À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

12/09/2009

Da guerra

José Luís Fiori

Entre 1495 e 1975, as Grandes Potências estiveram em guerra durante 75% do tempo, começando uma nova guerra a cada sete ou oito anos. Mesmo nos anos mais pacíficos deste período, entre 1816 e 1913, estas potências fizeram cerca de 100 guerras coloniais. E ao contrário das expectativas, a cada novo século, as guerras foram mais intensas e violentas do que no século anterior (J. Levy, “War in the modern Great Power System”, Ky Lexington, 1983). Por isso, se poder dizer que as guerras foram a principal atividade dos estados nacionais europeus, durante seus cinco séculos de existência, e agora de novo, o século XXI já começou sob o signo das armas. Mas apesar disto, segue sendo um tabu falar e analisar objetivamente o papel das guerras na formação, na evolução e no futuro do sistema inter-estatal capitalista, que foi “inventado” pelos europeus, nos séculos XVI e XVII, e só se transformou num fenômeno universal, no século XX. Talvez, porque seja muito doloroso aceitar que as guerras não são um fenômeno excepcional, nem decorrem de uma “necessidade econômica”. Ou porque seja muito difícil de entender que elas seguirão existindo, mesmo que não ocorram enfrentamentos atômicos entre as Grandes Potências, porque elas não precisam ser travadas para cumprir seu “papel” dentro do sistema inter-estatal. Basta que sejam planejadas de forma complementar e competitiva.

A primeira vista, tudo isto parece meio absurdo e paradoxal. Mas tudo fica mais claro quando se olha para o começo desta história, e se entende que o sistema mundial em que vivemos, foi uma conquista progressiva dos primeiros estados nacionais europeus. E desde os seus primeiros passos, este sistema nunca mais deixou de se expandir, “liderado” pelo crescimento competitivo e imperial de suas Grandes Potências, que lutam permanentemente para manter ou avançar sua posição relativa dentro do sistema. Por isto, tem razão o cientista político norte-americano, John Mearsheimer, quando diz que “as Grandes Potências têm um comportamento agressivo não porque elas queiram, mas porque elas têm que buscar acumular mais poder se quiserem maximizar suas probabilidades de sobrevivência, porque o sistema internacional cria incentivos poderosos para que os estados estejam sempre procurando oportunidades de ganhar mais poder às custas dos seus rivais...”. (Mearsheimer, “The tragedy of the great powers”, 2001: 21).

Neste processo competitivo, a guerra, ou a ameaça da guerra, foi o principal instrumento estratégico utilizado pelos estados nacionais, para acumular poder e definir a hierarquia mundial. E as potências vencedoras - que se transformaram em “líderes” do sistema - foram as que conseguiram conquistar e manter o controle monopólico das “tecnologias sensíveis”, de uso militar. Por sua vez, esta competição pela ponta tecnológica, e pelo controle monopólico dos demais recursos bélicos, deu origem à uma dinâmica automática e progressiva, de preparação contínua para as guerras. Numa disputa que aponta todo o tempo, na direção de um império único e universal. Mas, paradoxalmente, este império não poderá ser alcançado sem que o sistema mundial perca sua capacidade conjunta de seguir se expandindo. Por que? Porque a vitória e a constituição de um império mundial seria sempre a vitória de um estado nacional específico. Daquele estado que fosse capaz de impor sua vontade e monopolizar o poder, até o limite do desaparecimento dos seus competidores. Se isto acontecesse, entretanto, acabaria a competição entre os estados, e neste caso, os estados não teriam como seguir aumentando o seu próprio poder.

Ou seja, neste sistema inter-estatal inventado pelos europeus, a existência de adversários é indispensável para que haja expansão e acumulação de poder, e a preparação contínua para a guerra é o fator que ordena o próprio sistema. Assim mesmo, como a “potência líder” também precisa seguir acumulando poder, para manter sua posição relativa, ela mesma acaba atropelando as instituições e os acordos internacionais que ajudou a criar num momento anterior. Ela é quem tem maior poder relativo dentro do sistema, e por isto, ela é que acaba sendo, quase sempre, a grande desestabilizadora de qualquer ordem internacional estabelecida.

Agora bem, a preparação para a guerra, e as próprias guerras, nunca impediram a complementaridade econômica e a integração comercial e financeira, entre todos os estados envolvidos nos conflitos. Pelo contrário, a mútua dependência econômica sempre foi uma peça essencial da própria competição. Às vezes, predominou o conflito, às vezes a complementaridade, mas foi esta “dialética” que se transformou no verdadeiro motor político-econômico do sistema inter-estatal capitalista, e no grande segredo da vitória européia, sobre o resto do mundo, a partir do século XVII.

Entre 1650 e 1950, a Inglaterra participou de 110 guerras aproximadamente, dentro e fora da Europa, ou seja, em média, uma à cada três anos E entre 1783 e 1991, os Estados Unidos participaram de cerca de 80 guerras, dentro e fora da América, ou seja, em média, também, uma a cada três anos. (M. Coldfelter, “Warfare and armed conflicts”, MacFarland, Londres, 2002). Como resultado, neste início do século XXI, os Estados Unidos tem acordos militares com cerca de 130 países, ao redor do mundo, e mantém mais de 700 bases militares, fora do seu território. E assim mesmo, devem seguir se expandindo - independente de qual seja o seu governo - sem precisar ferir necessariamente o Direito Internacional, e sem precisar dar explicações a ninguém. Por isto, soa absolutamente cômica e desnecessária a justificativa de que as novas bases militares dos EUA, na Colômbia, tem a ver com o combate ao narcotráfico e a guerrilha local, assim como os argumentos que associam a instalação do escudo anti-mísseis dos EUA, na fronteira com a Rússia, com o controle e bloqueio de foguetes iranianos. Como soa ridícula, neste contexto, a evocação do “princípio básico da não ingerência”, na defesa das decisões colombianas, polacas ou checas. Neste “jogo” não há limites e por mais lamentável que seja, os “neutros” são irrelevantes ou sucumbem, e só lhes restam duas alternativas, para os que não aceitam aliar-se ou submeter-se à potencia expansiva: no caso dos mais fracos, protestar; e no caso dos demais, defender-se.
Carta Maior - 09.09.09

Hablan de que terminó la crisis pero siguen quebrando bancos

Eduardo Lucita

Algunas voces excesivamente entusiastas hablan del fin de la crisis mundial. Ciertos gurúes derrochan optimismo pero los indicadores dicen otra cosa. Hay diferencias en los países centrales por las medidas a adoptar.

Distintos centros internacionales dan cuenta que la crisis mundial ya pasó, que ahora viene la recuperación. Analistas y gurúes locales se hacen eco y agregan de su propia cosecha. Sin embargo una cosa es la relativa estabilidad financiera alcanzada y otra el cuadro de situación de la producción, el consumo y el empleo.

Efectivamente el domingo pasado un reconocido analista internacional afirmó en uno de los principales medios gráficos del país: "Terminó la recesión de la economía mundial en el segundo trimestre de este año y comenzó una recuperación global arrastrada por los países emergentes". ¿Es tan así? ¿Se puede firmar tamaña certidumbre? Veamos.

Los datos

En las últimas semanas una catarata de datos positivos informan que la economía mundial, medida por el comportamiento de los principales países, ha detenido su caída y comenzado a salir del pozo en el que cayera desde mediados del 2007. Así los principales mercados bursátiles del mundo vienen reaccionando positivamente. Alemania y Francia, las locomotoras de la economía europea, habrían dejado atrás la recesión, porque sus datos estadísticos muestran un crecimiento del 0,3 por ciento de sus respectivos PBI, algo similar se estima para Japón. Por su parte China ha retomado el crecimiento por arriba del 7 por ciento. En Inglaterra ha levantado la venta de automotores y también mejora la colocación de viviendas. Las propiedades en EE.UU. han detenido su depreciación y la caída de la economía estadounidense en el segundo trimestre fue solamente de 1,7 por ciento, una disminución del ritmo de contracción si se la compara con el 5,8 que cayó en el primer trimestre. Por otra parte los precios de algunas materias primas se han recuperado de la fuerte caída de meses atrás, aunque sin alcanzar aquellos valores.

Para cierta mirada es como si lo peor se hubiera ya superado, como si todo hubiera regresado a la normalidad. Los gurúes de la City parecen haber dejado atrás el ataque de pánico que los abrazaba y han vuelto a hablar de la falta de regulaciones, de ambiciones desmedidas de banqueros y especuladores, de fallas del mercado. Casi mágicamente sus temores han desaparecido de la escena.

Sin embargo...


Este optimismo no parece totalmente fundado, no puede hacer olvidar que el freno en la caída ha sido posible merced al salvataje financiero que los distintos gobiernos lanzaron al mercado para rescatar a bancos y empresas, complementados con los paquetes de estímulos fiscales para mantener un mínimo nivel de demanda. Ahora bien en los EE.UU. los diversos apoyos financieros han hecho trepar el déficit fiscal a 1,5 billones (millón de milllones) de dólares, lo que representa algo más del 10 por ciento del PBI, un alto porcentual de ese déficit deberá ser cubierto con fondos provistos por la Reserva Federal, cuyo balance ya se encontraba complicado por la obligada compra de títulos y acciones para evitar la quiebra bursátil.

Al mismo tiempo los efectos del rescate bancario siguen siendo inciertos. Quince días atrás la Agencia Federal de Garantías de Depósitos Bancarios (FDIC, según sus siglas en inglés) dio a conocer un informe de los bancos que presentan problemas de capitalización y cartera vencida. En el período marzo-junio de este año la cantidad de bancos con este tipo de problemas creció en 111 instituciones, llegando a 416, la cifra más elevada en 15 años.

Los programas de estímulo -a diferencia de lo que pasó en Argentina- dieron cierto resultado alimentando el consumo, pero esto parece ser algo de corto alcance y su impacto comienza a agotarse. Las encuestas sobre confianza del consumidor arrojan que hay que esperar una reducción importante y duradera en los niveles de consumo de la sociedad estadounidense, que temerosa por el futuro inmediato decide ahora ahorrar más que consumir. Es que la tasa de desocupación creciente es una amenaza más que sensible. Tanto en los EEUU, como en los países de la eurozona, es cercana al 10 por ciento, con un pico en España superior al 18. La OIT ya señaló que aún cuando la economía comience a recuperarse la creación de empleo reacciona siempre varios años más tarde.

Otra vez el G20


El fin de semana pasado los ministros de Economía de los países que componen el llamado grupo de los veinte -países desarrollados más emergentes de Asia y América Latina- se reunieron en Londres en una cita preparatoria de la cumbre de presidentes que será a fines de mes en Pittsburg.

Dos tendencias se manifestaron allí. Por un lado EE.UU. e Inglaterra que lograron imponer que "se seguirá con la aplicación de nuestras medidas necesarias de apoyo financiero y políticas fiscales expansivas, hasta tanto la recuperación esté asegurada" según consta en la declaración final. Por el otro las potencias centrales europeas encabezadas por Alemania y Francia que buscan controlar y limitar la actividad especulativa del sistema bancario, preocupadas por los datos de desempleo, el déficit, el endeudamiento y bajo consumo que sigue registrando la primera economía mundial. Temen un nuevo colapso bancario en EE.UU. que vuelva a desequilibrar al conjunto de la economía global. No es para menos, otros cinco bancos de EE.UU. quebraron la semana pasada, elevando a 86 el total de instituciones financieras que se han hundido en lo que va del año, un aumento sustancial respecto a las 25 quiebras del año pasado.

Pero no sólo esto está en debate. Los presidentes deberán decidir también qué estrategias se darán en cada país para comenzar a desarmar las políticas de estímulo -aumento considerable del gasto público y bajas en las tasa de interés- cómo reabsorber la enorme cantidad de dinero emitida sin respaldo alguno (incluso el aumento de los derechos especiales de giro -DEG- del FMI no tiene respaldo. En Londres el ministro alemán de finanzas no dudó en señalar que revertir las políticas tributarias lanzadas para combatir la crisis "debería tener lugar lo antes posible para reducir los déficit a un nivel sostenible e impedir amenazas inflacionarias" y agregó: "estas estrategias de salida deberían ser coordinadas internacionalmente y realizarse una vez que la recuperación de la economía se haya afianzado".

EE.UU. y el FMI se oponen a la propuesta alemana. Saben que los bajos niveles de consumo actuales y la menor propensión de los consumidores a endeudarse se agravaria y la economía se tornaría más recesiva aún. Tienen claro que necesitarán de mayores estímulos, pero no acuerdan en cómo manejar a futuro los déficits fiscales, que crecen en forma más que alarmante, y las inevitables presiones inflacionarias, por ahora contenidas por la recesión.

Recuperación muy débil


Así el ansiado fin de la recesión y el deseado inicio de la salida de la crisis tienen bases más que endebles y en el mejor de los casos están anunciando una recuperación malsana, en el sentido que no tiene sólidos fundamentos como para reimpulsar un ciclo de crecimiento global.

Los principales analistas del mundo han dejado atrás la tesis de la crisis en forma de V, rápida caída y veloz recuperación, por el contrario los mas optimistas se inclinan por la forma de U, caída, un tiempo de baja intensidad económica y luego la trepada. Pero también están los que auguran una crisis en forma de W, caída, débil recuperación y nueva caída para luego retomar el ciclo alcista. Nadie sabe bien donde está parada hoy la economía global, en opinión de este columnista es muy probable se ingrese en un período de estancamiento, tipo Japón en los '90, cuando la economía dejó de caer pero tampoco se recuperó por varios años. Los costos sociales de esta crisis en forma de L no son menores.
Rebelion - 12.09.09

Crisis económica y mercado de las armas

Juan Francisco Coloane

Brasil está comprando equipamiento bélico (de Francia) por un valor cercano a los 12 mil millones de dólares. El gasto incluye un submarino nuclear y aviones de combate.

Con esta masiva compra de equipamiento bélico a Francia, Brasil se convierte en uno de los principales compradores de armas en el ámbito de los países en vías de desarrollo, al mismo tiempo que se refuerza como la mayor potencia militar de la región.

Brasil no obstante, para ser potencia regional debe entrar en la liga mayor de las viejas potencias, por lo tanto se debe comprometer cada vez más con la alianza transatlántica que es una forma subsidiaria de representar el colonialismo e imperialismo tradicional.

Brasil no se “arma” para equilibrar el poderío de EEUU. Al contrario, Brasil se corona como el embajador de las potencias occidentales en la región como su poder subrogante.

Hay que considerar que Estados capitalistas con ejércitos poderosos, son en la práctica las elites del poder armadas hasta los dientes, y Brasil es un ejemplo de una elite que no ha cedido su poder como lo puede comprobar el Gobierno de Lula diariamente.

No es una incógnita que Brasil aspire a ser potencia bélica. Es una crónica anunciadísima a partir del semi colapso de la Trilateral, con el fin del poder de la Ex URSS. La alianza transatlántica ya no da más en su esfuerzo por controlar un mundo desprogramado a partir del fin de la bipolaridad americano-soviética. Brasil es exactamente lo que necesita esa alianza para recuperar el control total de zonas estratégicas claves en el hemisferio occidental.

Francia a su vez, comienza a competir como el segundo vendedor de armas a los países en vías de desarrollo. Rusia no recupera aún su nivel de ventas de 2007.

La carrera armamentista no cede a pesar de la crisis económica mundial. Esta operación representa más de un 25 % del valor total de venta de material bélico a los países en vías de desarrollo en 2008.

Preocupante y vergonzoso. Hay dinero para reforzar la capacidad bélica mientras el mundo en vías de desarrollo enfrenta una de las peores crisis de alimentos post Segunda Guerra Mundial, como señalan los informes de la FAO en 2008.

Según un informe del Congreso de EEUU (2008), los principales compradores de la venta de armas en el mundo son países en vías de desarrollo.

El principal vendedor es EEUU con ventas por U$S 37.8 mil millones en 2008 representando el 68% del mercado, cuyos principales clientes están en Asia y el Medio Oriente.

La venta a los países en vías de desarrollo ascendió en 2008 a 42 .2 mil millones de dólares, un nivel levemente superior a las ventas en 2007 que alcanzó 41 .1 mil millones, pero igualmente se sitúan bajo un clima de advertencia de una crisis económica.

Una gran proporción de las ventas de armamento de 2008, responde a procesos de negociaciones y convenios iniciados antes de la crisis económica de 2008, aunque se consolidan y se sellan cuando esta crisis comenzaba a estallar.

Es natural que el complejo proceso de compra y venta de armas en los países, no pueda estar sujeto a los vaivenes bruscos de la economía y allí reside precisamente el principal problema.

Hay una prerrogativa en el sistema bélico de las naciones que lo hace funcionar como el sistema paralelo por excelencia en la estructura del Estado. Es la seguridad estratégica de las naciones, y al constituir el eslabón más protegido de una supuesta democracia con participación ciudadana, se transforma en el problema que ningún sistema político ha resuelto. ¿Dónde está la política? ¿Donde están los políticos?

Seguramente sustentando el sistema paralelo de la guerra, o recogiendo dividendos en el carrusel musical del poder.

El proceso de compra de armas con las cifras expuestas se llevó a cabo en medio de la gestación de la crisis económica, y continuó mientras se hacía más aguda. En algunos frentes de opinión y análisis se advirtió, aunque prevaleció la lógica de la protección bélica del estado.

El lucrativo mercado de las armas de los países no se detuvo en 2008, exhibiendo una cifra de US$ 55.2 mil millones, no obstante una reducción de un 7.6% respecto a 2007.

En un corte transversal, se percibe la incapacidad de los países con poderío bélico menor, para equilibrar el poderío militar de los EEUU. En cada región, se observan a los Estados concentrados en su poderío militar -en algunos casos de carácter nuclear-, estimulando un tipo de relaciones internacionales sobre determinadas por la variable bélica.

El internacionalismo multilateral e integracionista, seriamente dañado con la invasión a Irak en 2003, aún no recupera las bases de confianza, elemento central en las relaciones internacionales, mientras el derecho internacional mantiene su estado embrionario y carente de poder, con un ejemplo cúspide: la demora en ratificar el Tribunal Penal Internacional.

En buena medida, el voluntarismo que promueve un criterio global de bien común, y los movimientos sociales con un foco específico en la paz y el desarme nuclear, han sido cooptados en la agenda del poder. Se privilegia el comercio mientras no se ha incrementado el esfuerzo político para construir instrumentos que promuevan la integración y la cooperación. Por el contrario, se observa una reafirmación de los nacionalismos y la protección exacerbada.

Al comprar más armamento, se confirma la disminuida confianza de los estados en los organismos internacionales y sus instrumentos. Mientras se constata una intensa economía global, no existe la misma predisposición parta obtener una paz y un orden global de seguridad con sentido humano. Por donde se observe, hay una tendencia a la tensión y a resolver los conflictos con posiciones de confrontación y de guerra.

Es así que en medio de la peor crisis económica desde la recesión de 1929, después de una dolorosa Segunda Guerra Mundial, con varias guerras posteriores como en Corea, Vietnam, Balcanes, Medio Oriente, India-Pakistán, Irak y Afganistán (2001-2009) entre otras, para reajustar supremacías y equilibrios, las armas continúan siendo el gran negocio del sistema paralelo generado.

El concepto de acción preventiva está instaladísimo, y el corte histórico que ha producido la exacerbación ideológica del neoconservadurismo, obliga a que la formulación política determine que el hoy y el mañana sean los elementos más constitutivos del sentido del poder. Legados, enseñanzas, el nostálgico historicismo, no forman parte de la filosofía política actual y pertenecen a los museos, si es que pertenecen a algo.

El espacio del poder bélico está apto para las mezclas de asociaciones entre Estados en las formas más insospechadas con la sola función de proteger el capital transnacional. Brasil con su ambición más reciente de potencia, así como la más antigua de Irán, forman el “menú fusión” de una nueva manera de “cocinar” el poder internacional.
Rebelion - 12.09.09

The Economy Will Not Recover Until Trust is Restored

Washington's Blog - Global Research, September 11, 2009

A 2005 letter in premier scientific journal Nature reviews the research on trust and economics:

Trust ... plays a key role in economic exchange and politics. In the absence of trust among trading partners, market transactions break down. In the absence of trust in a country's institutions and leaders, political legitimacy breaks down. Much recent evidence indicates that trust contributes to economic, political and social success.

Forbes wrote an article in 2006 entitled "The Economics of Trust". The article summarizes the importance of trust in creating a healthy economy:

Imagine going to the corner store to buy a carton of milk, only to find that the refrigerator is locked. When you've persuaded the shopkeeper to retrieve the milk, you then end up arguing over whether you're going to hand the money over first, or whether he is going to hand over the milk. Finally you manage to arrange an elaborate simultaneous exchange. A little taste of life in a world without trust--now imagine trying to arrange a mortgage.

Being able to trust people might seem like a pleasant luxury, but economists are starting to believe that it's rather more important than that. Trust is about more than whether you can leave your house unlocked; it is responsible for the difference between the richest countries and the poorest.

"If you take a broad enough definition of trust, then it would explain basically all the difference between the per capita income of the United States and Somalia," ventures Steve Knack, a senior economist at the World Bank who has been studying the economics of trust for over a decade. That suggests that trust is worth $12.4 trillion dollars a year to the U.S., which, in case you are wondering, is 99.5% of this country's income. ***

Above all, trust enables people to do business with each other. Doing business is what creates wealth. ***

Economists distinguish between the personal, informal trust that comes from being friendly with your neighbors and the impersonal, institutionalized trust that lets you give your credit card number out over the Internet.

Similarly, market psychologists Richard L. Peterson M.D. and Frank Murtha, Ph.D. wrote in October:

Trust is the oil in the engine of capitalism, without it, the engine seizes up.

Confidence is like the gasoline, without it the machine won't move.

Trust is gone: there is no longer trust between counterparties in the financial system. Furthermore, confidence is at a low. Investors have lost their confidence in the ability of shares to provide decent returns (since they haven't).

And two professors of finance write:

The drop in trust, we believe, is a major factor behind the deteriorating economic conditions. To demonstrate its importance, we launched the Chicago Booth/Kellogg School Financial Trust Index. Our first set of data—based on interviews conducted at the end of December 2008—shows that between September and December, 52 percent of Americans lost trust in the banks. Similarly, 65 percent lost trust in the stock market. A BBB/Gallup poll that surveyed a similar sample of Americans last April confirms this dramatic drop. At that time, 42 percent of Americans trusted financial institutions, versus 34 percent in our survey today, while 53 percent said they trusted U.S. companies, versus just 12 percent today.

As trust declines, so does Americans’ willingness to invest their money in the financial system. Our data show that trust in the stock market affects people’s intention to buy stocks, even after accounting for expectations of future stock-market performance. Similarly, a person’s trust in banks predicts the likelihood that he will make a run on his bank in a moment of crisis: 25 percent of those who don’t trust banks withdrew their deposits and stored them as cash last fall, compared with only 3 percent of those who said they still trusted the banks. Thus, trust in financial institutions is a key factor for the smooth functioning of capital markets and, by extension, the economy. Changes in trust matter.

They quote a Nobel laureate economist on the subject:

“Virtually every commercial transaction has within itself an element of trust,” writes economist Kenneth Arrow, a Nobel laureate. When we deposit money in a bank, we trust that it’s safe. When a company orders goods, it trusts its counterpart to deliver them in good faith. Trust facilitates transactions because it saves the costs of monitoring and screening; it is an essential lubricant that greases the wheels of the economic system.

Americans clearly don't trust the big banks and financial companies.

The Financial Giants Don't Trust Each Other, Either

Indeed, as leading economists have pointed out, the big financial institutions don't even trust each other, because they know that all of the other companies might have hidden toxic assets in SIVs, overvalued their assets, gamed their books, or otherwise tried to bury their problems.

For example, Anna Schwartz - co-author with Milton Friedman of the leading monetarist book on the Great Depression - told the Wall Street Journal:

We now hear almost every day that banks will not lend to each other, or will do so only at punitive interest rates...This is not due to a lack of money available to lend, Ms. Schwartz says, but to a lack of faith in the ability of borrowers to repay their debts. "The Fed," she argues, "has gone about as if the problem is a shortage of liquidity. That is not the basic problem. The basic problem for the markets is that [uncertainty] that the balance sheets of financial firms are credible."

So even though the Fed has flooded the credit markets with cash, spreads haven't budged because banks don't know who is still solvent and who is not. This uncertainty, says Ms. Schwartz, is "the basic problem in the credit market. Lending freezes up when lenders are uncertain that would-be borrowers have the resources to repay them. So to assume that the whole problem is inadequate liquidity bypasses the real issue"...

In the 1930s, as Ms. Schwartz and Mr. Friedman argued in "A Monetary History," the country and the Federal Reserve were faced with a liquidity crisis in the banking sector...

But "that's not what's going on in the market now," Ms. Schwartz says. Today, the banks have a problem on the asset side of their ledgers -- "all these exotic securities that the market does not know how to value."

"Why are they 'toxic'?" Ms. Schwartz asks. "They're toxic because you cannot sell them, you don't know what they're worth, your balance sheet is not credible and the whole market freezes up. We don't know whom to lend to because we don't know who is sound."

As financial writer Will Hutton says:

"Such was the break down in trust and sense of panic that some of the most familiar names in British high street banking would not lend to each other at all or, at best, just overnight. Instead, the Bank of England had to supply tens of billions to banks who found the normal sources of funds blocked.

***
Unless there is a radical and government-led change in ownership, structure, regulation and incentives so that the principles of fairness are put at the heart of the Anglo American financial system - proportionality of reward and fair distribution of risk - there is no chance of the return of trust and integrity upon which long-term recovery depends."

Princeton economist and former Secretary of Labor Robert Reich agrees that Wall Street's biggest problem right now is the collapse of trust:

The problem is, government bailouts, subsidies, and insurance aren't really helping Wall Street. The Street's fundamental problem isn't lack of capital. It's lack of trust. And without trust, Wall Street might as well fold up its fancy tents.

Reich also writes:

Despite all the money going directly to the big banks, despite all the government guarantees and loans and special tax breaks, despite the shot-gun weddings and bank mergers, despite the willingness of the Treasury and the Fed to do almost whatever the banks have asked, the reality is that credit is not flowing.

Why? Because the underlying problem isn't a liquidity problem. As I've noted elsewhere, the problem is that lenders and investors don't trust they'll get their money back because no one trusts that the numbers that purport to value securities are anything but wishful thinking. The trouble, in a nutshell, is that the financial entrepreneurship of recent years -- the derivatives, credit default swaps, collateralized debt instruments, and so on -- has undermined all notion of true value.

Many of these fancy instruments became popular over recent years precisely because they circumvented financial regulations, especially rules on banks' capital adequacy. Big banks created all these off-balance-sheet vehicles because they allowed the big banks to carry less capital.

(For more on credit default swaps, see this).

In other words, I would argue that our economy is not fundamentally stabilizing (notwithstanding a couple of temporary "green shoots") because the government and the financial giants are taking actions and releasing data which encourage more distortion and less trust.

The crisis will deepen unless honest and transparent accounting is used, investments become transparent and understandable again, and the government stops gaming the system for the benefit of the big boys.

As John Carney writes:

"We're probably making things worse. Allowing insolvent institutions to fail and requiring worthless and worth less assets to be fully written down would provide transparency to the market. Instead, we're dedicated to the post-Lehman proposition of "Never Again." The various programs of our government continue to obscure asset pricing and conceal insolvency. This means that you can't trust the market to tell you which firms are failing.

Twisting the arms of bankers to lend to institutions that may be insolvent is a recipe for deepening the crisis. We've just been through a period of malinvestment--we spent too much borrowed money on junk. Borrowing more to spend on junk only digs us in deeper.

Bank lending won't get going again until trust in the markets can be restored. Fighting a Great Depression era problem probably won't help. More transparency, which means more write-downs and failures, is probably necessary if we're going to get through this. Unfortunately, we're still sailing in the opposite direction."

(For more on allowing insolvent institutions to fail, see this)

Happy Talk: Then and Now

It is true that consumers and small investors drive a large portion of the economy. And it is true that consumers and small investors, in turn, are largely driven by their perception of what is happening.

But I would also argue that all of the happy talk in the world won't turn the economy around when the fundamentals of the economy are lousy, or there has been a giant bubble and vast overleveraging, or there has been massive fraud, or the government has gone so far into debt that it has formed a black hole.

Happy talk did not work during the first couple of years of the Great Depression, once the speculative bubble and leverage of the Roaring 20's burst, leading to the inevitable crash.

As economist Irving Fisher pointed out (as recounted by economist Steve Keen):

Hobbled by this naive belief in equilibrium, the economics profession was as unprepared for today’s crisis as it had been for the Great Depression. Now that the crisis is well and truly with us, all conventional “neoclassical” economists can offer is the hope that the crisis can be overcome by a good, strong dose of confidence.

From [Irving] Fisher’s point of view, such a belief is futile. In an economy with an excessive level of debt and low inflation, he argued that confidence was irrelevant–and in fact dangerously misleading, as he knew from painful personal experience.

University of Maryland professor economics professor and former Chief Economist at the U.S. International Trade Commission Peter Morici wrote in 2006:

The speculative frenzy of recent years is causing a major adjustment, and the happy talk of realtors is prolonging the process. The absence of realistic analysis about the extent of overvaluation is characteristic in an industry that sees nothing but an upward progression for values, but houses like any other asset can be overpriced.

Things are likely to get worse before they get better.

Morici was pointing out that there was a bubble in housing, and happy talk would not keep the bubble from bursting.

As Washington Post business writer Steven Pearlstein predicted in August 2007:

Despite the happy talk from Washington and Wall Street investment houses -- eerily reminiscent, by the way, of the early days of the savings-and-loan crisis of the late '80s -- these shocks [the subprime and credit crises] will have serious consequences ...

And economist James Galbraith is saying now (just as his father economist John Kenneth Galbraith said 50 years ago) - that "happy talk" won't solve the crisis.

Indeed, the chair of the congressional oversight committee of the bailouts (Elizabeth Warren) and the senior regulator during the S & L crisis (William Black) both say that hiding the true state of affairs and trying to put a happy face on an economic crisis just prolongs the length and severity of the crash

Donald W. Riegle Jr. - former chair of the Senate Banking Committee from 1989 to 1994 - wrote (along with the former CEO of AT&T Broadband and the international president of the United Steelworkers union) wrote recently:

It's almost as if the [Obama] administration is opting for a rose-colored-glasses PR strategy rather than taking a hard-nose look at actual consumer and employment figures and their trends, and modifying its economic policies accordingly.

In short, happy talk and fake confidence-building exercises (like the stress tests, which Time Magazine called a con game) don't work.

Efforts to Instill False Confidence Will Backfire

Indeed, I believe that trying to instill false confidence will actually backfire on Summers, Geithner, Bernanke and the boys and make the crisis worse.

Why?

Well, initially, as Yves Smith points out:

Team Obama has made it clear that it sees restoring confidence as paramount, when anyone with consumer marketing experience will tell you that advertising campaigns that make exaggerated claims about the product often don’t simply fail (as in customers see through the hype) but often backfire (buyers discount future ad messages about the product). The press has had a manipulated feel, with readers on sending news stories that have misleadingly positive stories with Panglossian headlines and upbeat initial paragraphs that are often undercut by other material in the same article.

So in our new branding, “the economy is no longer in a freefall” has become “recovery.” The self-congratulatory tone among US financial regulators (who should instead be engaging in serious self-recrimination for failing to foresee and prevent this crisis) is premature.

In addition, psychologists say that - until government and business leaders prove they can behave responsibly, and until the perpetrators of financial fraud are held accountable - real trust will not be restored and the economy will not recover

For example, one of the leading business schools in America - the Wharton School of Business - has written an essay on the psychological causes and solutions to the economic crisis. Wharton points out that restoring trust is the key to recovery, and that trust cannot be restored until wrongdoers are held accountable:

According to David M. Sachs, a training and supervision analyst at the Psychoanalytic Center of Philadelphia, the crisis today is not one of confidence, but one of trust. "Abusive financial practices were unchecked by personal moral controls that prohibit individual criminal behavior, as in the case of [Bernard] Madoff, and by complex financial manipulations, as in the case of AIG." The public, expecting to be protected from such abuse, has suffered a trauma of loss similar to that after 9/11. "Normal expectations of what is safe and dependable were abruptly shattered," Sachs noted. "As is typical of post-traumatic states, planning for the future could not be based on old assumptions about what is safe and what is dangerous. A radical reversal of how to be gratified occurred."

People now feel more gratified saving money than spending it, Sachs suggested. They have trouble trusting promises from the government because they feel the government has let them down.

He framed his argument with a fictional patient named Betty Q. Public, a librarian with two teenage children and a husband, John, who had recently lost his job. "She felt betrayed because she and her husband had invested conservatively and were double-crossed by dishonest, greedy businessmen, and now she distrusted the government that had failed to protect them from corporate dishonesty. Not only that, but she had little trust in things turning around soon enough to enable her and her husband to accomplish their previous goals.

"By no means a sophisticated economist, she knew ... that some people had become fantastically wealthy by misusing other people's money -- hers included," Sachs said. "In short, John and Betty had done everything right and were being punished, while the dishonest people were going unpunished."

Helping an individual recover from a traumatic experience provides a useful analogy for understanding how to help the economy recover from its own traumatic experience, Sachs pointed out. The public will need to "hold the perpetrators of the economic disaster responsible and take what actions they can to prevent them from harming the economy again." In addition, the public will have to see proof that government and business leaders can behave responsibly before they will trust them again, he argued.

Note that Sachs urges "hold[ing] the perpetrators of the economic disaster responsible." In other words, just "looking forward" and promising to do things differently isn't enough.

Are the "perpetrators of the economic disaster" being held accountable?

So far, Obama, Summers, Geithner, Bernanke and the crew have tried to paper over the cause and severity of the financial crisis, instead of honestly addressing them. They haven't lifted a finger to hold anyone accountable (other than a Madoff or two), but have actually thrown billions of dollars at the perpetrators (or else appointed them to government posts).

Indeed, William Black says that “the [government's] entire strategy is to keep people from getting the facts".

Economist Dean Baker made a similar point, lambasting the Federal Reserve for blowing the bubble, and pointing out that those who caused the disaster are trying to shift the focus as fast as they can:

The current craze in DC policy circles is to create a "systematic risk regulator" to make sure that the country never experiences another economic crisis like the current one. This push is part of a cover-up of what really went wrong and does absolutely nothing to address the underlying problem that led to this financial and economic collapse.

The key fact that everyone must always remember is that the story of the collapse was not complex. We did not need great minds sifting through endless reams of data and running incredibly complex computer simulations to discover the underlying problem in the economy. We just needed some people who understood the sort of arithmetic that most of us learned in 3rd grade.

If the people at the Fed, the Treasury, and in other key positions had mastered arithmetic, and were prepared to act on their knowledge, they would have taken steps to stem the growth of the housing bubble. They would have prevented the bubble from growing to the point where its inevitable collapse would bring down both the U.S. economy and the world economy...

We didn't need some super-genius to solve the mystery. We just needed an economist who could breath and do arithmetic. But the DC policy crowd tells us that if only we had a systematic risk regulator this disaster could have been prevented.

Okay, let's do a thought experiment. Suppose we had our systematic risk regulator in 2002. Would this person have stood up to Alan Greenspan and said that the country is facing a huge housing bubble the collapse of which will sink the economy?...

Alan Greenspan said that there was no housing bubble; everything was just fine. Would our systematic risk regulator have said that Greenspan was nuts and that the whole economy was a house of cards waiting to collapse?

Anyone who believes that a risk regulator would have challenged the great Greenspan knows nothing about the way Washington works. The government is run by people who first and foremost want to advance their careers.

And, the best way to advance your career in Washington is to go along with what everyone else is saying. If that was not completely obvious before the collapse of the housing bubble, it certainly should be obvious now.

How many people in government have lost their jobs because they failed to see the bubble? How many people even missed a promotion? In fact, the top financial officials in the Obama administration, without exception, completely missed the housing bubble. One might think it was a job requirement.

This lack of accountability among economists and economic analysts is the core problem that must be tackled. Unless these people are held accountable for their failures in the same way as custodians and dishwashers, there will never be any incentive to buck the crowd and point out looming disasters like the housing bubble.

The reality is that we have a systematic risk regulator. It is called the Federal Reserve Board. They blew it completely. We will do far more to prevent the next crisis by holding our current risk regulator accountable for its failure (fire people) than by pretending that we somehow had a gap in our regulatory structure and creating another worthless bureaucracy.

Remember also that the Wharton study pointed out that "the public, expecting to be protected from such abuse, has suffered a trauma of loss similar to that after 9/11."

Trying to put a happy face on a grim situation, continuing to do things which are transparent attempts to instill false confidence, and leaving in power the people who caused the crisis reinforces the market's convictions that (1) government and business leaders are behaving irresponsibly instead of addressing the fundamental problems and (2) there is no accountability.

So people's trust declines still further, thus substantially delaying any chance of a sustainable economic recovery. In other words, by trying too hard to instill confidence, the powers-that-be actually undermine it and exacerbate the financial crisis.

So What Will Help?

Keeping quiet about how bad things are won't help. As numerous leading independent economists and financial experts agree, the three things that will help are:

  1. Honestly addressing the causes of the crisis;
  2. Honestly addressing the necessary - if bitter - medicine needed to get out of the crisis; and
  3. Holding responsible those who caused the crisis.

Postscript: Time Magazine notes:

Traditionally, gold has been a store of value when citizens do not trust their government politically or economically.

In other words, the government's political actions affect investments, such as gold.

It is interesting to note that Americans no longer trust their politicians, the justice system, their ability to obtain liberty, or the media. Americans know that the boys launched the war in Iraq (which will end up costing $3-5 trillion dollars) based upon justifications which turned out to be untrue. Many Americans have read that the government imported communist Soviet Union torture techniques and then said "we don't torture". Many Americans also know that the government spied on American citizen (even before 9/11 ... confirmed here and here) while saying "we don't spy", and that the government apparently planned both the Afghanistan war (see this and this) and the Iraq war before 9/11.

This is an economic, not a political, essay. But I think the lack of trust in government concerning political issues poses an interesting question. Specifically, is it possible that the American people's distrust of the government concerning the above-described issues also bleeds over into a lack of trust in the government's economic actions and statements? In other words, if people discover that a government is lying about political issues, do people trust the government's pronouncements about economic issues less?

I don't know the answer, but analyzing the possibility could provide a researcher with an interesting project (or a PhD candidate with a potential doctoral thesis).

11/09/2009

Thatcher told Gorbachev Britain did not want German reunification

Two months before the fall of the Berlin Wall, Margaret Thatcher told President Gorbachev that neither Britain nor Western Europe wanted the reunification of Germany and made clear that she wanted the Soviet leader to do what he could to stop it.

In an extraordinary frank meeting with Mr Gorbachev in Moscow in 1989 — never before fully reported — Mrs Thatcher said the destabilisation of Eastern Europe and the breakdown of the Warsaw Pact were also not in the West’s interests. She noted the huge changes happening across Eastern Europe, but she insisted that the West would not push for its decommunisation. Nor would it do anything to risk the security of the Soviet Union.

Even 20 years later, her remarks are likely to cause uproar. They are all the more explosive as she admitted that what she said was quite different from the West’s public pronouncements and official Nato communiqués. She told Mr Gorbachev that he should pay no attention to these.

“We do not want a united Germany,” she said. “This would lead to a change to postwar borders, and we cannot allow that because such a development would undermine the stability of the whole international situation and could endanger our security.”

Her hardline views emerge from a remarkable cache of official Kremlin records smuggled out of Moscow. After Mr Gorbachev left office in 1991, copies of the state archives went to his personal foundation in Moscow. A few years ago Pavel Stroilov, a young writer doing research at the foundation, understood the huge historical significance of what they recorded. He copied more than 1,000 transcripts of all the Politburo discussions and brought them with him when he moved to London to continue his research.

His copies were made just in time, as all the transcripts of Politburo meetings and talks with foreign leaders have now been sealed. The records detail how the Russians reacted to the tumultuous events of 1989 and reveal the frantic attempts by Britain and France to halt moves to German unification by manoeuvring the Soviet Union into opposing it.

They also show the complete bemusement in the Kremlin in the face of riots across Eastern Europe and the flight of thousands of East Germans to Hungary and Czechoslovakia. And they make vividly clear Mr Gorbachev’s hatred of the old East European Communist leaders — he referred once to East Germany’s Erich Honecker as an “arsehole”,and his naive belief that if they were removed from office, East Europeans would be grateful to the Russians for promoting perestroika.

Mrs Thatcher knew full well that her remarks would cause a row if revealed. She was already courting controversy — especially among Solidarity supporters in Poland and the West — by telling Mr Gorbachev that she was “deeply impressed” by the courage and patriotism of General Wojciech Jaruzelski, the Polish Communist leader. She noted, approvingly, that Mr Gorbachev had reacted “calmly” to the results of the Polish elections, in which the Communists were defeated for the first time in an open vote in Eastern Europe, and to the other changes in Eastern Europe.

“My understanding of your position is the following: you welcome each country developing in its own way, on condition that the Warsaw Pact remains in place. I understand this position perfectly.”

Then she launched her bombshell. She asked that her next remarks should not be recorded. Mr Gorbachev agreed — but the Kremlin transcript included them anyway, noting laconically: “The following part of the conversation is reproduced from memory.” She spoke of her deep “concern” at what was going on in East Germany. She said “big changes” could be afoot.

And this led to her fear that it would all eventually lead to German reunification — an official goal of Western policy for more than a generation.

She assured Mr Gorbachev that President Bush also wanted to do nothing that would be seen by the Russians as a threat to their security. The same assurance was later spelt out in person to Mr Gorbachev at the Soviet- American summit off Malta.

The Kremlin records are an extraordinary snapshot of the confusion that accompanied the collapse of communism across Eastern Europe. The Russians knew that East Germany was vital to their interests, but they could no longer afford to prop it up. And Mr Gorbachev was determined not to send in troops in yet another bloody Soviet crackdown.

Amazingly, the Russians even discussed pulling down the Berlin Wall themselves, as revealed in Kremlin notes of a Poliburo discussion on November 3, 1989 — six days before the wall was opened:

[Vladimir] Kryuchkov [head of the KGB]: Tomorrow 500,000 people will come out on the streets of Berlin and other cities . . .

Gorbachev: Are you hoping that Krenz [Honecker’s replacement as party boss] will stay? We won’t be able to explain it to our people if we lose the GDR. However, we won’t be able to keep it afloat without the FRG [West Germany].

[Eduard] Shevardnadze [Foreign Minister]: We’d better take down the wall ourselves.

Kryuchkov: It will be difficult for them if we take it down.

Gorbachev: They [East Germany] will be bought up whole . . . And when they reach world prices, living standards will fall immediately. The West doesn’t want German reunification but wants to use us to prevent it, to cause a clash between us and the FRG so as to rule out the possibility of a future “conspiracy” between the USSR and Germany.

Mrs Thatcher was not the only one worried by events in Germany. A month after the Berlin Wall came down, Jacques Attali, the personal adviser to President Mitterrand, met Vadim Zagladin, a senior Gorbachev aide, in Kiev.

Mr Attali said that Moscow’s refusal to intervene in East Germany had “puzzled the French leadership” and questioned whether “the USSR has made peace with the prospect of a united Germany and will not take any steps to prevent it. This has caused a fear approaching panic.”

He then stated bluntly, echoing Mrs Thatcher: “France by no means wants German reunification, although it realises that in the end it is inevitable.”

In April 1990, five months after the wall came down, Mr Attali said that the spectre of reunification was causing nightmares among France’s politicians. The documents quote him telling Mr Mitterrand that he would “fly off to live on Mars” if this happened.

Mr Gorbachev’s most difficult meetings were with the old guard in the Warsaw Pact. They were all deeply suspicion of his attempts to reform Communism. The fiercest opposition came from East Berlin.

Honecker was aged, unwell and unbending. The East German leadership feared that he was losing control and wanted to dump him. Mr Gorbachev insisted they had to sort things out themselves. Egon Krenz, Honecker’s deputy, thinking that he needed the Kremlin’s permission, had already suggested to Mr Gorbachev a coup. Three weeks later, Honecker was ousted.

Mr Gorbachev saw the chaos for himself when he went to East Berlin for the fortieth anniversary celebrations of East Germany. The entry for October 9 in the diary of Anatoli Chernayev, the Kremlin aide responsible for links with fellow Communist parties, records the tumultuous situation.

“As M.S. [Mikhail Sergeyevich Gorbachev] and Honecker walked together, a continuous roar in the air: ‘Gorby! Gorby!’ emanated from the thousands of people. Nobody paid attention to Erich . . . There were around 20 various leaders in attendance (Zhivkov, Ceaucescu, Nicaraguan Ortega etc) but nobody gave them much heed. All festivities concentrated on Gorbachev’s presence in Berlin.

“On October 10, the Socialist Unity Party of Germany will have a plenum . . . They might overthrow Erich. Otherwise it will soon come to a storm on the wall.”

Mr Chernayev noted that “all of Europe” was raving about Mr Gorbachev in Berlin. “And everybody is whispering in our ear, ‘It is good that the USSR has delicately expressed its stance against German reunification’.”

Politicians who met Mr Gorbachev’s advisers around Europe “say in unison that nobody wants a unified Germany”. Astonishingly, he noted, in France Mr Mitterrand was even thinking of a military alliance with Russia to stop it, “camouflaged as a joint use of armies to fight natural disasters”.

Mr Chernayev recorded Mr Gorbachev’s loathing of Honecker. “M.S. called him an arsehole. He said, ‘He could have said to his people that he has had four operations, he is 78, he does not have the strength to fill his position, so could they please let him go as he has done his duty. Then, maybe, he would have remained an esteemed figure in history.’ ”

If he had left two or three years earlier, he would have had a place in history, Mr Gorbachev said. Instead, Honecker was “cursed by the people”.

After the wall fell, Mr Gorbachev’s relaxed attitude to reunification hardened. At his summit with Mr Bush, he insisted that this should happen only as part of a general rapprochement in Europe. He accused the West of trying to “impose” Western values on Eastern Europe.

He also launched a ferocious attack on Helmut Kohl,the German Chancellor, for hurrying along discussion of unification. The next day, in Moscow, he accused Mr Kohl of issuing an ultimatum, of pushing unification for electoral reasons and of betraying agreements already made with Moscow.

Even in 1990 Mrs Thatcher was still trying to slow things down. “I am convinced that reunification needs a long transition period,” she told Mr Gorbachev. “All Europe is watching this not without a degree of fear, remembering very well who started the two world wars.”

It took another year of tough negotiations involving both Germanies and the four victorious wartime allies before a deal was done on unification.

Translation of the documents and additional research by Sergei Cristo.

Steps to unity

June 12, 1987 President Reagan, in a speech in front of Berlin’s Brandenburg Gate, demands: “Mr Gorbachev, tear down this wall!”

July 17, 1989 Border controls lifted between Hungary and Austria. GDR citizens flee to the West

October 7 During a visit to the GDR, Gorbachev urges reform

October 18 Erich Honecker, East Germany’s head of state, resigns. A new Government prepares a law to lift travel restrictions for East Germans going to the West

November 4 More than 500,000 people demonstrate in East Berlin, demanding reform

November 9 The Politburo announces that East Germans are allowed to move freely into West Germany. Tens of thousands flock to the Berlin Wall. Border guards with no clear orders stand aside and East Germans stream through

November 10 The Brandenburg Gate is opened

May 18, 1990 The two German states sign a treaty on monetary, economic and social union, which comes into force on July 1

October 3 East Germany joins the Federal Republic of Germany Source: German Embassy and Times database

Times Online - 11.09.09

Non à Barroso, non à l’Euro-capitalisme !

Patrick Le Hyaric

Je ne voterai pas pour l’ultra libéral Barroso. M. Barroso mène une campagne active pour obtenir sa réélection par le Parlement Européen au poste de Président de la Commission européenne. Il a fait parvenir à chaque parlementaire européen un document de 49 pages et se rend devant chaque groupe parlementaire pour exposer ses thèses. Ce mardi 8 septembre, il est venu devant le groupe de la gauche unitaire européenne – gauche verte nordique. Comme tout démocrate, nous l’avons accueilli, écouté et nous lui avons posé un certain nombre de questions partant des préoccupations des peuples européens.

Inutile de dire qu’entendre les mots qui sont sortis de sa bouche n’a fait que nous confirmer dans l’idée que cet homme n’est là que pour servir les puissants, derrière un verbiage quelque peu adouci parce qu’il se trouvait devant le groupe le plus radical contre les choix ultra libéraux de l’Europe actuelle.

Entendre M. Barroso c’est comme faire une plongée dans l’hypocrisie européenne la plus avancée. Il nous a expliqué que : « L’intérêt européen allait au-delà des partis et des intérêts nationaux ». Notre préoccupation n’est évidemment pas celle là. Les mots peuple, ouvrier, salarié, sans papiers, sans toit, sans droit sont totalement absents de son vocabulaire.

La plupart des membres de notre groupe ne lui a posé des questions que du point de vue des travailleurs, des retraités, des jeunes, des assurés sociaux, des chômeurs, de la nécessité de services publics. Certes, il n’a cessé de nous répéter qu’il était pour l’Europe sociale, pour les services publics. Mais lorsqu’il a un peu dévoilé ses concepts dans son exposé liminaire, nous n’avons entendu que le mot flexibilité, ce mot barbare pour dire précarité et chômeurs, ou le regret quant à l’insuffisance d’un fond social européen.

Son charabia est riche des mots : compétitivité, concurrence, marché intérieur, liberté de circulation des capitaux. Il n’a répondu à aucune des questions du Président de notre groupe, Lothar Biski, portant sur la nécessité d’un SMIC européen équivalent à 60% de la moyenne des salaires dans l’Union européenne, de l’harmonisation sociale par le haut ; sur le respect des votes au référendum irlandais, français et néerlandais. Il nous a ressorti à plusieurs reprises ce concept flou, trompeur, de « l’économie ouverte sociale de marché qui tiendrait compte de l’inclusion sociale », qui selon lui serait la pierre angulaire du « modèle social européen ». A rire, si ce n’était pas si dramatique pour les millions de pauvres, des chômeurs, les victimes des plans de licenciement, de la casse des services publics.

A l’heure des questions, M. Barroso a du se dévoiler encore un peu plus. Pas question d’utiliser l’article 2 de l’accord Israël-Union européenne pour obliger Israël à respecter le droit international.

A une question de mon ami Jean Luc Mélenchon sur le marché transatlantique il a répondu tout le bien qu’il en pensait parce que cela permettrait d’ajuster les normes. Autrement dit, l’Union européenne serait de plus en plus alignée sur la politique américaine en matière de normes sociales, écologiques, économiques, sanitaires.

A la question de savoir s’il était favorable à ce que le Parlement européen dispose de nouveaux droits d’élaboration des politiques, il a répondu d’un oui mollasson, refusant de nous dire quels moyens supplémentaires seraient donnés.

Il a une nouvelle fois sorti cette vieille rengaine des pros et anti européenne, ce qui évite évidemment de parler du sens de la construction européenne, du contenu des politiques européennes.

A la remarque de la députée suédoise Eva Britt sur la place accordée dans son projet aux droits des femmes, c’est-à-dire presque une ligne, il a recherché une autre phrase, mais pour confondre la question des droits des femmes avec celles des minorités. Bravo l’artiste ! N’êtes-vous pas au courant que les femmes constituent la moitié de l’humanité et une bonne moitié de l’Union européenne ?

A plusieurs autres questions dont celle de la députée portugaise Ilda Filgueira, sur la directive droit du travail, qui permet de mettre en cause les codes du travail dans chaque pays, il a maintenu sa position selon laquelle la commission était pour l’Europe sociale, mais que les Etats étaient contre. Il nous a donc demandé de nous tourner chacun vers nos gouvernements nationaux. A se tordre de rire, vous dis-je, si ces mensonges ne faisaient pas tant de mal au peuple.

Je l’ai personnellement interpellé sur trois sujets. S’agissant de la crise, je lui ai demandé s’il était d’accord pour que la Banque centrale européenne refinance des crédits pour les systèmes de banques nationaux, en faveur de l’emploi, de la formation, de la défense des petites et moyennes entreprises. Je lui ai demandé s’il était pour un plan anti crise coordonné, européen, avec des modifications des politiques européennes, notamment pour l’emploi, le pouvoir d’achat et la création d’un salaire minimum européen. Dans ses réponses, il a oublié ces questions.

S’agissant d’une taxe Tobin sur les mouvements de capitaux, il m’a expliqué que l’Europe ne pouvait pas le faire tant que les Etats-Unis et d’autres ne le faisaient pas également et qu’il préférait que la City soit à Londres qu’à Dubaï. Messieurs des paradis fiscaux, messieurs des bonus, messieurs de la haute finance, dormez tranquilles sur vos deux oreilles, M. Barroso veillera sur vous s’il est réélu.

S’agissant des conséquences du pacte de stabilité il a dû me concéder qu’on pourrait peut-être un peu assouplir dans certains cas mais qu’il fallait maintenir mordicus ce garrot contre nos finances publiques, contre les dépenses utiles et sociales.

S’agissant des services publics, privatisés à cause du système de la concurrence libre et prétendument « non faussée » qui conduit aux privatisations partout, y compris celle de la Poste, il m’a répondu allègrement qu’il était pour la concurrence mais que cela ne signifiait pas qu’il fallait privatiser. Il m’a donc demandé de me retourner vers le gouvernement français pour qu’on ne privatise pas La Poste, c’est ce que nous ne manquerons pas de faire lors de la votation citoyenne le 3 octobre prochain.

Mais enfin, M Barroso ressemble un peu à Pinocchio avec son nez qui s’allonge pour avoir le culot de nous prendre pour des imbéciles ne connaissant pas les directives transport, énergie, postale, qui poussent qu’on le veuille ou non à la privatisation des services publics.

Il m’a ressorti cette affaire de protocole annexé au traité de Lisbonne qui permettrait soi disant de défendre les services publics, mais dans ces conditions pourquoi ne supprime-t-il pas les articles du traité lui-même qui exigent la libre prestation de service, la mise en concurrence des entreprises de service et surtout il n’a fait aucun pas pour exclure immédiatement les services sociaux d’intérêt général de la mise en concurrence avec la directive Bokelstein.

S’agissant du prochain sommet de Copenhague sur les enjeux du réchauffement climatique, il n’y a rien dans son texte ni dans ses propos qui montre une véritable volonté de la commission européenne pour de nouveaux engagements pour faire reculer la crise écologique.

Bref le projet de M. Barroso est l’euro capitalisme. Celui qui est aujourd’hui en faillite et que les peuples refusent de diverses manières. Ces gens provoquent plutôt le dégoût vis-à-vis de l’idée européenne. Ils se contentent allègrement des hauts niveaux d’abstention aux élections européennes parce que cela leur permet de continuer à dominer et à contrôler cette Europe anti sociale, anti démocratique et anti écologique.

Ce que nous avons développé durant la campagne électorale des élections européennes avec le Front de gauche reste d’une brûlante actualité. L’action unie des salariés, de la jeunesse, des assurés sociaux, des paysans, des privés de l’emploi pour changer les politiques nationales et européennes reste à l’ordre du jour. Avec le groupe de la gauche unie européenne je voterai contre sa réélection.

Je souhaite que tous les députés de gauche et écologistes en fassent de même la semaine prochaine au Parlement européen. Ce serait un service à rendre à l’Europe. Cela permettrait de relancer le débat et les actions nécessaires.

Le Blog Patrick Le Hyaric - 09.09.09

BENEFICIOS FISCAIS EM PORTUGAL- Quem é mais beneficiado ?

Eugénio Rosa

40-BENEFICIOS FISCAIS EM PORTUGAL.pdf

Entrevista com Jerónimo de Sousa

Rádio Clube Português

Los nuevos mercenarios: La impunidad organizada en el marco de la guerra global permanente.

Dario Azzellini

Las formas de conducción de las guerras están cambiando. Al lado de los ejércitos estatales surgen cada vez más compañías militares privadas (CMP)[1], compañías de seguridad privadas (CSP), paramilitares, Señores de la Guerra, ejércitos privados y mercenarios como nuevos actores de guerra. Actualmente, las guerras se llevan a cabo con menor frecuencia entre Estados nacionales, y con mayor frecuencia en el interior de éstos entre tropas regulares e irregulares y, en todos los casos, contra la población civil.
En las ciencias sociales y los medios eso es debatido bajo el término “nuevas guerras”. Generalmente, se considera a la creciente aparición de actores privados de violencia como síntoma del “debilitamiento del Estado” y “caos”; así como una pérdida del “monopolio de la violencia estatal” es síntoma de “Estados fallidos” frente a los cuales Occidente se encuentra más o menos impotente. El enfoque de análisis adaptado en el presente ensayo tiene otra perspectiva. Demuestra cómo, es precisamente la globalización capitalista y neoliberal, la que está llevando a nuevas guerras en las periferias de este sistema.
El uso de violencia privatizada como síntoma inherente del supuesto “debilitamiento del Estado”, está siendo impulsado en gran medida por Occidente. Esto queda particularmente patente en el desarrollo que presenta el ejército estadounidense, el cual crea en su mismo seno elementos de privatización que integran la conducción de guerras a la economía de mercado. Las CMP -generalmente fundadas por antiguos soldados de carrera- asumen hoy ya no sólo la construcción de campamentos militares, sino cada vez más (también) misiones de combate.
Analizando las nuevas guerras en Latinoamérica, África, los Balcanes y Asia, no encontramos ningún tipo de “caos”, “estallidos de violencia irracionales” y “conflictos étnicos”, como se sugiere en innumerables medios de comunicación. Hemos llegado más bien a descifrar un nuevo orden de guerra, donde los actores militares privados son usados por los Estados y las elites para asegurar su dominio. Tal como hemos venido investigando desde hace muchos años, en casos concretos, esos actores pueden ser paramilitares para la lucha contrainsurgente en Colombia y México o contra revolucionaria en Venezuela, como también compañías militares privadas que reclutan ex militares y policías para patrullar en los protectorados de los Balcanes, Afganistán e Iraq. El reclutamiento y el empleo a nivel global de mercenarios, y de manera creciente en América Latina, significa también la construcción de potenciales ejércitos secretos entrenados bajo las normas estadounidenses en todos los países de reclutamiento.
Los mercenarios: El ejército de ocupación más grande en Iraq
Según informaciones del mismo Ejército de EEUU en Iraq hay 180.000 empleados de CMP, son más que todos los soldados de EEUU y los demás aliados en su conjunto;[2] 130.000 trabajan para un total de 632 CMP con las cuales el Pentágono y otras instituciones gubernamentales de EEUU firmaron contratos. Entre 1994 y el 2004 solamente el gobierno de Estados Unidos firmó más de tres mil contratos con CMP para servicios a sus tropas en misiones en el exterior. En 2003 el Pentágono estimó que de los 87.000 millones de dólares para la “gran campaña de Iraq“ (incluyendo Afganistán y Asia central), 30.000 millones de dólares serían destinados a pagar a CMP.[3] Sin embargo, según un artículo publicado el 29 de julio de 2004 por el Centre for Public Integrity (Washington), hasta la fecha solo en Iraq ya había otorgado contratos a 150 CMP de Estados Unidos con un volumen total de 48.700 millones de dólares. Por eso la “Coalition of the Willing“ (Coalición de los dispuestos) muchas veces también es definida como la “Coalition of the Billing“ (Coalición de los cobradores).
Ya durante la invasión en marzo de 2003, muchos de los sistemas de armamento altamente desarrollados de los buques de guerra en el Golfo fueron manejados por especialistas de cuatro CMP diferentes, así como también los sistemas de armas de los vehículos aéreos no tripulados Predator, de los Global Hawks y de los aviones de bombardeo B-2 Stealth.[4] En Iraq, empleados de CMP hacen patrullaje, cuidan edificios, infraestructura y prestan guardaespaldas para representantes iraquíes y de Estados Unidos. Hasta el personal en las cárceles militares en Iraq pertenece a empresas privadas de seguridad. Y empresas privadas en Iraq también se apoyan en los servicios que ofrecen las CMP.
A las CMP no les gusta que les llamen “ejército no oficial“, prefieren definirse como “guardias privadas“, “managers de riesgo“, “asistentes de seguridad“ o con expresiones parecidas. Supuestamente, desarrollan actividades que son únicamente “tareas de seguridad“ y actúan militarmente sólo para su propia defensa. La realidad sin embargo es diferente. Debido a que bajo la estrategia de tropas de Estados Unidos y sus aliados –la llamada “Coalición de los dispuestos“– sus formaciones se atrincheran en campamentos militares y a veces organizan bombardeos aéreos o “expediciones punitivas“ con un amplio despliegue militar en ciudades y barrios que no se han comportado según sus planes, el papel de las CMP se ha hecho tan fuerte como arriesgado.
Durante los primeros doce días de abril 2004, cuando la resistencia iraquí aumentó sus ataques, el general Kimmit anunció que fallecieron setenta soldados estadounidenses. Durante el mismo tiempo se habla hasta de ochenta muertos entre empleados de CMP.[5] Las cifras de muertos totales se desconocen. Los cuatro estadounidenses asesinados el 31 de marzo de 2004 en Faluja, quienes después fueron arrastrados por las calles por una multitud, se presentaron en los medios en un primer momento como civiles. En realidad se trataba de combatientes de la CMP Blackwater USA, que escoltaban un transporte. Esta empresa también operaba “detrás de las líneas enemigas“, en las zonas controladas por la resistencia. Empleados de Blackwater USA, participaron en enfrentamientos y evacuaciones armadas de soldados estadounidenses heridos en los combates de Faluja.
Muchas de las víctimas de los atentados, ataques y secuestros denominados “civiles“ en los medios de comunicación y en las declaraciones oficiales de Estados Unidos, son sólo formalmente civiles. En realidad se trata de empleados de diferentes CMP: mercenarios modernos que en un conflicto bélico actúan a favor de una parte en conflicto. Por ello, no es sorprendente que por el lado opuesto sean vistos y tratados como enemigos.
El único sobreviviente a la emboscada de un convoy al oeste de Bagdad en la zona de Faluja el 9 de abril de 2004, fue el estadounidense Thomas Hamill, quién luego fue secuestrado, y supuestamente, el 2 de mayo logró escapar de sus secuestradores, era empleado de una CMP.[6] También los cuatro italianos Fabrizzio Quattrocchi, Humberto Cupertino, Salvatore Steffio y Mauricio Agliana, secuestrados en abril de 2004, trabajaban como combatientes privados armados para una CMP italiana, contratada por otra estadounidense. Éstos fueron liberados en junio de 2004 con excepción de Quatrocchi, que fue ejecutado en cautiverio. El 12 de abril el comandante supremo estadounidense, general Ricardo Sánchez, declaró que nueve estadounidenses, todos civiles, habían desaparecido después de un ataque a un convoy cerca de Abu Ghraib. En realidad, siete de ellos eran empleados de Kellogg, Brown & Root (compañía militar y sub-empresa de Halliburton). El 2 de mayo de 2004, en un atentado bomba a un convoy murieron dos empleados de Global Risk Internacional provenientes de las islas Fiji. Y el 26 de noviembre de 2004 en un ataque a la zona verde de Bagdad, supuestamente la zona más cuidada y segura de la ciudad, murieron cuatro mercenarios nepalenses, de las unidades Gurkha de Global Risks Strategies y 15 fueron heridos. La lista es interminable.
En total, se puede presumir que la suma de los empleados de CMP que han muerto en Iraq, podría ser superior a la de los 4.102 (junio 2008) soldados de EEUU muertos. Determinar el número es extremadamente difícil. Ni los enfrentamientos llevados a cabo por las CMP, ni sus empleados que pierden la vida en Iraq, figuran en las estadísticas de las fuerzas militares estadounidenses. Por ejemplo, el 4 de abril de 2004, unas milicias iraquies atacaron el cuartel general de Estados Unidos en Nayaf. El combate de defensa duró apróximadamente cuatro horas. Se utilizaron incluso ametralladoras y granadas de cuarenta milímetros. Sin embargo en los informes militares de Estados Unidos, no hubo referencia alguna a los hechos, ¿por qué? La respuesta es simple, no participaron militares en el combate. Fueron empleados de Blackwater USA quienes se enfrentaron a las milicias.[7]
Los sueldos de los empleados de estas compañías varían mucho y se rigen por el tipo de tarea, formación y país de procedencia. En el último eslabón se encuentran los iraquíes. La CMP Erinys por ejemplo, tiene entre 14.000 y 15.000 iraquíes como personal de vigilancia de plantas petroleras y oleoductos. Ellos reciben sólo 150 dólares.[8] Alrededor de 3.000 dólares mensuales reciben ex-miembros de tropas especiales chilenas, Gurkhas nepalenses, combatientes de los Fiji, o sudafricanos. Si son empleados para realizar tareas especiales sus sueldos pueden ascender entre 6.000 y 15.000 dólares al mes. Los expertos de Blackwater USA, reciben para misiones especiales entre 600 y 1.500 dólares al día. Más o menos la misma suma es destinada a la compañía. Personal hay de sobra.
Iraq: punto internacional de encuentro para CMP
La enorme necesidad de servicios privados militares llevó a que grandes y pequeñas empresas de este sector, abrieran oficinas en Bagdad. Aparte de EEUU hay muchas CMP británicas.[9] Según el director de la CMP londinesa Janusian, sólo las empresas británicas de mercenarios en los primeros años de ocupación de Iraq aumentaron su facturación de 320 millones a 1.800 millones de dólares. Por ejemplo, la Global Risk Strategies, antes del ataque de Estados Unidos a Afganistán, tenía sólo dos empleados. Hoy en día trabajan para esta compañía más de mil hombres en el ámbito de resguardo de infraestructuras y servicio de guardaespaldas. Y abrió oficinas en Londres, Washington, Johannesburg, Bagdad, Kabúl, Islamabad, Hongkong, Dubai, y Suva (Fiji). Global Risk International de Hampton, Middlesex (Gran Bretaña), parte de la Global Risk Group, es una de las más grandes empresas británicas en el negocio de Iraq y emplea Gurkhas y combatientes de las Islas Fiji así como ex-soldados de las fuerzas especiales británicas SAS para vigilar el cuartel general de Estados Unidos en Bagdad.[10] La compañía británica Armor Group vigila el Foreign Office y cuenta con 500 Gurkhas para resguardo de las a su vez CMP estadounidenses Bechtel y Kellogg, Brown & Root.[11]
En Iraq también se encuentra la CMP DynCorp, la cual, entre sus actividades realiza el servicio de fumigación de cultivos de coca y amapola en Colombia (incluyendo unidades especiales de evacuación de militares y policías heridos o en peligro), vigila militarmente la frontera de Estados Unidos con México, participa en el desarrollo del escudo espacial del ejército de Estados Unidos, realiza la manutención de aviones y buques de guerra de Estados Unidos, maneja las zonas de experimentación de bombas atómicas en Estados Unidos y también tiene actividades en Israel y Palestina. En octubre de 2003 murieron en Gaza a causa de una bomba tres empleados de DynCorp que estaban escoltando a personal de la Embajada de Estados Unidos. Además, en Iraq DynCorp tiene la tarea de reclutar y entrenar la nueva Policía iraquí. Para ello, formó un equipo de mil personas que se ocupan de la selección del personal. Dyncorp estuvo implicada en Bosnia en la violación de mujeres y trata de menores y en Colombia en abuso de drogas y cayó bajo sospecha de narcotráfico.
Entre las grandes en Iraq se encuentra también la estadounidense Halliburton, de la cual el actual vicepresidente de EEUU Dick Cheney es ex miembro de la junta directiva. Halliburton recibió en el 2003 un encargo de 391 millones de dólares destinados a la manutención del Laboratorio Nacional Los Alamos (Nuevo México) donde se producen bombas atómicas de Estados Unidos.[12] El volúmen de contratos para los diferentes servicios prestados por Halliburton en el marco de la guerra en Iraq hasta el 2007 fue de al menos 1.700 millones de dólares. De ellos, 710 millones fueron destinados a la restauración y manejo de la producción petrolera. En Turquía, Jordania, y Kuwait, Halliburton se ocupa del hospedaje de soldados y de la logística del ejército estadounidense, labores por las que reciben un total de 390 millones de dólares. Su hasta hace poco sub-empresa Kellogg, Brown & Root (KBR) recibió después de la invasión 170 millones de dólares para obras de reconstrucción y 28 millones para edificar campamentos para prisioneros de guerra. Pero la KBR también se ocupa del hospedaje y trasporte de miembros del ejército estadounidense (269 millones de dólares) y hasta cobró 40 millones de dólares por haber prestado la logística para la busqueda de las supuestas armas de destrucción masiva.[13]
El hecho que Halliburton como KBR no hayan cumplido contratos o hasta hayan cobrado demás, no obstaculó los negocios. KBR es el mayor receptor de contratos del gobierno estadounidense en Iraq. En el marco de las operaciones en los Balcanes KBR, según el mismo Pentágono, prestó “servicios insuficientes”. Además, en los primero cuatro de siete contratos asignados pos el Pentágono, supuestamente cobró demasiado así que los restantes tres fueron asignados a otras empresas o ejecutados por el mismo Ejército de EEUU. Halliburton, a su vez, le cobró gastos exagerados de combustible al Ejército estadounidense en Iraq a través de un contrato con su -en ese entonces sub-empresa- KBR. Y en marzo 2008 salió a la luz pública que KBR había registrado a más de 21.000 empleados a través de una empresa de buzón en las Islas Caimán, evadiendo el pago de centenares de millones de dolares al Estado de EEUU.[14]
Blackwater USA – Un ejercito privado de ultraderecha
Blackwater USA es una empresa estadounidense con sede principal en Moyock (North Carolina). Fue fundada en 1997 por Erik Prince, ex oficial de los Navy Seals (tropas especiales de marina), millonario y ultraderechista. El nombre Blackwater se refiere a las misiones secretas nocturnas de buzos de guerra. La empresa recluta a su personal entre las fuerzas especiales Navy Seals, Army Rangers y Delta Force y entre miembros de fuerzas especiales alrededor del globo. Así puede anunciar en su página web: “tenemos personal para cumplir con cualquier misión“, naturalmente proclama, “en todos lados el apoyo a la libertad y la democracia“.[15] Blackwater USA empezó ofreciendo entrenamiento para miembros del ejército y la policía de EEUU en su terreno de 6.000 hectáreas, donde se encuentra también un pequeño pueblo para ejercitar misiones urbanas de combate. Allí entrenó a más de 50.000 soldados y policías. El gobierno de Estados Unidos se lo agradeció desde el 2002 con contratos de un volumen total de 35 millones de dólares.[16] Sumas que en ese entonces parecían altas. Todavía Blackwater no había entrado al negocio de Iraq.
Blackwater empezó en Iraq con 450 empleados cumpliendo especialmente tareas muy difíciles. Entre otras, la vigilancia para la Autoridad Provisional de la Coalición (APC), incluyendo a Paul Bremer (gobernador estadunidense de Iraq) y a visitas importantes. La compañía se encarga además del entrenamiento de las unidades iraquíes antiterroristas. Con este propósito, Blackwater USA tiene a su disposición un antiguo aeropuerto militar fuera de Bagdad.
Como demuestra el caso de los cuatro asesinados en Faluja, los empleados de CMP trabajan bajo condiciones que ni el mismo ejército aceptaría. Como por ejemplo, la falta de apoyo y de informaciones sobre la situación de seguridad, al mismo tiempo que son encargados de las misiones más peligrososas. Así que los ataques no parecen tan inesperados y sorprendentes, como intenta hacer creer la companía en su página web: “las imágenes del ataque no provocado y el maltrato de nuestros amigos hace evidente las condiciones extraordinarias bajo las cuales trabajamos de manera voluntaria para llevarle al pueblo Iraquí la paz y la democracia“.
Hoy los empleados de Blackwater en Iraq son miles. La CMP recibió hasta el 2006 de parte del gobierno de EEUU contratos por un total de 500 millones de dólares para trabajos en Iraq, sólo en 2006 la suma aumentó a 1.200 millones, y durante los primeros 4 meses del 2007 Blackwater acumuló 601 millones de dolares.[17] Mientras tanto, Blackwater ha avanzado a ser uno de los ejercitos privados más poderosos. Tiene una base militar propia, 20 aviones y más de 20.000 mercenarios especializados en sus listas.
El dueño de Blackwater Prince apoya al Partido Repúblicano y organizaciones cristianas-fundamentalistas anti-inmigrantes con generosas sumas de dinero y mantiene contactos con las milicias racistas anti-inmigrantes Minutemen. Sin embargo es un partner bien visto por el Pentágono. En la junta directiva de Blackwater se encuentra tambien Cofer Back, que, entre 2002 y 2004 fue el máximo resposable de la lucha antiterrosita del gobierno de EEUU. Y Joseph Schmitz, ex inspector general del Pentágono, es director de operaciones de Blackwater y además tambien consultor.[18]
Empresas y mercenarios sudafricanos
En Iraq se encuentran algunos miles de mercenarios sudafricanos. Éstos provienen en su mayoría de los servicios de seguridad y unidades especiales del ejército del ex régimen de apartheid, como por ejemplo el Batallón 32, Vlakplaas y de la unidad elite Koevoet, los cuales llevaban a cabo operaciones militares en contra de opositores al régimen en Namibia. Se encuentran al servicio de CMP británicas y algunas sudafricanas y ganan entre 5.000 y 10.000 dólares al mes. Más que el sueldo anual de los empleados de empresas de seguridad en Sudáfrica.[19] Según la ley sudafricana de mercenarios de 1998, todas las empresas necesitan un permiso del Comité Nacional del Control de Armas Convencionales para actividades en el ámbito de la seguridad internacional. Sin embargo, la ley da lugar a posibles salidas, ya que sólo nacionales y empresas sudafricanas que tienen la intención de actuar militarmente a nivel nacional, necesitan el permiso oficial. Así, las CMP declaran sus trabajos no como militares sino como “servicios de seguridad”.
Entre las empresas de seguridad activas en Iraq figura Erinys International (lleva el nombre de una diosa Griega que perseguía a un culpable, cuyos actos no encontraban castigo). Erinys tiene en Iraq un ejército privado, de 1.500 sudafricanos y emplea a 14.000 guardias iraquíes. Los especialistas sudafricanos están armados con ametralladoras y disponen de refuerzos de tropas en helicóptero. La empresa fue fundada por el ex-oficial británico Alastier Morrison y tiene cuatro directores, de los cuales tres viven en Sudáfrica. Sus oficinas se encuentran en Midrand (Sudáfrica) y Dubai. En el año 2003, se abrió una oficina en Gran Bretaña y poco después también en Bagdad. Erinys firmó un contrato de 39, 5 millones de dólares para el entrenamiento de fuerzas de seguridad iraquíes para vigilar los oleoductos, tarea que también la realizó para British Petrol (BP) en Colombia y para otras empresas en Angola en el Delta del Niger y en Ghana.[20]
En enero de 2004, murieron en Iraq a causa de una bomba, dos empleados de Erinys, Deon Gouws y François Strydom. Éstos habián sido activos durante el régimen de Apartheid, en las unidades especiales Vlakplaas y Koevoe. Gouws admitió en los interrogarorios de la Comisión de la Verdad en los años noventa haber participado en, como mínimo, un atentado contra opositores al régimen y haber quemado entre 40 y 60 casas de activistas de la oposición.[21] Gray Branfield, empleado de la Hart Group, caído en Kut, había planificado en 1985 un asalto sangriento a exiliados del Movimiento de Liberación ANC en Gabor, capital de Botswana. En este ataque fueron asesinadas 14 personas, entre ellas un niño de cinco años.[22]
CMPs y Latinoámerica
Antes del 2003 muchas CMP reclutaban mayoritariamente personal de EEUU, Gran Bretaña, las Islas Fiji y Filipinas. Frente a la creciente demanda y tras difundirse la noticia del riesgo que estos trabajos implican (hasta que algunos gobiernos como el de Filipinas aconsejaran oficialmente a sus ciudadanos no enrolarse en este tipo de empleos), las CMP empezaron a reclutar personal en América Latina. La estadounidense Halliburton busca a través de su filial Halliburton Latinoamérica en Colombia, empleados colombianos para “servicios de seguridad” en Iraq. Estos deben resguardar oleoductos y gaseoductos, además de trabajar como guardaespaldas para empresas privadas en Bagdad, Mosul, Faluja, y Basora. Mientras voceros de la compañía niegan el asunto, los reclutadores y participantes cuentan de tareas de reclutamiento a principios de diciembre de 2004, momento en el que un grupo de dieciseis personas ya abandonaba Colombia para dirigirse a Iraq. Los combatientes colombianos –experimentados en guerra y bajo entrenamiento estadounidense– son altamente valorados. Se les ofrece hasta 7.000 dólares al mes más seguro de vida, contratos para un año prorrogables otros seis meses, como también vacaciones cortas cada tres meses a la ciudad europea de su preferencia.[23] La condición es que no pueden abandonar su empleo antes del fin del contrato, en el caso contrario se ven obligados a devolver el monto total del dinero recibido. A través de su sub-empresa ID Systems Blackwater tambien recluta en Colombia para Iraq.
Triple Canopy de Lincoln, Illinois (EEUU), cambió sus actividades de reclutamiento de Filipinas a El Salvador, Peru, Chile y Honduras. La historia militar del país centroamericano fue una de las razones de peso para ello, como admite el portavoz de la compañía Joe Mayo. Triple Canopy (especializada en guardaespaldas de empleados civiles de Instituciones estadounidenses en Iraq), estaba en búsqueda de militares con formación de fuerzas especiales. En El Salvador tropas especiales y escuadrones de la muerte asesinaron a más de 80.000 personas en doce años de guerra. El ejército de Estados Unidos los entrenó para eso. Casualmente, fue también un ex-militar estadounidense y ex-entrenador de las tropas especiales del ejército salvadoreño quien organizó el reclutamiento. Este reclutador, copropietario de una empresa de seguridad en El Salvador (ante la prensa prefiere el anonimato) relató que los primeros 100 reclutados salieron a Iraq el 17 de septiembre 2004 y que las salidas iban a continuar. Para un país como El Salvador 1.700 dólares –cantidad mensual que les ofrece Triple Canopy– es mucho dinero, teniendo en cuenta que un guardaespaldas gana tan sólo 350 dólares al mes.[24] En Perú Triple Canopy reclutó directamente a través de una filial con personal estadunidense en Lima. Desde el 2005 han reclutado más de 1.000 ex soldados de las tristemente célebres unidades antisubversivas para misiones en Iraq.
En Chile, según el Senador Alejandro Navarro del Partido Socialista, Triple Canopy y Blackwater, desde el 2003, a través de sub-empresas como la Red Táctica Consulting Group, han reclutado más de 1.200 ex militares para misiones en Iraq.[25] Blackwater contrató por primera vez en el 2003 a 122 ex-miembros del ejército chileno, muchos expulsados de éste por sus implicaciones en crímenes en contra de los Derechos Humanos. Fueron empleados a través de la empresa uruguaya Neskowin, dirigida por José Miguel Pizarro, ex-oficial del ejército de Pinochet. Como Pizarro declaró al periódico chileno La Tercera, tambien reclutaba a ex-militares argentinos. Un vocero de Blackwater le aseguró al periódico británico The Guardian que los comandos chilenos son “muy, muy profesionales“. Triple Canopy a su vez en Chile, como tambien en Honduras recluta a ex militares para misiones en Iraq a traves de Your Solutions, filial de la Your Solutions Inc. de Illinois (EEUU).[26]
La 3D Global Solutions a traves de su sub-empresa Limeña Gesegur SAC (Gestión de Seguridad Sociedad Anónima Cerrada) tambien recluta en Perú y contrató a por lo menos 200 ex militares y policías, los cuales trabajan en Iraq brindándole seguridad a empresas y funcionarios. La misma 3D Global Solutions tambien recluta a ex militares hondureños.
El ciudadano estadounidenste Jeffrey Shippy, que vivió en la base Militar de EEUU en Manta, Ecuador, reclutó entre el 2005 y 2006 illegalmente mercenarios en Ecuador y Colombia con una empresa no registrada de nombre “EPI & Security”. Cuando las autoridades ecuatorianas empezaron a investigar, Shippy huyó del país.
De Brasil más de 500 militares, ex-militares y pilotos fueron contratados como mercenarios para vigilar instalaciones militares norteamericanas en Iraq por parte de TESS e Inveco International Corporation, que reclutaron para otras CMP.
Según informaciones del periódico guatemalteco Prensa Libre varias CMP están reclutando en forma masiva a ex miembros de la unidad especial del ejército Kaibiles para misiones en Iraq. Los Kaibiles se hicieron famosos en la guerra en Guatemala por mutilar sus vícitmas con machetes.[27]
Sin embargo, tal vez el hecho más preocupante, es que bajo el mando de CMP de EEUU, se están sumando y preparando miles y miles de ex-militares y ex-policías de muchisimos países latinoamericanos, muchos implicados en casos de crimenes de lesa humanidad (en contra de los Derechos Humanos). Todos ellos están en la base de datos de CMP que trabajan estrechamente con el Pentagono. Así que hay potencialmente un “pequeño” ejército contrarevolucionario stand by que ya aprendió a operar con standards y bajo el mando del ejército de EEUU. En su gran mayoría se trata de personal ligado a la derecha que regresa a sus países de origen, después de haber trabajado en Iraq, sosteniendo contactos con CMP, con el ejército de EEUU, con los servicios secretos y con otros mercenarios de todo el mundo.
Facilmente se podrían convertir, en la base de una futura “contra“, en los países que EEUU quiera desestabilizar.
¿Bandas impunes?
Empleados de las CMP Caci y Titan, que prestan sevicios de administración de cárceles militares como también de interrogatorios, traductores y guardias carcelarias, estubieron implicados en los casos de tortura en la carcel de Abu Ghraib. Así se explica que solo 10 soldados fueron juzgados por los hechos: Gran parte de los interrogatorios y también de la seguridad en Abu Ghraib era responsabilidad de empleados de las CMP Caci y Titan. Y como ellos no pertencen al Ejército de EEUU, no son juzgados por éste y su justicia militar.
Tortura, ataques violentos y hasta asesinatos de parte de empleados de CMP en Iraq están al orden del día. A mediados de noviembre del 2007 un empleado de Dyn Corp disparó y mató a un taxista en Bagdad, “Simplemente decidieron matar al conductor y marcharse”, señaló el general Abdul Karim Khalaf, un portavoz del Ministerio iraquí de Interior.[28] En internet círculan videos grabados con celulares en los cuales se pueden ver mercenarios que como pasatiempo disparan a carros civiles que cruzan casualmente su camino. En agosto del 2007 mercenarios de la CMP australiana Unity Ressources Group (URG), que en Iraq le prestan servicios de escoltas a ONG’s, asesinaros a dos mujeres.[29]
Una investigación de una comisión especial del Congreso de EEUU sobre la empresa Blackwater, publicada en septiembre del 2007 presenta un cuadro espantoso. Habla de “violencia frecuente y extensa” de parte de los empleados de Blackwater. Según la investigación, los a la fecha 1.100 empleados de Blackwater en Iraq, desde el 2005, habían estado implicados en al menos 195 enfrentamientos armados con un mínimo de 16 víctimas iraquíes. En 163 de los casos los empleados de Blackwater abrieron fuego aunque hayan sido contratados para labores defensivas.[30] Respecto a la clase de empleados que tiene Blackwater el informe aclara: sólo durante el año 2006, Blackwater despidió en Iraq a 122 empleados por abuso de armas, alcohol y drogas ilegales o por comportamiento violento.
El caso más estridente en ese momento todavía no había sucedido. El 16 de septiembre del 2007 mercenarios de Blackwater asesinaron sin razón alguna a 17 civiles en una plaza de Bagdad y hierieron a otros 26 (algunos de gravedad). Los mercenarios argumentaron de haber actuado en defensa propria. Sin embargo eso fue negado no sólo por las autoridades iraquíes, sin no también por una investigación del FBI, que no pudo encontrar ninguna evidencia de una situación de autodefensa y estableció que en el caso de 14 de los 17 muertos se pudo comprobar que no hubo justificación alguna para los asesinatos.[31]
Blackwater acompañabas un convoy cuando a alguna distancia se dió una detonación. Entonces los mercenarios simplemente abrieron fuego a carros y civiles con ametralladoras y lanzagranadas. Luego, en un cruce con mucho tráfico a 150 metros del primer lugar de los hechos, los mercenarios se hicieron camino abriendo fuego.[32] El gobierno iraquí despues de lo sucedido protestó energicamente y le quitó la licencia a Blackwater. Sin embargo, unas semanas más tarde quedó claro quien tiene la última palabra en Iraq y Blackwater regresó a operar igual que antes. El gobierno de EEUU le aseguró a los mercenarios de Blackwater además, la misma inmunidad frente a demandas civiles en EEUU de la cual gozan los militares estadounidenses. Aunque eso ni urgía. Ya en febrero del 2006 Donald Rumsfeld había clasificado a las CMP como parte del aparato militar de EEUU, substrayéndolos así a la justicia civil. Y el último día de su mandato, el 27 de junio 2004, el Gobernador estadounidense de Iraq Paul Bremer, firmó un decreto que le otorgó a las CMP y CSP inmunidad frente a la justicia iraquí.[33] Sin embargo no fueron sometidas al mismo tiempo a la justicia militar.[34]
Con Obama en la presidencia no se dará un cambio fundamental de la política exterior de EEUU. Aunque es probable que el retiro de las tropas estadounidenses de Irak hasta el 2011, tal como fue firmado todavía por el gobierno de Bush en noviembre del 2008, será compensado con el uso de más CMPs. Especialmente la continuidad en el ministerio de defensa, y la designación de Hillary Clinton como ministra de exteriores, indica que no habrá cambios fundamentales especialmente respecto a América Latina. El Plan Colombia fue implementado bajo el presidente Bill Clinton, y el matrimonio Clinton es un antiguo lobbyista a favor de la política del gobierno colombiano que, por ejemplo, está promoviendo la firma del Tratado de Libre Comercio entre Colombia y EEUU.

Este ensayo es una versión reelaborada del capítulo “ Iraq. El lado privado de la guerra” del libro El negocio de la guerra edición ampliada y actualizada publicado por Monte Àvila Editores en Venezuela en diciembre del 2008.

[1] El término Private Military Companies o a veces Contractors (PMC) se ha establecido para el concepto de los servicios militares o de ejércitos privados en la literatura. Realmente este concepto es algo problemático, pues se remite al intento por parte del jefe de las tropas de mercenarios Executive Outcome y Sandline, Tim Spicer, de encontrar un concepto socialmente aceptable para sus actividades.
[2] Christian Miller: Private contractors outnumber U.S. troops in Iraq, Los Angeles Times, and 4.7.2007.
[3] Traynor, 2003.
[4] Traynor, Ian: “The Privatisation of War” en The Guardian, 10 de diciembre de 2003.
[5] Bellinzona, Carlo; Gustinich, Franz: “In guerra senza uniforme”, Limes, Mayo 2004.
[6] La Repubblica21 de abril de 2004
[7] Washington Post, 6 de abril de 2004.
[8] Bellinzona, 2004.
[9] Bellinzona, 2004.
[10] Traynor, 2003.
[11] Fisk, Robert; “Carrell, Severin: Mercenaries in Iraq. Occupiers Spend Millions on Private Army of Security Men” en The Indipendent, 29 de marzo de 2004.
[12] Bellinghausen, Hermann: “Halliburton, ejercito paralelo en EU” en La Jornada, 5 de septiembre de 2003.
[13] Langhans, Dago: “Kriegsprofite” en Junge Welt, 4 de septiembre de 2004.
[14] Spiegel online vom 7.3.2008.
[15] www.blackwater.com.
[16] Time, 12 de abril de 2004.
[17] Washington Post vom 23.12.2007.
[18] Spiegel online vom 2.10.2007; TeleSUR vom 14.10.2007, 30.10.2007 und vom 8.11.2007.
[19] Reich, Roswitha: “Lukratives Söldnertum” en Junge Welt, 20 de agosto de 2004.
[20] Weiss, Ruth: “Südafrikanische Söldner im Iraq. Alte Soldaten sterben nicht” en WoZ, 19 de febrero de 2004.
[21] La Jornada8 de abril de 2004.
[22] Misser, François: “Die Legion der Schurken” en Taz, 3 de junio de 2004.
[23] El Tiempo, 12 de diciembre de 2004.
[24] CNEWS, 8 de octubre de 2004.
[25] Eduardo Tamayo G,: Mercenarios con “impunidad de facto”, Revista Pueblos vom 13.11.2007.
[26] Naciones Unidas: Informe del Grupo de Trabajo sobre la utilización de mercenarios como medio de violar los derechos humanos y obstaculizar el ejercicio del derecho de los pueblos a la libre determinación - Misión a Honduras. 20 de febrero 2007.
[27] Citado en Prensa Latina, 21.10.2007
[28] TeleSUR 14.11.2007.
[29] TeleSUR 14.11.2007.
[30] Committee on Oversight and Government Reform, Memorandum vom 01. Oktober 2007, http://oversight.house.gov/documents/20071001121609.pdf
[31] TeleSUR vom 14.11.2007.
[32] Spiegel online vom 5.10.2007.
[33] Coalition Provisional Authority Order Number 17 (Revised) vom 27.06.2004.
[34] Ùltimas Noticias vom 14.10.2007
Heramienta - Septiembre de 2009
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