changer pour mieux conserver quand ce n’est pas pour revenir carrément en arrière. Du moins, en dehors de quelques prises de positions radicales qui sont, par la force des choses, le fait d’individus s’exprimant à titre personnel ou au nom de groupuscules, rien ne peut laisser espérer que ce mouvement, même s’il n’est pas purement un rassemblement de classes moyennes, possède le potentiel nécessaire pour se constituer en force politique stable et inverser, ne serait-ce qu’en son propre sein, le rapport traditionnel des forces. De même, ce ne sont pas quelques déclarations isolées, à tonalité vaguement communiste ou écologiste antiproductiviste, qui peuvent laisser présager que le mouvement va se structurer en une force de transformation sociale radicale militant pour la réappropriation collective et le juste partage de toutes les ressources de la planète et pour l’établissement d’un régime de démocratie économique, politique et sociale intégrale. Le marxisme avait raison, à cet égard, de considérer que seul un mouvement prolétarien organisé (et même hégémonique, comme le soulignait Gramsci) pouvait mener jusqu’au bout le projet révolutionnaire.
Au contraire, dans le mouvement des « Indignés », non seulement les éléments prolétariens ne sont qu’une composante parmi beaucoup d’autres, mais ils ne sont pas organisés et moins encore hégémoniques, de sorte que le climat idéologique dominant semble bien être une fois de plus marqué par le mélange équivoque d’idées et de sentiments qui font de la petite bourgeoisie à la fois la concurrente la plus agressive et la partenaire la plus servile de la grande. Pour le moment rien n’indique que la plupart des mécontents qui clament leur indignation aient un autre idéal social que l’individualisme hédoniste de la société libérale-libertaire, ni qu’ils aient une autre ambition que celle de s’asseoir ou se rasseoir à la table du banquet auquel les dégâts de la crise et la perte de pouvoir d’achat les empêchent d’accéder.
Rien non plus n’interdit de penser que l’approfondissement de la crise systémique du capitalisme est en train de renforcer les conditions objectives d’une prise de conscience capable de tirer les classes moyennes de leur sempiternelle ambiguïté, de mettre un terme à leur séculaire double jeu, qui est une façon d’affirmer et nier en même temps la lutte des classes, en tirant les marrons du feu. Mais des classes moyennes en voie de prolétarisation et non plus en ascension seraient-elles encore « moyennes » ? Sans la confrontation simultanée et constitutive avec des riches à admirer, imiter et servir, et avec des pauvres à éblouir, endoctriner et discipliner, leur vie garderait-elle son (double) sens ? Et les nouveaux aspirants-bourgeois pourraient-ils s’indigner vertueusement contre l’ordre établi sans cesser d’y adhérer ? Habitués à jouer gagnants sur deux tableaux, il faudrait qu’ils aient beaucoup perdu et qu’ils éprouvent beaucoup de ressentiment pour se résoudre à lier leur sort à celui des petites gens plutôt qu’à celui des bourgeois. Une fois de plus une population de dominés-dominants se heurte aux limites de son entendement et de sa sensibilité tels qu’ils ont été formatés par la logique des rapports de domination.
On est désolé d’avoir à le dire – et les stratèges de salles de rédaction trouveraient certainement que ce n’est pas un point de vue très « politique » (comprenons « électoraliste ») –, mais c’est une donnée historique que, si les classes moyennes ont su être à l’occasion une force sociale de progrès, plus sûrement encore – et aujourd’hui en particulier –, elles constituent une des meilleures défenses du système contre lequel il leur arrive néanmoins de rompre quelques lances, avec une vigoureuse indignation.

http://blog.agone.org/post/2011/11/11/Indignation-moyenne 

España - ¿Dónde está el "tsunami"?

Vicenç Navarro

No hay plena conciencia en los mayores centros de los establishments políticos y mediáticos españoles del grado de descontento de la mayoría de la población hacia la clase política. Una de las expresiones utilizadas por el Movimiento 15-M para manifestar su desacuerdo con las políticas públicas altamente impopulares aprobadas durante los años de crisis por mayorías en las Cortes españolas (y en varios parlamentos autonómicos), es que tales políticos “no nos representan”, dicho que goza de una simpatía generalizada entre la población. Las encuestas de opinión popular expresan que la clase política se ha convertido en uno de los mayores problemas que existe en España.
Este desapego con las instituciones políticas está basado, en parte, en la naturaleza poco representativa del Parlamento, resultado de un sistema electoral poco representativo, hecho que se ha mostrado con toda claridad en las elecciones del 20-N.
La interpretación más común en los medios de mayor difusión españoles es que la población se ha movido hacia la derecha, eligiendo masivamente al partido conservador. Con ello se señala por parte de tales medios que existe un amplio apoyo a las propuestas electorales de tal partido, que se centran en la necesidad de hacer recortes masivos de gasto público. Rajoy señaló en campaña que, excepto las pensiones, ningún otro capítulo del presupuesto se salvaría de las reducciones de gasto público.
La victoria del PP se está presentando, pues, como una victoria abrumadora, utilizándose el término tsunami con gran frecuencia. Y como muestra de este tsunami se presenta el mapa electoral de España cubierto de azul, el color del PP, excepto en Catalunya y en el País Vasco. Tal tsunami se presenta también como un mandato para hacer políticas de austeridad. Por cierto, en Catalunya, la victoria de CiU también se ha presentado como una aprobación masiva por parte del pueblo catalán de las políticas de recortes que ha realizado tal partido en el Gobierno.
En todas estas interpretaciones se ignora la escasa calidad democrática del sistema electoral español. Veamos los datos. El PP consiguió sólo el 30% del voto del censo electoral, es decir, de todos los españoles adultos que podían votar. Ello quiere decir que el 70% no le votó. No es cierto, por lo tanto, que el pueblo español que incluye, además de los votantes del PP, a los abstencionistas y a los votantes de otras opciones políticas, haya dado su apoyo al PP y a sus políticas de austeridad. La gran mayoría del pueblo español no votó al PP, ni apoya sus políticas.
Es más, los datos tampoco confirman que haya habido un movimiento del pueblo español hacia la derecha. El voto del PP fue del 30,27% de todas las personas que podían votar, que fue sólo un 0,96% (repito, sólo un 0,96%) más del que consiguió en 2008 en las anteriores elecciones legislativas (un 29,31%). Es difícil sostener que ha habido un tsunami a favor del PP, la expresión utilizada en la mayoría de los medios. Continúa siendo un partido que, bajo un sistema proporcional que diera el mismo peso a todos los votos, sería minoritario. Su aumento acentuado de número de parlamentarios se debe primordialmente al colapso del PSOE, que pasó de representar el 32,19% del censo electoral al 19,49%, precisamente por haber hecho los recortes que ahora el PP quiere expandir. No es coherente argumentar que hay un mandato popular para realizar las políticas de austeridad del PP cuando el PSOE fue expulsado del Gobierno precisamente por llevar a cabo tales políticas.
Una situación incluso más acentuada ocurre en Catalunya con CiU. Este partido consiguió sólo el voto del 18,8% de todos los catalanes que podían votar, lo cual quiere decir que el 81,2% no le votó. Deducir de ello –como ha concluido el presidente de tal partido y de la Generalitat– que el resultado de las elecciones es una muestra de apoyo del pueblo catalán a sus recortes es una lectura excesivamente sesgada que carece de credibilidad. Aquí, de nuevo, el hecho de que se presentara a toda Catalunya bajo los colores de CiU se debe predominantemente al descenso tan notable del PSC, que pasó de cosechar el apoyo de un 31,74% del censo electoral (de todos los catalanes que podían votar) a un 17,1%, resultado en gran parte de la identificación del PSC con los recortes del Gobierno Zapatero.
No hay, pues, un mandato popular para que el PP o CiU realicen las políticas de recortes, si por mandato se entiende el deseo de la mayoría de la ciudadanía. En realidad, las encuestas que tenemos disponibles muestran que la mayoría de la población no está de acuerdo con tales políticas, favoreciendo otras alternativas, muchas de las cuales ni siquiera están siendo consideradas (encuesta del CIS de 2010 y 2011).
Vemos, pues, que el partido que gobernará es un partido minoritario entre la población española, aunque tenga gran mayoría en escaños. De ahí que cuando el Movimiento 15-M denuncie a las Cortes españolas por realizar las políticas impopulares de recortes, por no representar a la mayoría de la población, llevará toda la razón, pues representarán sólo a una minoría. El PP tendrá un control casi absoluto sobre los aparatos del Estado sin que le haya votado la mayoría de los españoles, por mucho que los medios pinten en azul el mapa de España. No hay duda de que, de llevarse a cabo tales políticas de recortes, además de generar gran conflicto social, desacreditarán todavía más a la clase política y a la democracia española. Las nuevas generaciones, educadas ya en valores democráticos, son más exigentes que las que les precedieron y no aceptarán la democracia limitada que tenemos, resultado de una Transición inmodélica que determinó una democracia incompleta, responsable de un bienestar insuficiente.

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=140017

El gobierno rumano contra la educación: 25000 profesores menos en los últimos cuatro años

Unos 25.000 profesores han abandonaso el sistema de enseñanza rumano en los últimos cinco años, según un estudio llevado a cabo por Econtext.
Exactamente, 24.365 profesores han sido eliminados del sistema educacional en el periodo 2006 – 2010, de los que 22.473 (un 10% del total de cuadros didácticos de Rumania) en los últimos dos años, en los que el gobierno inició una ofensiva de recortes y ajustes contra los trabajadores y los servicios públicos.

En total, a principios del curso 2006-7 había 277.318 profesores en todo el pais (en todos los niveles de la enseñanza pública, desde prescolar hasta universitario).

Cuando comenzó el curso 2010-11 su número había descendido a 252.953 trabajadores, aunque, como hemos visto, la mayor parte del descenso tuvo lugar en los últimos dos años.
En cuanto a las zonas donde el descenso ha sido mayor, en primer lugar se encuentra la capital, Bucarest, donde en 2006 habia 28.384 profesores, mientras que a principios del curso 2010-11 quedaban 26.303 (2081 de menos).

Datos sobre el descenso de los profesores en todas las provincias rumanas en los últimos cinco cursos



En algunas provincias el numero de profesores ha caido por debajo del nivel de resistencia, como es el caso de Teleorman, en el sur del pais, donde los cuadros didácticos se han reducido un quinto del nivel del curso 2006-7.

La reducción de profesores se enmarca en el intento del gobierno rumano de reducir gastos públicos a costa de servicios y derechos esenciales, como el de la educación (y como sucede también en otros casos básicos, como la sanidad).

Mientras tanto, el fraude y la evasion fiscal, el mercado negro, y la corrupción, principal causa de la constante amenaza de bancarrota de las arcas del estado, siguen sin ser perseguidas adecuadamente por el gobierno, puesto que los que la practican y sus principales beneficiados, principalmente las grandes empresas y las grandes fortunas, son los que quitan y ponen a los gobiernos, y financian y publicitan a los partidos, en estas aparentes democracias capitalistas donde el interés de nuestros representantes politicos siempre tiene bastante mas importancia que los derechos, incluidos los mas básicos, de los trabajadores y ciudadanos.

http://imbratisare.blogspot.com/2011/11/el-gobierno-rumano-contra-la-educacion.html

Stiglitz: Austeridade é receita para suicídio económico

O prémio Nobel da Economia em 2001 e antigo vice-presidente do Banco Mundial, Joseph Stiglitz, afirmou na quinta-feira que as políticas de austeridade constituem uma receita para “menos crescimento e mais desemprego”.

Stiglitz considerou que a adoção dessas políticas “correspondem a um suicídio” económico.
“É preciso perceber-se que a austeridade por si só não vai resolver os problemas porque não vai estimular o crescimento”, afirmou Stiglitz, num encontro com jornalistas na Corunha, em Espanha, onde proferiu a conferência “Pode o capitalismo salvar-se de si mesmo?”, noticia a Efe.
O economista sugeriu ao novo governo espanhol que vá “além da austeridade” e que proceda a uma reestruturação das despesas e da fiscalidade como medida básica para criar emprego.
Recomendou em particular uma fiscalidade progressiva e um apoio ao investimento das empresas.
“Temo que se centrem na austeridade, que é uma receita para um crescimento menor, para uma recessão e para mais desemprego. A austeridade é uma receita para o suicídio”, afirmou.
Para o Nobel da Economia de 2001, “a menos que Espanha não cometa nenhum erro, acerte a cem por cento e aplique as medidas para suavizar a política de austeridade, vai levar anos e anos” a sair da crise.
O antigo vice-presidente do Banco Mundial disse que as reformas estruturais europeias “foram desenhadas para melhorar a economia do lado da oferta e não do lado da procura”, quando o problema real é a falta de procura.
Por isso, rejeitou as propostas a favor de mais flexibilidade laboral: “Se baixamos os salários, vai piorar a procura e a recessão”, alertou Stiglitz, defendendo que “é necessário” que a flexibilidade seja acompanhada por “compensações do lado da segurança” para os trabalhadores.
“Em economia, há um princípio elementar a que se chama efeito multiplicador do orçamento equilibrado: se o governo sobe os impostos mas, ao mesmo tempo, gasta o dinheiro que recebe dos impostos, isto tem um efeito multiplicador sobre a economia”, explicou, apresentando a sua receita para sair da crise.

http://www.destak.pt/artigo/111299-austeridade-e-receita-para-suicidio-economico

Portugal vai pagar 34.400 milhões de euros em juros pelos empréstimos da 'troika'

Portugal vai pagar um total de 34.400 milhões de euros em juros pelos empréstimos do programa de ajuda da "troika" (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), segundo dados do Governo.

Este valor foi apresentado pelo Ministério das Finanças em resposta a uma questão de Honório Novo, deputado do PCP.
O total do crédito oferecido a Portugal no âmbito do programa de assistência da "troika" é 78 mil milhões de euros.
Durante o debate parlamentar do Orçamento Retificativo para 2011, no final de outubro, o deputado comunista pelo Porto perguntou: "Quanto é que serão os juros globais desta ajuda? Quanto é que Portugal pagará só em juros para nos levarem pelo mesmo caminho que a Grécia, ao empobrecimento generalizado do país?".
A resposta do Ministério das Finanças, 34.400 milhões de euros, corresponde ao valor total a pagar ao longo do prazo dos empréstimos.
Isto presumindo que Portugal recorre integralmente ao crédito disponível. Ou seja, que “é utilizado na totalidade” o montante destinado às empresas do setor financeiro - os 12 mil milhões de euros reservados para a recapitalização da banca.
Na resposta do Ministério das Finanças a Honório Novo nota-se ainda que as condições dos empréstimos concedidos por instituições europeias são bastante mais favoráveis que as dos créditos do FMI.
Os empréstimos do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) ou do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) têm uma maturidade (duração) média de 12 anos, a uma taxa de juro média de 4 por cento.
Já os empréstimos do Fundo têm uma maturidade média de sete anos e três meses, e uma taxa de juro média de 5 por cento - mas neste caso "a taxa de juro é variável, à qual acresce um 'spread' [diferencial] que depende do montante em dívida e pode chegar a perto de 400 [pontos base] depois dos três primeiros anos", lê-se no documento das Finanças.

http://www.destak.pt/artigo/111304-portugal-vai-pagar-34.400-milhoes-de-euros-em-juros-pelos-emprestimos-da-troika

Violência Doméstica: 23 mulheres morreram em 2011

Este ano já morreram 23 mulheres vítimas de violência doméstica, segundo dados do Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA), que indica que o número desceu quase para metade em relação a 2009.

Na maioria dos casos de homicídio e de tentativa de homicídio já existia violência na relação e "em algumas situações" o crime já era do conhecimento das autoridades, refere o relatório divulgado hoje pela associação União das Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).
Baseado em informações recolhidas na imprensa escrita até ao passado dia 11 de novembro, o OMA registou uma diminuição de homicídios quando comparados com o ano passado, sendo o número semelhante ao de 2007.
A maioria das mulheres (70 por cento) foi vítima dos maridos ou de alguém com quem mantinham uma relação de intimidade.
Nos últimos oito anos morreram 241 mulheres nestas circunstâncias, refere o documento divulgado hoje, Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
"As formas mais graves de violência contra as mulheres ocorrem nas suas residências, muitas delas apôs a separação entre a vítima e o agressor", alerta o relatório nas reflexões finais.
Nove em cada dez crimes aconteceram dentro de casa. As facas continuam a ser o instrumento mais utilizado pelos homicidas, sendo que em 30 por cento dos casos também foram usadas armas de fogo.
Este ano, uma em cada três vítimas (35 por cento) tinha mais de 65 anos, sendo comum o agressor ter também mais idade.
Os dados destacam ainda que foi nos meses de verão - agosto e setembro - que se registaram mais casos: quase metade dos homicídios(10)ocorreram nesta altura.
Já no que toca a tentativas de homicídio, o relatório aponta um aumento em relação ao ano passado: até 11 de novembro foram identificadas 39 tentativas, sendo que em 54 por cento dos casos os autores eram os companheiros das vítimas. "Em 36% das situações as relações já haviam terminado", refere o relatório.
As sobreviventes são habitualmente mulheres mais jovens, entre os 36 e os 50 anos. Da mesmo forma, quase metade (49%) dos agressores que atentaram contra a vida das mulheres tinha idades compreendidas entre os 36 e os 50 anos.
Nos últimos oito anos, o OMA registou 321 tentativas de homicídio
Na maior parte dos casos ocorridos em 2011, "a violência na relação já era conhecida por várias pessoas, entre elas, vizinhança, relações de amizade, familiares e, em muitas situações, pelas autoridades oficiais", alerta o documento da UMAR.
Metade dos crimes acontece dentro de casa, mas também existem registos de tentativas de homicídio na via pública (38%) e até no local de trabalho (8%).
O OMA registou um total de 15 decisões dos tribunais de 1ª instância referentes a 16 dos 43 homicídios identificados no ano passado.
O tempo médio desde a ocorrência do crime até à decisão judicial foi de dez meses e todos os que se sentaram no banco dos réus foram condenados a penas de prisão, que oscilaram entre os 15 e os 25 anos.
Além das vítimas diretas, o OMA registou ainda 62 pessoas que acabaram por ser atingidas, por estarem presentes no momento do crime.

http://www.destak.pt/artigo/111312-23-mulheres-morreram-em-2011

Contas do Governo da adesão à greve não batem certo

Mariana Adam   

No balanço da tarde foram considerados mais 60 mil funcionários públicos do que na manhã. Finanças não esclarecem.
As contas do Governo sobre a adesão à greve geral de ontem parecem não bater certo. No primeiro balanço, divulgado ontem às 11h30, e que deu conta de uma adesão de 3,60%, foi considerado um universo de 355 mil funcionários públicos. Seis horas depois, no balanço da tarde, esse universo já era de 416 mil trabalhadores, mostram os documentos disponibilizados na página da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).
Questionado pelo Económico sobre o assunto, fonte oficial do Ministério das Finanças respondeu: "Não há qualquer comentário sobre as questões em causa".

Além do número de funcionários públicos que aderiu à greve, o Governo contabilizou também o número de serviços afectados e, também aí, as contas não batem certo. No primeiro balanço foi considerado um universo de 864 serviços, dos quais 112, ou 12,96%, estavam encerrados devido à greve. Mas na segunda avaliação do governo, divulgada a meio da tarde, o universo tido em conta já era de 2.410 serviços, isto é, mais do dobro do que na manhã. Desses, segundo o Governo, 296, ou 12,28%, não estavam a funcionar devido à paralisação.
E há ainda outra "irregularidade". É que os dados discriminados Ministério a Ministério sobre o número de funcionários de cada pasta governativa, também variam da manhã para a tarde. No Ministério da Economia, por exemplo, às 11h30 é considerado um total de 10384 funcionários. Seis horas mais tarde esse universo já é de 10525 trabalhadores.

http://economico.sapo.pt/noticias/contas-do-governo-da-adesao-a-greve-nao-batem-certo_132330.html

o tempo das cerejas 2: Os media e os «confrontos»

o tempo das cerejas 2: Os media e os «confrontos»

24/11/2011

Comment la presse maltraite les violences conjugales

Sylvie Debras

Le kiosque © Ol.v!er-[H2vPk]
Les violences conjugales à l’égard des femmes, longtemps considérées comme une affaire privée ou un sujet tabou, sont à présent sorties du silence médiatique. Elles apparaissent parfois à la rubrique « société », en marge d’un « fait divers » particulièrement terrible ou le 25 novembre, journée contre les violences faites aux femmes.
Hélas, les journalistes ont accès à très peu de sources puisque la France ne cherche pas à connaître l’ampleur du phénomène en établissant des statistiques nationales. Les seuls chiffres disponibles sont issus de l’enquête Enveff (Enquête nationale sur les violences faites aux femmes) réalisée en 1997.
Pour pallier le manque de sources, il est même arrivé qu’une journaliste dresse une liste des meurtres conjugaux sur un an en fouillant les archives de son journal ! Là, le message journalistique est clair : ces violences ne sont pas acceptables. Ces rares articles sont parfois assortis de conseils pratiques et donnent un nom d’association ou le numéro national 3919 (violences conjugales info).
Mais ces violences restent présentées – de la même façon que l’inceste – comme une succession de « cas » et non pas comme phénomène. Aucune analyse globale n’est proposée. Ces violences ne sont pas replacées dans le contexte de la domination masculine… et encore moins d’une certaine solidarité de sexe qui empêche, à tous les niveaux, de reconnaître les femmes comme victimes.
Bien des médecins déclarent encore n’avoir jamais reçu de femmes victimes de violences, nombre de policiers continuent de refuser de prendre les plaintes… et la relation des faits par les journalistes est souvent plus amusée qu’indignée !
Six mois de prison pour deux claques ?…
A la rubrique « faits divers » ou « tribunal », le message est rendu ambigu par des procédés récurrents. Le plus fréquent est sans doute la minimisation des violences, perceptible dès le titre. Très souvent, c’est la parole de l’homme violent qui fait l’information : « Montbéliard : je ne l’ai pas frappée, juste mis une torche » (Le Pays, 26/09/2006).
Fréquemment, les journalistes se servent des propos de l’agresseur pour en faire un titre : noir sur blanc et en gros caractères, c’est donc la version de l’homme violent sur les événements qui se substitue à un regard tiers. Ce procédé est particulièrement « efficace » lorsque la femme est morte : seule demeure la parole de l’homme. Souvent paré de toutes les vertus : un voisin sympa, un collègue sans problème… et en plus, c’était l’entraîneur des jeunes du club de football du village !
Dans les comptes-rendus de procès, le décalage est parfois flagrant entre la présentation des faits et la peine dont ils sont punis : « Autun : six mois fermes pour deux gifles de trop » (titre dans Le Bien public 08/04/2011). Dans le texte, les faits sont résumés : « Il a giflé à deux reprises la mère de ses enfants. » Entre les lignes, on comprend que la lourdeur de la peine s’explique par la répétition des violences qui vont bien au-delà de deux claques – à noter l’utilisation du mot « gifle » qui rappelle les châtiments corporels aux enfants et n’évoque pas la violence des coups.
Ce procédé se retrouve lors des compte-rendus de procès pour inceste : le père est présenté comme « trop affectueux », l’oncle est « trop caressant »… Là aussi, la gravité des condamnations montre qu’il est question d’un viol. Et non pas d’un excès d’affection.
Pour les victimes d’inceste, les journalistes reprennent souvent la parole du violeur : « C’est elle qui voulait ». Le code typographique, guillemets et italiques, suffit-il pour que l‘on comprenne qu’il s’agit d’un propos rapporté, pas d’une justification cautionnée par la rédaction ?
Par ailleurs, en usant parfois de terminologies qui vieillissent l’enfant victime de violences sexuelles, les journalistes font perdre de sa gravité au crime. « Au cours d’une classe ‘‘nature’’, une Parisienne de 10 ans aurait été violée et menacée si elle parlait, par un moniteur qui avait alors 32 ans. Deux amies de la jeune fille ont confirmé ses accusations. » (L’Est républicain, 07/09/1998). La « jeune fille » est en fait une enfant pré-pubère. Une fillette.
« Je l’aimais trop ! »
Trop d’amour : c’est souvent l’explication avancée par l’homme violent – et reprise sans ciller par les journalistes – pour « expliquer » les violences conjugales. Ce « trop d’amour » apparaît fréquemment dès le titre, lorsque les violences ont entraîné la mort : « Crime passionnel », « Drame de la jalousie ». En somme, ce n’est pas la violence de l’homme qui est la cause du meurtre, mais l’amour ou la jalousie. « Je l’aimais, je l’ai tuée. » Tout est dit. Peut-on envisager que transparaisse entre les lignes une certaine solidarité… avec le meurtrier ?
Sans être repris par le journaliste qui l’interviewait, le chanteur Hubert-Félix Thiéfaine a ainsi pu annoncer au journal de 13 h de France Inter (25/10/2005) sa solidarité avec Bertrand Cantat, qui, ayant frappé à mort sa compagne, se retrouvait « derrière les barreaux ». Le chanteur compatit avec tous ceux qui sont enfermés parce que « un jour, dans leur vie, ils ont eu un accident, ils ont pété les plombs, ils ont dépassé la norme. Pour quelques minutes de leur vie, ils gâchent le reste ». Le chanteur en profite pour accuser les « nanas [qui] en ont profité » et « ont resservi la soupe », fustigeant les « pouffes de féministes » qui luttent contre les violences conjugales.
Interrogés sur ce dérapage, ni la rédaction de France Inter ni le médiateur n’ont souhaité répondre. Et la Halde, Haute autorité de lutte contre les discriminations et pour l’égalité, a envoyé une réponse-type. Une déclaration de solidarité avec un meurtrier raciste ou antisémite aurait-elle été acceptée de la même façon ?
La déculpabilisation du meurtrier est d’ailleurs souvent assortie de la culpabilisation de la victime. Ce double procédé est récurrent lors du meurtre d’une femme par son conjoint. On peut relever dans les articles de très nombreux « motifs », le plus courant étant que la femme soit « énervante ». Elle était coutumière des scènes, criait, pleurait… ou tout simplement elle ne « convenait pas », étant mauvaise ménagère ou cuisinière.
Ou, « pire », elle avait osé dénoncer son bourreau : « La jeune fille dépose une plainte (…). C’est le geste de trop (…). La plainte va accélérer les événements » (Journal de l’Ile de la Réunion, 16/10/2004). Finalement, le journaliste construit une explication « rationnalisante » du meurtre : si la jeune fille avait supporté les coups sans se plaindre à la police, elle ne serait pas morte.
« Elle voulait me quitter ! »
Si une femme demande la rupture, elle peut s’attendre à être victime de violences. Même après un divorce, elle reste souvent, sous la plume du journaliste, « la compagne » de son ex-mari. Sa propriété ?
Par un glissement sémantique, le meurtre d’une femme peut ainsi être qualifié de « suicide conjugal » si l’homme a mis fin à ses jours après le meurtre. Même si la femme et ses enfants ne voulaient sans doute pas mourir, l’expression « suicide familial » est parfois utilisée, comme si le pater familias représentait la famille et avait le droit de vie et de mort sur « les siens ».
L’analyse d’un fait divers ancien, « le drame de Fays » (L’Est Républicain, 1999), montre les explications élaborées par les journalistes, suite à la tentative de meurtre de deux sœurs commise par un vieil homme qui se suicide ensuite. L’imaginaire viril est au travail : que venaient faire chez le vieux monsieur ces deux jeunes femmes ? Elles étaient probablement vénales et légères.
L’une est morte. Lorsque la survivante sort du coma, elle explique qu’elles rendaient seulement, dans le cadre d’un bon voisinage, quelques menus services au veuf éploré… qui n’avait pas supporté que ses avances sexuelles soient repoussées. La tâche de l’avocat consiste donc à « rendre ses droits à la victime » !
A ces faits divers, mettant en scène des hommes violents mais qui bénéficient d’une certaine compréhension, on pourrait opposer d’autres récits journalistiques où des femmes incestueuses ou meurtrières sont présentées comme des « monstres ».
Mon beau miroir…
Les violences conjugales, et plus largement les violences des hommes à l’égard des femmes et des enfants, sont donc traitées par les journalistes de façon fort paradoxale.
Dans ce « miroir social » – pour reprendre la belle expression du linguiste Patrick Charaudeau – ces violences sont présentées comme inacceptables dans les pages « société »… tandis que dans le « vrai » monde, cru, des pages « faits divers » (les plus lues des quotidiens), les hommes sont déculpabilisés et les femmes culpabilisées.
Alors, comment se jouent les processus identificatoires ? Ceux des journalistes qui interprètent les faits ? Ceux des lectrices et des lecteurs qui les reçoivent ? Ce maltraitement médiatique joue-t-il un rôle dans la désaffection des femmes pour la presse quotidienne ? Dans ce miroir-là, comment se reconnaître ? Les violences conjugales ne sont-elles pas, d’une certaine façon, « couvertes » par les quotidiens ?

http://www.egalite-infos.fr/2011/11/24/comment-la-presse-maltraite-les-violences-conjugales/

La santé « rapporte » plus à l’économie plus que l’hôtellerie-restauration et le BTP.

Le 18 novembre 2011, l’Institut Montparnasse a présenté les travaux de recherche menés à son initiative. Deux conclusions émergent particulièrement qui battent en brèche certaines idées reçues sur la protection sociale solidaire et la santé :
  • la hausse des dépenses de santé n’est que très peu la conséquence du vieillissement de la population, et bien davantage des changements de pratiques médicales ;
  • la santé « rapporte » à l’économie : sa valeur ajoutée dans le PIB est supérieure à celle de l’hôtellerie-restauration et du BTP.

« Pour un XXIème siècle solidaire »

Créé en 2009 à l’initiative de la MGEN, l’Institut Montparnasse a pour ambition d’apporter un nouveau regard sur la Sécurité sociale, pour contribuer à en renforcer le caractère solidaire. Elle veut bousculer les idées reçues par des analyses et réflexions nouvelles sur quatre grandes thématiques :
  • « perspectives de l’Assurance-maladie »,
  • « financement et contribution de la Sécurité sociale à l’économie »,
  • « assurance et société »,
  • « solidarité et société ».

Les travaux de chaque thématique sont respectivement placés sous la responsabilité de Didier Tabuteau (directeur de la chaire santé de Sciences-Po), Jean-Hervé Lorenzi (directeur de la chaire transitions démographiques, transitions économiques de l’Université Paris-Dauphine, président du Cercle des économistes), François Ewald (Professeur au CNAM, directeur de l’École nationale d’assurance), Michel Wieviorka (directeur d’étude à l’EHESS, directeur de la Fondation Maison des sciences de l’homme).

L’institut a initié une première série d’études dont les orientations et certaines conclusions ont été présentées lors de son colloque du 18 novembre 2011. Ces études seront achevées et publiées à la fin de l’année.

Vieillissement de la population : un facteur minime d’augmentation des dépenses de santé

L’étude sur les déterminants des dépenses de santé dirigée par Brigitte Dormont (chaire santé de Paris-Dauphine) contredit l’idée répandue selon laquelle les dépenses de santé augmentent du fait du vieillissement de la population.

Cette idée repose sur deux constats :
  • la proportion des plus de 65 ans dans la population augmente fortement (autour de 17 % actuellement et 27 % en 2050),
  • les dépenses de santé moyennes des personnes âgées sont supérieures à celles des autres tranches d’âges (en 2000 : 1 100€ par an à 30 ans, 3 600€ à 70 ans).

Pourtant, l’essentiel de l’augmentation des dépenses provient de la dynamique du progrès médical.

Entre 2000 et 2008, les dépenses ont ainsi cru de 20,5 % dont 3,8 % liés au vieillissement et 12,4 % aux changements de pratiques. Dans la hausse très importante des dépenses de médicaments (+57,6 %), le vieillissement compte pour 4,8 % et les changements de pratiques pour 36 %.

Un double processus est à l’œuvre : la médecine innove avec de nouveaux traitements (pratiques médicales, médicaments) et ces innovations sont diffusées largement. Par exemple, l’angioplastie est plus performante et moins onéreuse que le pontage. De ce fait, cette pratique a été récemment généralisée, ce qui induit au final, une dépense plus forte à l’échelle nationale.

L’enquête apporte ainsi la preuve que la hausse des dépenses n’est pas un phénomène naturel, non-maîtrisable, mais le résultat d’une évolution collectivement souhaitée. Maîtriser les dépenses implique alors de s’assurer que les nouvelles pratiques apportent de réels progrès pour les patients.

Dépenses de santé : un investissement bénéfique à la croissance économique


Une équipe de l’EN3S (étude Fargeon, Brunat, Euzéby) confirme que la hausse des dépenses contribue positivement au développement économique.

Dans le PIB (en 2005), la valeur ajoutée de la santé est de 9,3 %, soit plus que le BTP (5,8 %) et l’hôtellerie-restauration (2,3 %) réunis.

L’assurance-santé contribue également fortement au niveau de vie des ménages, et donc à la consommation. En 2003, la santé représentait 41,3 % des transferts sociaux en nature, soit 3 843 € (revenus primaires moyens : 45 015 €).

Ces transferts permettent, par ailleurs, de réduire les inégalités sociales : les 20 % des ménages ayant les revenus primaires les plus faibles percevant davantage (3 945 €) que les 20 % ayant les revenus les plus élevés (3 550 €).

L’étude prouve ainsi que l’investissement dans la santé profite à l’économie dans son ensemble. Il s’agit d’une conclusion très importante alors que la santé publique, à travers l’Assurance-maladie et l’hôpital, est de plus en plus présentée comme un coût et que la légitimité des dépenses sociales comme levier de performance économique est mise en cause.

Financement d’une protection sociale durable, prédiction en assurance-santé : de nouvelles études en préparation

Plusieurs scénarios de financement de la Sécurité sociale seront prochainement proposés par une étude spécifique (Université Dauphine, direction Jean-Hervé Lorenzi). Avec l’augmentation à venir de la proportion de retraités par rapport aux actifs, le creusement des déficits est en effet inéluctable si le financement actuel, qui repose uniquement le travail, n’est pas modifié en profondeur. L’étude ébauche plusieurs scénarios et étudie l’impact d’éventuels nouveaux prélèvements obligatoires (CSG, TVA sociale, taxation des échanges financiers…) sur l’économie. Cette modélisation sera une aide à la décision publique.

François Ewald a initié une seconde étude sur l’impact de l’émergence du « big data ». Les technologies numériques permettant la collecte de données en quantités exponentielles, leur exploitation ouvre des perspectives en matière de prédiction d’événements. En santé, cela pourrait influencer la prévention et l’assurance. Face aux nombreuses réticences que la gestion de données personnelles suscite légitimement, cette étude analyse les risques et les opportunités. 

http://www.miroirsocial.com/actualite/la-sante-rapporte-plus-a-l-economie-plus-que-l-hotellerie-restauration-et-le-btp
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