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25/11/2011

Contas do Governo da adesão à greve não batem certo

Mariana Adam   

No balanço da tarde foram considerados mais 60 mil funcionários públicos do que na manhã. Finanças não esclarecem.
As contas do Governo sobre a adesão à greve geral de ontem parecem não bater certo. No primeiro balanço, divulgado ontem às 11h30, e que deu conta de uma adesão de 3,60%, foi considerado um universo de 355 mil funcionários públicos. Seis horas depois, no balanço da tarde, esse universo já era de 416 mil trabalhadores, mostram os documentos disponibilizados na página da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).
Questionado pelo Económico sobre o assunto, fonte oficial do Ministério das Finanças respondeu: "Não há qualquer comentário sobre as questões em causa".

Além do número de funcionários públicos que aderiu à greve, o Governo contabilizou também o número de serviços afectados e, também aí, as contas não batem certo. No primeiro balanço foi considerado um universo de 864 serviços, dos quais 112, ou 12,96%, estavam encerrados devido à greve. Mas na segunda avaliação do governo, divulgada a meio da tarde, o universo tido em conta já era de 2.410 serviços, isto é, mais do dobro do que na manhã. Desses, segundo o Governo, 296, ou 12,28%, não estavam a funcionar devido à paralisação.
E há ainda outra "irregularidade". É que os dados discriminados Ministério a Ministério sobre o número de funcionários de cada pasta governativa, também variam da manhã para a tarde. No Ministério da Economia, por exemplo, às 11h30 é considerado um total de 10384 funcionários. Seis horas mais tarde esse universo já é de 10525 trabalhadores.

http://economico.sapo.pt/noticias/contas-do-governo-da-adesao-a-greve-nao-batem-certo_132330.html

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