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10/09/2009

Sindicatos dos motoristas admitem fazer greve

Os dirigentes sindicais dos motoristas consideram que a lei que obriga a que tenham um Certificado de Aptidão Profissional não deve pôr em causa o emprego e admitem fazer greve se as suas pretensões não forem atendidas.

"Não afastamos a hipótese de avançar com formas de luta e possivelmente uma greve no caso de as nossas pretensões não serem tidas em conta", diz Vítor Pereira, dirigente sindical da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS).

Em causa está a legislação que entrou hoje em vigor e que "obriga os motoristas, já no activo, a terem um Certificado de Aptidão Profissional (CAP), terem de salvaguardar os postos de trabalho no caso de não terem aproveitamento", afirma Vítor Pereira.

Os representantes dos motoristas pertencentes à Fectrans, Sindicato dos trabalhadores da Administração Local (STAL) e dos Trabalhadores do Município de Lisboa (SPAL) entregaram hoje uma carta aberta ao primeiro- ministro, José Sócrates, onde defendem que as 35 horas de formação para obter o certificado profissional devem decorrer durante o horário de "Não estamos contra a formação, mas entendemos que os motoristas devem fazê-la durante o horário laboral e não fora deste e que a legislação que hoje entrou em vigor, no caso trabalhador não ter aproveitamento, tem de salvaguardar o seu posto de trabalho", diz Vítor Pereira. Além disso destaca que "os custos da formação devem ser pagos pelo Estado. Não podem ser os motoristas a pagar a sua formação, a Certidão de Aptidão profissional e a Carteira de Qualificação de motorista, pois não ganham para isso", acrescenta.

Os dirigentes sindicais foram hoje recebidos em São Bento por um assessor do primeiro-ministro, a quem entregaram uma carta aberta onde expõem as reivindicações e problemas, tendo referido que está a circular uma petição para ser entregue na Assembleia da República aos deputados durante a nova legislatura para que o assunto seja debatido.

O dirigente sindical afirma ainda que mais de 70.000 motoristas sindicalizados estão abrangidos pela legislação, a que se juntam os não sindicalizados, o que eleva para 100.000 os motoristas no sector.

D.D. - 10.09.09

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