À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

24/09/2011

Saída sem democracia?

Carvalho da Silva

No decorrer de uma reunião de reflexão com dirigentes da Liga Operária Católica sobre as políticas que vêm sendo executadas no nosso país e os seus efeitos no plano social e económico, ouvi de uma participante na reunião: "Será que, com aquilo que nos estão a propor como saída da crise, nos levantaremos ainda com este regime democrático?"
É inquestionável que os portugueses estão debaixo de um processo de acelerado abaixamento do seu nível de vida, sendo o agravamento das condições de trabalho uma das suas causas, mas onde o enfraquecimento de direitos sociais fundamentais e a perda de instrumentos económicos e políticos por parte do Estado constituem outras peças desse perigoso retrocesso.
Há quem diga: "Agora temos de fazer sacrifícios para pagarmos o que devemos", não é tempo de protestar.
Para se pagar uma dívida é preciso gerar riqueza e todos sabemos que as políticas em curso são de recessão económica e logo de redução da riqueza produzida. Por outro lado, a perda de direitos e a redução da retribuição do trabalho não tem qualquer relação com o pagamento da dívida, a não ser que se admita negar à sociedade portuguesa o direito ao seu desenvolvimento e pôr em causa a democracia.
Os cortes cegos na despesa com a saúde, o ensino, a protecção social e outros direitos sociais fundamentais provocam desemprego, enfraquecimento do Estado Social, esvaziamento da democracia. O mesmo se passará com os efeitos das medidas relativas às "reformas" da Administração Central e Local, com o processo de privatizações, com os efeitos de políticas injustas nos impostos.
São imensas as pequenas e médias empresas privadas cujas actividades dependem, e bem, do papel qualificado das funções do Estado e das funções modernas e capacidades das autarquias locais.
Com um sistema financeiro que limita cada vez mais o crédito às empresas, com os accionistas de grandes grupos económicos a sugarem as empresas e as famílias em todas as áreas vitais, como é o caso da energia ou das comunicações, com os apoios financeiros do QREN mal direccionados, com o aumento da informalidade na economia e no trabalho, como vamos gerar riqueza para pagar a dívida?
Como podemos pagar uma dívida que é injusta e que, tal como na Grécia - o povo grego tem história e cultura -, tende inexoravelmente a agravar-se se não houver rápida renegociação e alteração de várias regras na União Europeia?
Há perigos reais para a nossa soberania e para a nossa democracia! Afirmar caminhos únicos e inevitabilidades é uma forma efectiva de pôr em causa a democracia, que não sobrevive sem equilíbrios entre todas as suas componentes.
No plano laboral aí está o mais profundo e envolvente ataque aos direitos dos trabalhadores que se observou depois de Abril de 1974.
De acordo com as teorias neoliberais em voga, para combater a segmentação do mercado de trabalho, promover a criação de emprego e aumentar a competitividade das empresas é preciso flexibilizar sem limite a legislação laboral, em especial no que respeita aos regimes do tempo de trabalho, às normas que protegem a segurança no emprego e aos custos laborais. É o desequilíbrio total das relações de trabalho. E não haverá um país em democracia com esta a ficar à porta das empresas ou dos serviços públicos.
Alguns representantes patronais mais ofensivos já vão dizendo: "estamos cheios de revisões parcelares da legislação laboral, chegou a hora de uma revisão a sério".
Está tudo dito! Querem caminhar para a eliminação da indemnização por despedimento; despedir quando e como quiserem, encontrando "causas justificativas de cessação (dos contratos) nos casos em que o trabalhador tenha acordado com o empregador determinados objectivos e não os cumpra", como se o trabalhador estivesse em condições de igualdade com o patrão a determinar objectivos para o trabalho; fazer o pagamento do trabalho cada vez mais barato e sempre pago a singelo, quer se trabalhe de dia ou de noite, durante ou depois do horário normal, aos fins-de-semana ou em feriados; e para atingir tudo isto, destruir a contratação colectiva e, se possível, os sindicatos.
Em defesa dos interesses do povo português e da democracia, é tempo de agir e lutar para travar o desastre e encontrar rumos com futuro.

http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=2016436&opiniao=Carvalho%20da%20Silva

Funcionários consulares portugueses em greve na Suíça participam em manifestação em Berna


Os funcionários consulares portugueses em greve na Suíça participam, este sábado, numa grande manifestação de sindicatos suíços em Berna, que tem como objectivo fazer valer várias reivindicações laborais.
"O que vai acontecer hoje, entre as 13.30 e 16 horas (locais), é uma manifestação em Berna, apoiada pelos sindicatos suíços. Haverá a deslocação de trabalhadores (consulares portugueses) de outras cidades onde há representações nossas", disse à Agência Lusa Jorge Veludo, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas (STCDE).
Cinquenta e seis funcionários consulares portugueses na Suíça iniciaram no dia 29 de Agosto uma greve por tempo indeterminado por falta de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre a sua situação salarial, sobretudo devido à diferença cambial entre euro/franco suíço e também aos cortes salariais ocorridos na função pública.
A greve está a ser cumprida pelos trabalhadores da embaixada de Portugal em Berna, da missão junto da ONU em Genebra, dos consulados naquela cidade e em Zurique, bem como dos escritórios consulares em Sion e Lugano, segundo STCDE.
Jorge Veludo disse que na manifestação irão participar muitas pessoas da comunidade portuguesa emigrante na Suíça, muitas ligadas a sindicatos suíços, e trabalhadores consulares italianos, que sofrem do mesmo problema salarial dos funcionários consulares portugueses.
A manifestação, segundo o dirigente sindical, vai passar junto à porta das embaixadas portuguesa e italiana, em Berna.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2016827

El 99 por ciento que ocupó Wall Street

Amy Goodman 

Si 2.000 activistas del movimiento conservador Tea party se manifestaran en Wall Street, probablemente habría la misma cantidad de periodistas cubriendo el acontecimiento. 2.000 personas de hecho ocuparon Wall Street el sábado. No llevaban pancartas del Tea party ni la bandera de Gadsden con la serpiente en espiral y la amenaza 'No te metas conmigo'. Pero su mensaje era claro: “Somos el 99 por ciento de la población que ya no tolerará la codicia ni la corrupción del 1 por ciento restante”, dijeron. Allí estaban, la mayoría de ellos jóvenes, protestando contra la especulación prácticamente no regulada y descontrolada de Wall Street, que provocó la crisis financiera mundial.

Uno de los multi-millonarios más conocidos de Nueva York, el alcalde Michael Bloomberg, comentó acerca del momento en que vivimos: “Muchos jóvenes que salen de la universidad no encuentran trabajo. Eso es lo que sucedió en El Cairo, es lo que sucedió en Madrid. No queremos ese tipo de disturbios aquí”. ¿Disturbios? ¿De eso realmente se trataron la Primavera Árabe y las protestas en Europa?

Quizá para desilusión del Alcalde Bloomberg, lo que sucedió en Egipto y en Europa es justamente lo que inspiró a muchas personas a ocupar Wall Street. En un reciente comunicado, la coalición de organizaciones que se están manifestando en Wall Street dijo: “El sábado realizamos una asamblea general de dos mil personas. El lunes a las 8 de la noche aún estábamos ocupando la plaza, a pesar de la constante presencia policial. Estamos construyendo el mundo que queremos, en base a la necesidad humana y a la sustentabilidad, en lugar de a la codicia de las empresas”.

Hablando del Tea party, el gobernador de Texas, Rick Perry, viene provocando altercados en forma permanente durante los debates presidenciales republicanos con su declaración de que el venerado sistema de seguridad social de Estados Unidos es “una estafa de tipo Ponzi”. Charles Ponzi se dedicó a estafar a miles de personas en 1920 mediante la promesa fraudulenta de que recibirían grandes ganancias a partir de inversiones. Una típica estafa Ponzi consiste en tomar el dinero de una serie de inversores y pagarles con el dinero de nuevos inversores, en lugar de pagarles a partir de ganancias reales. El sistema de seguridad social de Estados Unidos es de hecho solvente: tiene un fondo fiduciario de más de 2,6 billones de dólares. La verdadera estafa que amenaza al pueblo estadounidense es la insaciable codicia de los bancos de Wall Street.

Entrevisté a uno de los organizadores de la protesta “Ocupemos Wall Street”. David Graeber es profesor en Goldsmiths, Universidad de Londres, y es autor de varios libros. Su obra más reciente es: “Deuda: Los primeros 5.000 años”. Graeber señala que, en medio de la crisis financiera de 2008, se renegociaron deudas enormes entre bancos. Sin embargo muy pocas hipotecas recibieron el mismo trato. Graeber dice: “Las deudas entre los muy ricos o entre gobiernos siempre pueden ser renegociadas y, de hecho, siempre ha sido así en la historia mundial. No están grabadas en piedra. En términos generales, cuando los pobres tienen deudas con los ricos, de pronto las deudas se convierten en una obligación sagrada, más importante que ninguna otra cosa y la idea de renegociarlas se vuelve impensable”.

El Presidente Barack Obama recientemente propuso un plan de creación de empleo y mayores esfuerzos para reducir el déficit. Una de las propuestas es el llamado “impuesto a los millonarios”, que cuenta con el apoyo del multi-millonario y partidario de Obama, Warren Buffet. Los republicanos denominaron al impuesto “guerra de clases”.

Graeber comenta: “Durante los últimos 30 años hemos visto a los más ricos de nuestra sociedad librar una guerra política contra todos los demás y esta es la jugada más reciente de esa guerra, una medida que es totalmente disfuncional desde el punto de vista político y económico. Y este es el motivo por el cual los jóvenes simplemente han abandonado cualquier idea de recurrir a los políticos. Todos sabemos lo que sucederá. Los impuestos propuestos son una especie de simulación de gesto populista, que todos saben que será desechado. En realidad, lo que probablemente suceda es que habrá más recortes a los servicios sociales”.

Afuera, en la fría mañana del martes, los manifestantes iniciaron su cuarto día de protestas con una marcha en medio de una fuerte presencia policial e hicieron sonar la campana de apertura de “la bolsa del pueblo” a las 9.30 de la mañana, exactamente a la misma hora que suena la campana de la Bolsa de Nueva York. Mientras los banqueros permanecen seguros dentro de sus bancos rescatados, afuera, la policía arresta a manifestantes. En un mundo justo, con una economía justa, cabría preguntarse, ¿quién debería estar pasando frío afuera? ¿Quién debería ser arrestado?

Denis Moynihan colaboró en la producción periodística de esta columna.

Texto en inglés traducido por Mercedes Camps. Edición: María Eva Blotta y Democracy Now!

http://www.argenpress.info/2011/09/el-99-por-ciento-que-ocupo-wall-street.html

Las turbulencias en la eurozona

Carmen Esquivel

El temor a la quiebra de Grecia por su abultada deuda y el posible contagio de la crisis a otros países de la región signan hoy el panorama en la zona del Euro, 12 años después de la unión monetaria.

Grecia tiene una deuda pública de casi 160 por ciento de su Producto Interno Bruto (PIB) y si declara una moratoria de pagos o abandona el grupo esto tendría consecuencias catastróficas no sólo para esa nación, sino para Europa, alertaron analistas.

El llamado efecto dominó afectaría en primer lugar a las naciones más frágiles y luego podría extenderse a Italia y España, tercera y cuarta economías de la eurozona.

Las autoridades griegas advirtieron sobre la urgencia de recibir la ayuda externa para enfrentar la emergencia, ya que solo tienen liquidez para pagar los sueldos y las pensiones hasta octubre.

Sin embargo, la eurozona no ha podido hasta ahora zanjar sus diferencias para el desembolso total de un segundo fondo de rescate para ese país, valorado en 160 mil millones de euros.

En la reunión de ministros de Finanzas del grupo, efectuada el pasado fin de semana en Polonia, se acordó decidir en octubre y no en septiembre como estaba previsto inicialmente, si se concede o no el sexto tramo de la ayuda, que asciende a ocho mil millones de euros.

"La reunión ha sido muy decepcionanteâ?? Es la ideología neoliberal que se está imponiendo en Europa, pero una cosa que está clara es que las medidas de austeridad no están ayudando a resolver la crisis, sino al contrario", dijo Ignacio Fernández Toxo, presidente de la Confederación Europea de Sindicatos.

La llamada troika, compuesta por el Fondo Monetario Internacional, el Banco Central Europeo y la Comisión Europea, condiciona los desembolsos de la ayuda a que el país cumpla con sus compromisos de ajuste y reformas estructurales.

Es decir, a cambio de recibir más oxígeno financiero, el gobierno debe apretar más el cinturón, lo cual implica más privatizaciones, rebajas en los sueldos, despidos, recortes sociales y nuevos impuestos, entre otras medidas.

Ferrocarriles, astilleros y servicios de agua y electricidad han sido privatizados y se habla incluso de la posibilidad de vender algunas de las seis mil islas que integran el territorio.

Dentro de las medidas más recientes, las autoridades anunciaron un nuevo gravamen inmobiliario durante los próximos dos años, con el cual esperan conseguir dos mil millones de euros.

"Estamos absolutamente determinados, con independencia del costo político que pueda tener, a cumplir con nuestros compromisos de reformas", dijo el ministro de Economía, Evangelos Venizelos.

El Partido Comunista griego calificó de salvajes las medidas y advirtió que destruirán el presente y el futuro de los trabajadores y de la juventud.

De acuerdo con la Autoridad Helénica de Estadísticas, en estos momentos el paro afecta al 16 por ciento de la población griega, cifra que asciende a 40 por ciento entre los jóvenes.

A nivel regional la situación tampoco es halagüeña.

Además de Grecia, Italia, España, Portugal, Bélgica y otros países han sido epicentro de huelgas y manifestaciones contra las impopulares recetas que socavan el bienestar social y los derechos laborales.

La eurozona y su futuro escenario

La eurozona fue creada el 1 de enero de 1999 cuando 11 países de la Unión Europea adoptaron el euro como moneda oficial.

Los primeros estados en incorporarse al grupo fueron Portugal, España, Francia, Alemania, Italia, Bélgica, Holanda, Irlanda, Finlandia, Luxemburgo y Austria.

En enero de 2001 Grecia entró en la unión monetaria, en 2007 se incorporó Eslovenia y en 2008 Chipre y la República de Malta.

Los últimos en adherirse fueron Eslovaquia y Estonia, en 2009 y 2011, respectivamente.

Más de una década después de su creación, la zona está sumida en la crisis de la deuda que sacude a los mercados y las previsiones para el último trimestre del año ponen en duda las perspectivas de una solución a corto plazo.

Según la Comisión Europea, la economía en la eurozona se estancará durante los meses de octubre a diciembre y sólo habrá un crecimiento de 0,1 por ciento.

"Las perspectivas para la economía europea se han deteriorado", declaró el comisario de Asuntos Económicos de la Unión Europea, Olli Rehn.

Los pronósticos de los economistas apuntan a una posible quiebra de Grecia o a una salida del país del grupo del euro, lo cual pondría en juego el futuro de la moneda única.

http://www.argenpress.info/2011/09/las-turbulencias-en-la-eurozona.html

Honduras: Trabajo infantil y reproducción de la pobreza

Yeanny González Peña

Cada año decenas de miles de niños hondureños abandonan sus estudios para incorporarse al mundo ilegal del trabajo infantil, y cierran el círculo vicioso que reproduce la marginación y la pobreza.

Este es uno de los sectores más postergados en la sociedad hondureña, que no les garantiza correcta nutrición, acceso al agua potable, servicios de saneamiento, vivienda, asistencia a la escuela y a medios de comunicación e información.

El Fondo de Naciones Unidas para la Infancia (Unicef) describe un cuadro de pobreza y exclusión social sin parangón para los menores de la nación centroamericana.

Más de medio millón de niños hondureños realizan trabajos forzados, mientras otros mueren de hambre o son víctimas de la trata y la explotación sexual ante la mirada cómplice de las autoridades locales, explicó la organización humanitaria Casa Alianza.

Muchos de ellos se desempeñan como agricultores, operadores de carga, cazadores, pescadores, limosneros o trabajan en la explotación de minas y la construcción, pese a ser ocupaciones prohibidas por el Reglamento Internacional sobre Trabajo Infantil.

La pobreza en que vive más del 60 por ciento de la población tiene un papel decisivo en la referida problemática.

De acuerdo con Unicef, más del 80 por ciento de los niños incorporados a actividades económicas provienen de hogares muy humildes.

Una de las consecuencias más dramáticas del trabajo infantil, subraya Unicef, es el abandono escolar, pues contribuye directamente a la reproducción intergeneracional de la pobreza.

Aunque el Código del Trabajo regula las horas laborales para que los menores no abandonen la escuela, el promedio de estudios de niños y jóvenes en tales condiciones es de apenas cinco años.

El comisionado de los Derechos Humanos en Honduras, Ramón Custodio, dijo que más de un millón de niños y adolescentes están fuera del sistema de cobertura educativa en el país centroamericano, situación la cual en un futuro les cerrará las puertas a profesiones que les permitan una vida mejor.

"No son tiempos buenos para la niñez hondureña", porque no se les respeta "su integridad física, se les violenta el derecho a la salud, a la educación y se irrespeta su derecho a la vida", expresó.

Aquí dos tercios de los menores son pobres y el trabajo es la única solución para conseguir el sustento; en el resto de América Latina, más de nueve millones laboran en situación de riesgo.

El director de Casa Alianza en Honduras, José Manuel Capellín, denunció que las autoridades de la Secretaría de Trabajo no hacen nada para revertir la situación descrita.

La Convención sobre Derechos del Niño, ratificada por este país el 24 de Julio de 1990, obliga al Estado a implementar acciones de observación cercana a las condiciones de vida de su población infantil y el impacto que en ellos tienen las decisiones políticas en todos los aspectos.

A nivel mundial, el trabajo infantil es un fenómeno amplio, complejo y multicausal, pero que también tiene consecuencias desastrosas para muchos niños.

Encuestas recientes describen la situación de aquellos menores empleados en labores forzadas, quienes en su mayoría presentan lesiones como golpes, heridas superficiales, fracturas, quemaduras, luxaciones, esguinces y otros problemas que pueden afectarlos el resto de la vida.

Según Unicef, la única manera de eliminar el flagelo de la pobreza y el trabajo infantil es que los Gobiernos integren políticas sociales, de empleo y macroeconómicas para los infantes y sus familias.

"Esto requiere asignar mayores recursos para promover los derechos de la infancia, asegurar un entorno protector, aumentar la provisión y la calidad de los servicios, como también ampliar los sistemas de protección social", afirmó Alicia Bárcena, secretaria ejecutiva de la Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL).

En lo que respecta a la seguridad pública y el derecho a la vida, el comisionado de los Derechos Humanos, Ramón Custodio, denunció la muerte violenta de 221 niños menores de 15 años entre 2008 y 2010.

De los ocho millones de habitantes que tiene Honduras, un poco más de tres millones son niños cuya edad es inferior a 14 años, indicó.

http://www.argenpress.info/2011/09/honduras-trabajo-infantil-y.html

Attac et Laurent Cordonnier


écouter: Attac et Laurent Cordonnier, Radio Campus Lille 106,6
22.09.2011

Pierre Bourdieu un hommage

16 billones de regalo a los bancos y empresas que provocaron la crisis y que más empleo destruyen

Juan Torres Lopez

Algunos lectores me han pedido más información porque no habían oído hablar nada sobre los 16 billones de dólares que indiqué en mi anterior texto que la Reserva Federal dio a la banca internacional en secreto.
Es natural que no sepan de ello porque prácticamente ningún medio de comunicación europeo dijo nada de ello, a pesar de tratarse de una cantidad sencillamente descomunal.
A mediados de julio pasado se conocieron los resultados de una auditoria que la Government Accountability Office de Estados realizó en la Reserva Federal (FED), el banco central de los Estados Unidos (El informe completo puede verse aquí).
Esta auditoría fue la que reveló que entre el 1 de Diciembre de 2007 y el 21 de Julio de 2010, la FED concedió préstamos secretos a grandes empresas y entidades financieras por valor de 16 billones de dólares, 3 de ellos destinados a empresas y bancos de Europa y Asia y el resto para estadounidenses.
Dichos préstamos fueron concedidos a un interés del 0,25%, es decir, que fueron prácticamente regalados en el mismo momento en que esos mismos bancos prestaban dinero a países como Grecia al 7%.
Las empresas y bancos que recibieron ese regalo fueron los más poderosos y conocidos del mundo, entre ellos los que habían llevado a cabo las conductas criminales que provocaron la crisis de las hipotecas basura: Goldman Sachs, Citibank, JP Morgan Chase, Morgan Stanley, Merrill Lynch, Bank of America, Bear Stearns, Pacific Management Investment Co. (PIMCO), Royal Bank of Canada, Toronto-Dominion Bank, Scotiabank, Barclays Capital, Bank of Scotland, Deutsche Bank, Credit Suisse, BNP Paribas, Societe Generale, UBS, Dexia, Bayerische Landesbank, Dresdner Bank, Commerzbank… y también los españoles Santander y BBVA (31.400 millones de dólares: http://www.federalreserve.gov/newsevents/files/taf.xls). Entre las empresas afortunadas se encuentran General Electric, Caterpillar, Harley-Davidson, Verizon, McDonald’s, BMW o Toyota.
Lo terrible de todo ello es que, como he analizado en otros artículos y adelanté en mi libro La crisis de las hipotecas basura. ¿Por qué se cayó todo y no se ha hundido nada?, esta cantidad multimillonaria permitió tapar los agujeros iniciales de la banca quebrada y darle recursos gratis para que hicieran un gran negocio comprando la deuda de los estados pero han sido insuficientes para evitar la insolvencia generalizada en la que realmente se encuentra la banca internacional.
De hecho, esos bancos europeos y estadounidenses que han recibido semejante regalo han despedido o van a terminar de despedir en breve a un millón de empleados. Para eso sirven las ayudas de los bancos centrales.
Las autoridades y los bancos centrales en particular se han dedicado a  engañar a los ciudadanos disimulando mediante normas y artilugios contables la dimensión real de las pérdidas patrimoniales que sufrió la banca como consecuencia de su propio comportamiento irresponsable y criminal. Le dieron billones de dólares gratis mientras se lo negaba a los demás, a las empresas que crean empleo y riqueza y a los consumidores, les permitieron que siguieran especulando y creando burbujas y les proporcionaron alas para que hicieran un inmenso negocio a costa de los pueblos.
Ahora su situación vuelve a ser indisimulable. La banca internacional, y particularmente la europea, vuelve a manifestar la insolvencia que le ha producido el dedicarse a especular y obtener beneficios rápidos y fáciles en lugar de a financiar a la actividad productiva. Y ahí están de nuevo los bancos centrales dispuesto a sacarse otra vez de la manga cientos de miles de millones de dólares y euros para darle a los ladrones más infames e insensible que ha conocido la historia de la humanidad los recursos que le niegan a los gobiernos o a las empresas para que éstos aseguren el empleo y la creación de riqueza.
Si los directores de las sucursales bancarias y los directivos bancarios hablaran, o dijeran en público lo que reconocen en privado, la sociedad sabría los engaños, los chantajes, los robos y la irresponsabilidad con que están actuando los bancos que perciben estos regales billonarios con tal de no dar ni un euro a las empresas y poder así dedicar todos sus recursos a seguir especulando en las ruletas financieras. Por cierto, con el silencio de la cúpula empresarial que admite sin más que los empresarios sean constantemente chantajeados y llevados a la ruína por esas prácticas bancarias que solo algunos se atreven a denunciar (Los bancos y el “chantaje financiero”).
Mientras no se acabe con todo esto, mientras no se haga mesa limpia en el sistema financiero internacional, mientras no se abra una investigación seria sobre el comportamiento de los banqueros y se les enjuicie para poner en claro sus irresponsabilidades y engaños, mientras los estados no aseguren la financiación de la economía mediante un nuevo tipo de bancas públicas bien controladas socialmente no será posible salir de la situación en la que estamos. Y si no se actúa con urgencia volveremos a vivir muy pronto tiempos muy difíciles,

http://www.juantorreslopez.com/

Salvan a los bancos para hundir a los pueblos

Juan Torres Lopez

Cuando la banca provocó un desastre global los bancos centrales y las autoridades de todo el mundo se volcaron en su ayuda y no hubo problemas para proporcionarles casi gratuitamente billones de dólares para salvarlos. Además de las inyecciones de liquidez oficiales, se ha sabido que la Reserva Federal proporcionó en secreto 16 billones de dólares a grandes bancos de todo el mundo.
Cuando la crisis provocada por los bancos hizo un roto en las finanzas de los estados, las autoridades europeas y el Banco central Europeo los obligaron a financiarse en los mercados al interés que imponían los especuladores y la banca. En lugar de dedicar el dinero que recibían del Banco Central Europeo al 1% para financiar a empresas y consumidores, prestaron a los gobiernos a tipos mucho más altos, echando sobre las espaldas de sus pueblos una losa que terminó siendo insufrible. Solo España tiene previsto pagar, como poco, 27.000 millones de euros en 2011, si es que la factura no sube en los meses próximos.
Así hundieron a países como Irlanda, Portugal o Grecia y ahora, cuando esa deuda estatal se hace tan pesada que es posible que algunos bancos no puedan cobrarla porque ya están en peligro Italia o España, los banqueros reclaman de nuevo ayuda. Y allí están otra vez sus todopoderosos salvadores: el Banco Central Europeo, la Reserva Federal de EE UU, el Banco de Inglaterra, el Banco de Suiza y el Banco de Japón acaban de anunciar que volverán a dar a la banca europea todo el dinero que necesite. ^Para que siga extorsionando a los gobiernos y arruinando a los pueblos
Una muestra más de la infame y criminal discriminación de los poderosos que mueven los hilos del mundo a su antojo para favorecer siempre a los mismos.
Lo seguirán haciendo mientras las gentes de todo el planeta no salgan de una vez a las calles para poner fin a estas injusticias increíbles.

http://www.juantorreslopez.com/impertinencias/151-impertinencias-de-septiembre-de-2011/2481-salvan-a-los-bancos-y-hunden-a-los-pueblos

Les révélations qui ébranlent la Haute autorité de santé

David Prochasson

La thèse d'un médecin dénonce les conflits d'intérêts de l'institution, (trop) proche des labos pharmaceutiques.
Des médicaments dans la paume d'une main (Camerakarrie/Flickr/CC).
En pleine tempête sur le Mediator, qui a mis à jour la « bureaucratie sanitaire » de l'Afssaps, c'est désormais à la Haute autorité de santé (HAS) d'être vivement critiquée. Non par un rapport officiel mais dans une thèse de médecine générale accablante sur les rapports de la HAS avec les laboratoires pharmaceutiques.
Soutenue en juillet dernier à l'université de Poitiers par Louis-Adrien Delarue, médecin généraliste à Angoulême, elle secoue le milieu. Son titre :
« Les Recommandations pour la pratique clinique élaborées par les autorités sanitaires françaises sont-elles sous influence industrielle ? A propos de trois classes thérapeutiques. »
La Haute autorité de santé a été créée en 2004 avec pour mission de veiller au renforcement de la qualité des soins, au bénéfice des patients. Ses trois principes fondateurs sont « l'indépendance, la rigueur scientifique, la transversalité ».
La thèse de Louis-Adrien Delarue démontre qu'au moins quatre recommandations émises entre 2006 et 2008 sont erronées. Depuis 2010, le contrôle des conflits d'intérêts s'est durci, enfin… sur le papier.

Balance bénéfice-risque clairement défavorable

Louis-Adrien Delarue a étudié trois classes de médicaments utilisées pour soigner le diabète de type 2, la maladie d'Alzheimer et certains troubles articulaires. Ces pathologies fréquentes font l'objet de préconisations dans quatre guides de la HAS. « Les biais sont multiples », selon la thèse :
« Etudes scientifiques omises, présentations de données mal étayées ou connues pour être falsifiées, conclusions hâtives et mal argumentées. In fine, la HAS promeut des médicaments dont la balance bénéfice-risque est clairement défavorable et qui impactent les dépenses publiques à hauteur de centaines de millions d'euros par an. »
Certains médicaments peuvent aussi être dangereux. C'est le cas des coxibs, dont le plus connu est la marque Celebrex :
« La littérature scientifique montre que les coxibs, comme le Celebrex ou le Vioxx, peuvent provoquer de graves accidents cardio-vasculaires. »
Ces anti-inflammatoires prescrits contre les maladies articulaires sont des molécules sœurs, des « me-too », du Vioxx. Ce dernier, suspecté d'avoir causé la mort de dizaines de milliers de patients, avait provoqué un scandale mondial en 2004 avant d'être retiré du marché.
L'auteur s'étonne que les Coxibs continuent de faire l'objet de deux recommandations favorables publiées en 2007 et 2008, dans le traitement de la polyarthrite rhumatoïde et de la spondylarthrite ankylosante.
En raison d'une « suspicion de conflit d'intérêts », la HAS vient de suspendre ces deux dernières (en plus de quatre autres) dans l'attente d'une actualisation. Elle précise que la « qualité scientifique de ces travaux n'est pas remise en cause » et qu'ils « peuvent continuer de servir aux professionnels de santé qui doivent le mettre en perspective avec l'ensemble des connaissances disponibles ».

Les experts, VRP de l'industrie

Si ces guides étaient erronés, c'est en raison des conflits d'intérêts qui les minent. L'auteur montre comment, grâce à des logiciels informatiques performants, les laboratoires détectent les leaders d'opinion, « susceptibles de leur rapporter le plus de bénéfices financiers ».
Les experts de la HAS sont des interlocuteurs stratégiques car, à leur tour, ils influencent toute une chaîne d'acteurs, du médecin généraliste au professeur jusqu'au journaliste.
Dès 1999, l'Anaes, l'ancêtre de la HAS, édictait des règles d'indépendance strictes, notamment envers les présidents de groupes de travail en charge d'élaborer les recommandations. Selon la thèse, elles n'ont pas été respectée :
« De nombreux experts en charge de ces guides ont des conflits d'intérêts majeurs. C'est le cas notamment de tous les présidents de groupes de travail en charge d'élaborer les quatre guides de bonnes pratiques analysés. »

Deux recommandations annulées au nom de conflits d'intérêts

Deux recommandations avaient déjà été annulés à la demande du Formindep (collectif pour une formation et une information médicales indépendantes), en avril dernier. La première sur le diabète a été abrogée par le Conseil d'Etat. La seconde, sur Alzheimer, a été retiré par la HAS qui a devancé le recours.
Interrogé par Rue89, le président de l'agence, Jean-Luc Harousseau, se justifie :
« Ces recommandations ont été faites à un moment où la politique de la HAS était moins stricte qu'elle ne l'est depuis 2010.
J'espère que les recommandations prises depuis 2010 sont exemptes de conflits. A vrai dire, on n'a pas été vérifier puisque nous considérons que normalement, il n'y a pas de risques. »
Pas de risques et pourtant, Jean-Luc Harousseau lui-même, à son arrivée à la tête de la HAS, avait tardé à préciser ses liens d'intérêts avec l'industrie pharmaceutique, remplissant une première déclaration entièrement vierge.

Obligé de noircir les noms des experts incriminés

Symbole du tabou qui entoure ces conflits d'intérêts, le jury de thèse de Louis-Adrien Delarue lui a imposé de noircir les noms des experts incriminés. Officiellement, affirme la présidente du jury Marie-Christine Perault-Pochat, « pour le protéger de plaintes devant le conseil de l'ordre ».
La réalité semble plus nuancée. Quelques jours après la soutenance, la pharmacologue s'est inquiétée de voir la version originale de la thèse sur Internet. Dans un e-mail que nous avons consulté, adressé à Louis-Adrien Delarue et copié à tous les centres de pharmacovigilance de France, elle a tenu à ne pas s'associer aux conclusions de la thèse devant ses confrères. Et a décrédibilisé la thèse sans préciser qu'elle avait obtenu la meilleure note et la mention « très honorable » :
« Votre travail a manqué de recul, de distanciation par rapport au sujet. […] Je vous invite à venir voir comment nous travaillons et combien en pharmacologie nous sommes loin des liens ou conflits d'intérêts. »
La thèse a été, depuis, saluée par des médecins reconnus. Le directeur de la thèse explique :
« Les professeurs universitaires et praticiens hospitaliers ne reconnaissent pas les conflits d'intérêts. C'est la première fois qu'une telle thèse, polémique, est acceptée dans une université. »
Photo : des médicaments dans la paume d'une main (Camerakarrie/Flickr/CC).

http://www.rue89.com/2011/09/23/conflits-dinterets-peut-on-se-fier-a-la-haute-autorite-de-sante-221804

Billions Spent On A Cure For Cancer And Yet Cancer Rates Continue To Explode?

Why hasn't a cure for cancer been found?  We have poured billions upon billions of dollars into cancer research, and yet cancer rates continue to explode.  Cancer is the leading cause of death worldwide, and according to the World Health Organization the number of cancer deaths globally is expected to nearly double over the next 20 years.  So why is this such a problem?  We have spent gigantic piles of money and have had hordes of scientists working on this for decades.  Every year there are countless walks, runs and fundraisers for cancer research.  The U.S. government absolutely showers cancer researchers with cash.  We are supposed to be the most "advanced" civilization that the world has ever seen.  So where is the cure for cancer?  And why does cancer keep getting worse?
A vast amount of resources from all over the globe is poured into cancer research, yet according to the WHO about seven and a half million people will die from cancer this year alone....
At least 12.6 million people are diagnosed with cancer around the world every year, and more than 7.5 million die of the disease – a toll that is steadily rising in every country as the population expands and people live longer, according to research by the World Health Organisation.
Not only that, the WHO also says that the number of global cancer deaths will almost double over the next twenty years....
Deaths from cancer worldwide are projected to continue rising, with an estimated 12 million deaths in 2030.
Nearly all U.S. families will be touched by cancer in some way, and yet our best scientists seem powerless to stop it.  According to researchers at the University of Washington, the number of new cases of breast cancer around the world has risen from approximately 640,000 back in 1980 to over 1.6 million in 2010.
That doesn't sound like progress.
But certainly cancer rates must be lower in the "more developed" areas of the world, right?
Wrong.
According to an article in the Guardian, cancer rates in North America and western Europe are much, much higher than they are in Africa....
The incidence rate is rising fast in the developing world but is still markedly lower in Africa, where 88 per 100,000 people got cancer, than in North America and western Europe, where 334 and 335 people respectively per 100,000 were diagnosed.
So just what in the world is going on here?
Why does the developed world have such high rates of cancer?
Are we doing something wrong?
When I was growing up, I had complete and total faith in the health system.  I honestly believed that the government would not allow anything harmful to be sold in our supermarkets, so I felt free to eat and drink anything that I wanted to.
I also believed that if anything did go wrong, I could just go to the hospital and the doctors would fix me.
By the time I got out of college I was a wreck physically.  My idea of a good dinner was a huge bowl of Lucky Charms slathered in milk and chased down by a tall glass of Coca-Cola.  Afterwards I would have several chocolate chip cookies for dessert.
After eating like that for a while, a funny thing started happening.  I started having all kinds of physical problems.
I went to the doctors, and I was stunned when they couldn't fix me.
Eventually I learned that I had been lied to all of my life.  You see, the truth is that nearly everything we eat and nearly everything we drink is loaded with dangerous chemicals, addictive substances and destructive toxins.
The vast majority of the products on the shelves of the average supermarket are actually bad for your health.  The food companies know that their products will destroy our health and yet they keep adding even more chemicals and even more toxins to them.
You really should get educated about what is in the food that you eat.  For example, The Street recently compiled a list of 15 major food companies that actually add wood pulp to our food.
Even many "healthy foods" are being tampered with.  A lot of our fruits and our vegetables have been genetically modified and the government even puts dangerous substances such as fluoride into our drinking water.
Everywhere we turn we are being poisoned.  Like millions of other Americans, I once ate and drank whatever I wanted to without ever thinking about whether it was good for me or not.
As someone once said, many of us have been literally "digging our graves with our teeth".
Sadly, the vast majority of our doctors have not been trained in nutrition and preventive health.  Instead, they have been trained that the solution to any health problem is to either cut someone open or prescribe a drug.
When I was growing up, I had complete faith in the "science" behind prescription drugs.  The government would never allow millions of Americans to take dangerous pills, right?
Well, later I learned that about 200,000 Americans a year are killed by prescription drugs.
Today, drugs kill more Americans than traffic accidents do.
Most of these deaths are caused by prescription drugs.  Just check out what a recent Los Angeles Times investigation turned up....
A review of hundreds of autopsy reports in Southern California reveals one tragic demise after another: A 19-year-old Army recruit, who had just passed his military physical, took a handful of Xanax and painkillers while partying with friends. A groom, anxious over his upcoming wedding, overdosed on a cocktail of prescription drugs. A teenage honors student overdosed on painkillers her father left in his medicine cabinet from a surgery years earlier. A toddler was orphaned after both parents overdosed on prescription drugs months apart. A grandmother suffering from chronic back pain apparently forgot she'd already taken her daily regimen of pills and ended up double dosing.
Once upon a time, I just assumed that if something was wrong with me I could just "pop a pill" and that would take care of the problem.  Now we are learning that "popping a pill" can get you put in the ground.  Just check out the following statistics that the Los Angeles Times discovered....
Drug fatalities more than doubled among teens and young adults between 2000 and 2008, years for which more detailed data are available. Deaths more than tripled among people aged 50 to 69, the Times analysis found.
Remember, the majority of those deaths were caused by prescription drugs.
According to the CDC, approximately three quarters of a million people each year are rushed to emergency rooms in the United States because of adverse reactions to prescription drugs.
And that is just what they are admitting to.  Most of the time when something goes wrong with a drug or a vaccine they are very eager to cover it up.
But the carnage has become so widespread that it is hard to hide at this point.
It is absolutely amazing how many prescription drugs are recalled these days.  The Food and Drug Administration reported 1,742 prescription drug recalls in 2009, which was a gigantic increase from 426 drug recalls in 2008.
So why were these drugs ever allowed on the market in the first place?
Sadly, the truth is that it is all about the money.
Prescription drugs are really big business in America today.
Nearly half of all Americans now use prescription drugs on a regular basis according to a CDC report that was released a while back. According to the report, approximately one-third of all Americans use two or more prescription drugs, and more than ten percent of all Americans use five or more prescription drugs on a regular basis.
The goal of the pharmaceutical companies is to get as many of us on drugs as possible.
The more of us that take their drugs, the more profits they will make.
Amazingly, there were more than two dozen pharmaceutical companies that made over a billion dollars in profits during 2008.
You better not mess with their profits either.  Anyone that comes forward with a natural cure for a major disease is brutally repressed.
You see, there is a whole lot of money at stake.  Vitamins and herbs cannot be patented.  If natural cures are allowed to become well known, the pharmaceutical companies could lose billions of dollars in profits.
If the U.S. health care system was a country, it would be the 6th largest economy in the entire world.  We are talking about gigantic mountains of money.
Those that are getting incredibly wealthy off of the current system are not just going to quietly step aside just because you found a natural cure for some disease.
The cold, hard reality is that we should not expect the medical establishment to announce a "cure for cancer" any time soon.  There is way too much money to be made on treating cancer.  In fact, their profits will go even higher if even more of us get cancer.
As I have written about previously, the entire U.S. health care industry has become a giant money making scam.
That is not going to change any time soon, so you better learn how to take care of yourself.

http://endoftheamericandream.com/archives/billions-spent-on-a-cure-for-cancer-and-yet-cancer-rates-continue-to-explode

La crisis de los/as trabajadores/as se agrava — Es hora de luchar


La economía capitalista se encaminó hacia una crisis renovada cuando el gobierno estadounidense anunció que no se crearon nuevos empleos en el mes de agosto. Esta desastrosa noticia para los/as 30 millones de trabajadores/as desempleados/as y subempleados/as en los EE.UU. llega en el contexto de una amenazante desaceleración económica mundial.
Además de las cifras del cero crecimiento de empleos en agosto, la cantidad de puestos de trabajo creados para los meses de junio y julio fue revisada y rebajada por un total de 58.000. La cifra de cero empleos es parte de una tendencia de desaceleración.
Mientras que esto es una mala noticia para los/as desempleados/as, quienes están trabajando también recibieron un golpe en agosto. Cuanto mayor es el desempleo, mayor será la presión sobre los/as trabajadores/as que aún tienen empleo. Esta presión se manifiesta en las últimas estadísticas.
Las horas trabajadas semanalmente se redujeron de 34,3 a 34,2 horas, mientras que el salario por hora se redujo en un promedio de 3 centavos de dólar. Estas cifras parecen pequeñas, pero sumándose llegan a una disminución promedio de los salarios semanales de casi un 5 por ciento sobre una base anual.
Además, hubo un aumento de 430.000 trabajadores/as “involuntarios a tiempo parcial” — trabajadores/as que necesitan un empleo a tiempo completo pero tienen que trabajar a tiempo parcial, ya sea porque les pusieron pocas horas o porque era lo único que los empresarios estaban ofreciendo a los/as nuevos/as empleados/as.
Los patronos se alegran con el desempleo masivo debido a la competencia que genera entre los/as trabajadores/as, por lo que es más fácil recortar los salarios, acelerar el ritmo de trabajo, recortar los beneficios y por lo tanto exprimir más y más ganancias del sudor de los/as obreros/as. Y lo más importante, mientras más alto es el nivel de desempleo, mayor será la amenaza para los sindicatos, ya que tanto la compañía como el gobierno ponen en la mira los contratos sindicales, a sabiendas de que las huelgas son difíciles de llevar a cabo durante los períodos de alto desempleo.
Los efectos racistas del desempleo quedaron dramatizados de nuevo en agosto, cuando la tasa de desempleo para los/as afroamericanos/as oficialmente alcanzó el 16,7 por ciento, mientras que para los/as latinos/as fue del 11,3 por ciento. Cuando nos fijamos en el número de trabajadores/as que han abandonado la fuerza de trabajo y no se cuentan en las estadísticas de desempleo, los porcentajes de trabajadores/as oprimidos/as sin trabajo son mucho mayores.
Dos años después de la recuperación sin empleo, una nueva crisis se está formando. Ya llevamos más de dos años en la llamada “recuperación”. El sistema de ganancias capitalista, el llamado “libre mercado”, ha dejado a decenas de millones de personas sin empleo a tiempo completo. La tasa de pobreza va en aumento, una sexta parte de la población sufre de hambre, incluyendo una cuarta parte de los/as niños/as; millones de personas enfrentan ejecuciones hipotecarias y desalojos.
Ahora, encima de esta recuperación sin empleos viene la amenaza de una nueva ola de despidos. El crecimiento de la economía de EE.UU. se redujo al 1 por ciento en el primer semestre de este año. De hecho, todo el capitalismo mundial está desacelerándose, ya sea en Europa, incluyendo Alemania, Francia e Inglaterra; en Asia, incluyendo Japón, Corea del Sur, India y China; o en América Latina, incluyendo su economía más grande, Brasil.
El crecimiento económico y los/as trabajadores/as bajo el capitalismo
La cuestión del crecimiento económico es crucial para la condición de la clase trabajadora. Bajo el capitalismo, los/as obreros/as tienen sólo dos condiciones con respecto a los puestos de trabajo: el/la trabajador/a está explotado/a por un patrono capitalista o por algún estrato del gobierno y por lo tanto tiene un empleo, o el/la trabajador/a está desempleado/a. No hay término medio.
El crecimiento de la producción capitalista significa que se necesitan más obreros/as para ser explotados/as y los servicios tienen que expandirse. De esta forma los/as trabajadores/as tienen puestos de trabajo, aunque cada vez más estos trabajos son de bajos salarios, a tiempo parcial o temporeros.
La contracción del crecimiento capitalista significa que los/as trabajadores/as no son necesitados/as por los patronos y por lo tanto son despedidos/as. Los ingresos del gobierno disminuyen, pero los bancos continúan exigiendo a estos gobiernos sus intereses y su principal y los gastos militares continúan por millones de millones, por lo que los/as trabajadores/as gubernamentales son despedidos/as.
La amenaza más reciente y más amenazante para los/as trabajadores/as del gobierno viene del Servicio Postal de Estados Unidos que amenaza con despedir a 120.000 trabajadores/as, cerrar más de 3.000 oficinas de correos y deshacerse de otros/as 100.000 trabajadores/as al no reemplazar los/as que se jubilen o dejen el empleo por otras razones.
Sobreproducción y desempleo
¿Por qué se está desacelerando el crecimiento del capitalismo en EE.UU? Los patronos están sentados en 2 millones de millones de dólares en efectivo. ¿Por qué no están contratando sino despidiendo? No es por la incertidumbre, como afirman sus apologistas; tampoco por las regulaciones gubernamentales.
Es a causa de la contradicción fundamental del mismo capitalismo — la sobreproducción. La producción capitalista crece cada vez más rápido al los patronos utilizar más tecnología, aumentar el ritmo de producción de cada trabajador/a, subcontratar y producir en el exterior en búsqueda de más ganancias. Cada vez más trabajadores/as, no sólo en EE.UU. sino en el mundo entero, producen más y más en menos tiempo con salarios cada vez más bajos.
El salario que reciben los/as trabajadores/as no sólo no aumenta, sino que disminuye, mientras la producción de mercancías que deben ser vendidas obteniendo ganancias se expande a un ritmo galopante. El poder de consumo del pueblo se eleva a paso de tortuga o efectivamente disminuye.
Mientras más tecnología usen los patronos, menos trabajadores/as necesitan. Hay 131 millones de trabajadores/as en nómina actualmente, lo que es menos que el número de trabajadores/as en nómina en el año 2000. Hoy la economía estadounidense está al mismo nivel de producción que estuvo en 2007, antes de que explotara la burbuja inmobiliaria y la crisis económica golpeara al mundo.
Eso significa que los patronos necesitan al menos de 10 a 11 millones menos trabajadores hoy que hace cuatro años. Esto es debido a la tecnología capitalista eliminadora de empleos y a la globalización del sistema de explotación de bajos salarios.
¡Demandemos un programa gubernamental masivo de empleos!
El presidente Obama pronunció un discurso sobre empleos hace pocos días. Este discurso no propuso ningún programa que puede hacer retroceder el desastre del desempleo en este país. La única manera para comenzar a tratar el desempleo masivo, el cual empeorará si hay una nueva desaceleración, es lanzar un programa masivo de empleos por el gobierno.
Tiene que ser a escala de la Administración de Progreso de Obras (WPA por sus siglas en inglés) establecida bajo la administración de Roosevelt durante la Gran Depresión. Siete millones de trabajadores/as fueron empleados/as para construir desde diques hasta puentes, parques, escuelas y carreteras; crearon arte, escribieron obras de teatro, plantaron árboles y realizaron trabajos socialmente útiles.
En esos días, al igual que hoy, los patronos no empleaban a nadie porque en una depresión no podían aumentar sus ganancias vendiendo lo producido. La gente estaba sin dinero y no podía comprar nada. Pero bajo la presión de manifestaciones masivas sobre el desempleo, huelgas generales y tomas de fábricas, el gobierno federal fue forzado a convertirse en el empleador principal. Los edificios de los gobiernos estatales y las alcaldías se convirtieron en centros de trabajo. Las millones de personas que querían trabajar consiguieron trabajo.
Al amenazar una nueva crisis, la única posibilidad de mitigar una nueva ola de desempleos y revertir lo sucedido, es lanzando una lucha masiva por empleos o ingresos y servicios a todos los niveles del gobierno — federal, estatal y local. Los/as Republicanos/as están abiertamente contra una resolución de la crisis, mientras que el Partido Demócrata también está aliado al Wall Street y no ha propuesto nada para atacar la crisis.
Los dos partidos y el gobierno a todos los niveles están diciendo que no tienen dinero. Pero el debate sobre el llamado déficit es un debate falso. Los/as trabajadores/as, las comunidades, los/as jóvenes y los/as estudiantes deben venir primero.
El derecho de los/as trabajadores/as a un empleo, a la alimentación, a la vivienda y a la educación es un derecho fundamental, superior a los derechos de millonarios y multimillonarios; superior al derecho de los banqueros a vivir de los fondos públicos; superior al derecho del complejo militar-industrial a enriquecerse con ganancias de guerra mientras extienden guerras de conquista y ocupación.
Una lucha masiva por una clase trabajadora movilizada en las calles y los lugares de empleo por doquier puede empezar a soltar el dinero de las bolsas de dinero de la clase dominante capitalista. Esta es la única manera de hacer retroceder esta crisis.
A largo plazo, aún un programa de empleos del gobierno bajo el capitalismo solamente puede ser una cura temporera. La WPA no superó la depresión; el desempleo masivo prevaleció hasta la Segunda Guerra Mundial.
La única solución permanente para la crisis de desempleo es eliminar totalmente el sistema de ganancias y hacer que la economía sirva para cubrir las necesidades humanas y no la avaricia humana. La distribución de la riqueza creada por la clase trabajadora debe hacerse en base a la necesidad social y económica. Eso se llama socialismo y funciona mejor donde el nivel de productividad es alto que es exactamente donde se descompone el capitalismo.

GM workers angry - A contract only a banker could love


It was nearly midnight on Sept. 16 when negotiators for General Motors and the United Auto Workers reportedly reached agreement on a new four-year contract.
With only rough details made public, the deal is being hailed as “a win for all” that “is likely to be embraced by Wall Street.” (Detroit Free Press, Sept. 18) It looks like it is a win-win — for the banksters and the auto bosses, that is!
The UAW website quotes their vice president, Joe Ashton, “The wages and benefits we negotiated in this tentative agreement reflect the fact that it was UAW members who helped turn this company around.”
In fact, workers are getting a raw deal. Concessions given during the 2009 Chapter 13 bankruptcy “which workers agreed to under coercion and with the assumption that givebacks would be restored when GM returned to profitability” are continued.
The 2009 concessions were made to the 2007 contract that — for the first time — introduced a divisive two-tier pay structure. New hires were to start at half the pay of “traditional” employees, with a top rate of about $12 less per hour. Annual lump sum payments replaced raises, reducing potential earnings by thousands of dollars. Retiree health care costs were turned over to a “Voluntary Employee Beneficiary Association,” to which GM would make a fixed contribution, relieving the company of “legacy costs.”
GM hailed the 2007 agreement, predicting that over a four-year period labor costs would be cut in half. Before the concessions, UAW President Ron Gettelfinger estimated these costs at only 8 percent of the price of a car or truck.
This was a huge transfer of wealth from labor to capital, but when the current Great Recession caused a worldwide collapse of vehicle sales, GM and Chrysler used their weak cash position to squeeze even more givebacks from UAW members in 2009.
The U.S. Treasury then loaned billions of dollars with the stipulation that workers make additional sacrifices. The only alternative presented to workers was a liquidation of the two companies. The White House Auto Task Force, whose members were from Wall Street and capitalist think tanks, drafted the final loan terms.
The 2009 takebacks turned back the clock on gains won decades ago. The bonuses — a poor substitute for annual pay increases — were eliminated. With mass unemployment today — when demands for a shorter workweek are in order — the union actually gave up 33 hours per year in paid break time and holiday pay. The Cost of Living Allowance was “suspended.”
As in nonunion shops, time-and-a-half after an eight-hour day was ended with the premium only kicking in after a 40-hour week. Supplemental Unemployment Benefits were curtailed. The jobs bank, which paid workers on indefinite layoff for 40 hours of charitable work outside the plant, was dropped.
Limitations on second-tier hiring, which might have eventually allowed “entry level” workers to move into “traditional” positions, were cancelled. So were incremental raises; second-tier pay was frozen at around $14.50 an hour.
A dozen plants were selected to be closed. The promise of the 2007 contract — job security — was trashed in 2009. The number of hourly employees at GM fell from 73,000 to 48,500.
The union also agreed that with the next contract — the one to be voted on — all “unresolved issues” would automatically be sent to arbitration. In other words, the UAW agreed two years ahead of time not to strike over this new contract!
So far, the only known improvements include a modest pay increase for second-tier workers that will still — by the end of the new four-year agreement — leave a gap of $9 to $12 between them and higher seniority workers.
What is, “likely to be embraced” by finance capital is an enticing “signing bonus” of $5,000 per worker. At one point JPMorgan Chase predicted it would be $7,500. Coming from a major GM shareholder and GM’s longtime lender of choice, this “prediction” was what this Wall Street titan was willing to pay up front to make the 2009 concessions more permanent. Wall Street also welcomes the “enhanced” profit-sharing formula that might “share” $1,000 to $2,000 more with hourly workers — or leave them with nothing if car sales and profits take another nosedive.
The UAW statement promised that new jobs were being created. Reportedly, at least one closed plant may reopen. The halving of production wages has made it affordable for GM to move work back into the U.S. from lower-wage countries, saving transportation costs. To call that job creation, when the company is just laying off workers somewhere else in the world, is to make a mockery of “cross-border solidarity.”
Workers feel that they deserve to get back what they gave up under duress. GM made $4.7 billion in net profits last year and $5.7 billion in the first two quarters of this year. Second-tier workers are tired of making half the wages of someone next to them doing the exact same work.
Many workers at all pay levels are angry and plan to vote “no.” Rank-and-file activists, including Autoworkers Caravan, have campaigned since negotiations began for a rejection of any contract that retains tiered wages. Should they succeed, or even muster up a sizable opposition vote, it will be an important psychological victory and a first step towards building a fightback movement to assert working-class power on the shop floor.

ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR - GOVERNO NÃO RESPEITA LEI APROVADA NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Foi publicado, no dia 19 de Setembro, o Despacho nº 12284/2011, do Ministério de Educação, que aprova as medidas de acção social escolar para o ano lectivo de 2011-2012.
Como sabemos, com a entrada em vigor do Decreto-Lei nº 70/2010, de 16 de Junho, que estabeleceu novas regras para a determinação da condição de recursos a ter em conta na atribuição de prestações e outros apoios sociais, os apoios da acção social escolar ficaram também sujeitos a estas regras, o que determinou que muitas famílias perdessem este benefício, colocando em risco, por esta via, a igualdade de oportunidades no acesso à educação.
Reconhecendo este facto, a Assembleia da República aprovou a Lei 15/2011, de 3 de Maio, que retira expressamente do âmbito da aplicação das regras de determinação da condição de recursos definidas no DL 70/2010, de 16 de Junho, os apoios no âmbito da acção social escolar e da acção social no ensino superior público e não público (revogação da alínea a) do nº2 do artigo 1º do DL 70/2010). Ao mesmo tempo, a mesma Lei 15/2011 determina que o Governo deve aprovar legislação de regule as condições de recurso respeitante aos apoios da acção social escolar para o ano 2011-2012, obviamente tendo em conta a nova disposição.
Ora o despacho ora publicado aprovando as medidas de acção social escolar para o ano lectivo de 2011-2012 ignora por completo as alterações introduzidas pela Lei 15/2011 e remete directamente para o DL 70/2010 na sua redacção original.
Esta actuação do Governo é inaceitável, não só porque constitui um desrespeito pelas decisões da Assembleia da República, mas também porque prejudica muitas famílias que ficarão privadas de apoio escolar para os seus filhos num momento particularmente difícil em que vêem reduzido o seu poder de compra de uma forma acentuada.
A CGTP-IN reclama de imediato a aplicação da Lei 15/2011.
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 23.09.2011

http://cgtp.pt//index.php?option=com_content&task=view&id=2232&Itemid=1 

O anticomunismo, arma estratégica da ideologia burguesa

Manuel Gusmão

Sendo social e colectivamente produzida, a ideologia burguesa funciona como uma banca onde se vão buscar estruturas pré-fabricadas de sentidos que asseguram aos indivíduos uma estruturação e uma afirmação de si próprio como sujeito. Podemos dizer que o indivíduo abstracto burguês é um produto das relações de produção capitalistas e da ideologia burguesa que se apresenta como um pensamento que seria uma função de tal sujeito. Ou seja, a ideologia burguesa constitui um sujeito ilusoriamente criador de um pensamento, que é de facto fabricado algures.
O anticomunismo é uma das formações da ideologia burguesa de conteúdo mais virulento e agressivo.

A ideologia burguesa é a ideologia da burguesia. Dizer isto parece ser uma banalidade sem consequências ou uma mera tautologia Mas talvez não o seja. É que uma das características básicas da ideologia burguesa consiste em recusar que seja uma ideologia e que seja referida a um sujeito social preciso, a burguesia.
Assim, a maior parte das vezes, a ideologia burguesa tenta fazer-se passar por uma espécie de senso comum, ou por uma difusa doxa, uma espécie de «opinião pública» que atravessasse as fronteiras entre as diferentes classes. Todas essas formas de se considerar a si mesma, comportam gestos que visam recusar e dificultar a sua percepção como ideologia, ou seja, um conjunto de representações, imagens do mundo e valores que exprimem os interesses e as necessidades de reprodução das condições de existência de uma determinada classe social.
A ideologia burguesa funciona, assim, como um conjunto de «evidências» destinadas a promoverem uma (falsa) consciência de si no mundo e na sociedade, por parte de indivíduos vivendo numa sociedade de classes antagónicas.
Uma outra das suas características básicas que visa também dificultar a sua percepção como ideologia, que representa os interesses, os desejos e os fantasmas de uma classe social, manifesta-se no seu carácter intensamente contraditório, flexível, destinado a adaptar-se a um número extensível de conjunturas e a diferentes funções - sujeito.
Sendo social e colectivamente produzida, a ideologia burguesa funciona como uma banca onde se vão buscar estruturas pré-fabricadas de sentidos que asseguram aos indivíduos uma estruturação e uma afirmação de si próprio como sujeito. Podemos dizer que o indivíduo abstracto burguês é um produto das relações de produção capitalistas e da ideologia burguesa que se apresenta como um pensamento que seria uma função de tal sujeito. Ou seja, a ideologia burguesa constitui um sujeito ilusoriamente criador de um pensamento, que é de facto fabricado algures.
O anticomunismo é uma das formações da ideologia burguesa de conteúdo mais virulento e agressivo. O que aqui pretendemos não é identificar todas as variantes do anticomunismo, mas apenas algumas, que estão mais activas no nosso país e em circunstâncias eleitorais.
1) Sobre o tema do Trabalho

A – Os comunistas são apontados como os principais responsáveis pelo carácter atrasado da nossa economia, porque ‘não querem e não deixam os outros trabalhar’, ‘só fazem greves e não querem que se aumente a competitividade das empresas’.
B – Os comunistas são «produtivistas»: privilegiam a quantidade da produção, em vez da sua qualidade da produção. Porque privilegiam a quantidade da produção, logo que se apanhem no poder aumentarão o horário e os ritmos de trabalho que agora contestam.
Interessante é verificar como a ideologia burguesa manifesta um grande pudor linguístico e uma susceptibilidade semântica que a leva a procurar impor designações que recobrem as realidades chocantes da exploração capitalista com eufemismos ou fórmulas que escondam por exemplo a conflitualidade de classe e a oposição entre o trabalho e o capital. Assim, o capital esconde-se por trás de uma cortina de «empregadores» ( sem os quais, como se deduz do próprio corpo da palavra, não haveria emprego), de «empreendedores» (de onde se gera um nome que gostariam que substituísse o de capitalismo o de «empreendorismo») e os seus trabalhadores assalariados são «promovidos» a «colaboradores». A «flexibilidade», a «flexibilização», a «flexissegurança» e outras invenções terminológicas buscam esconder e retirar da discussão aquilo que está efectivamente em causa, a desregulamentação das relações de trabalho, a precarização do trabalho, o ataque desenfreado aos direitos do trabalho e ao trabalho com direitos.
Aliás, a «criatividade semântica» é de tal modo um vício que até as designações oficiais, «técnicas», revelam esse tipo de pudor. É por isso que os trabalhadores assalariados são designados trabalhadores por conta de outrem – assim, procura retirar-se da exposição explícita e do exame crítico o salário e o salariato.

2) Sobre o tema da Organização

A primeira manifestação da intervenção ideológica burguesa está aqui na própria escolha da palavra: a organização, aquilo a que chamamos com orgulho «o colectivo partidário» é pela burguesia designado como máquina.
A – Há usos da palavra que são tidos como positivos, significando por exemplo que alguém ou uma instituição é dotado de um elevado grau de eficácia ou eficiência no desempenho de uma dada tarefa ou função: «Fulano é uma máquina»; «O PCP é aquela máquina».
B – Entretanto, a expressão quando utilizada numa conversa com alguma extensão presta-se a um uso pejorativo e a uma significação negativa. É fácil encontrarmos contextos do uso da palavra, em que ela pretende representar o funcionamento mecânico, ou sem alma; os militantes organizados são apresentados como peças de uma máquina, treinados, como os elementos de um exército, a responderem, ou seja a obedecerem cegamente. Em outras ocasiões ainda, a palavra máquina pode significar organização e funcionamento burocráticos. O PCP é reduzido a ser um «aparelho», ou é um conjunto de pessoas, amalgamadas e dominadas por um «aparelho».
O princípio de que ninguém deve ser beneficiado nem prejudicado pelo exercício de cargos públicos para os quais se foi eleito em representação do PCP, é apresentado como um traço de igualitarismo que penaliza o legítimo desejo individual de ascensão ou promoção social por mérito, e deixa esses representantes eleitos sujeitos à vontade do Partido, mais do que a representarem aqueles que os elegeram.
3) «Os partidos são todos iguais»

Pode dizer-se que esta «fórmula» embora parecendo corresponder à experiência real que os eleitores têm dos partidos burgueses e da mistificação que é a representação formal na democracia burguesa, é desviada desse terreno e é posta a funcionar fundamentalmente contra o PCP. Porque o PCP é o partido mais diferente, pela sua natureza de classe, pela teoria que o guia, pelos objectivos imediatos e finais que prossegue, pelas regras explícitas do seu funcionamento, o PCP deveria ser a opção eleitoral de inúmeros leitores fartos de serem enganados pelos partidos em que têm votado. Entretanto a fórmula «são todos iguais» é usada particularmente por aqueles que, desesperados com o sistemático logro em que são levados a cair, não são ainda capazes de alterarem a sua opção de voto e votarem no PCP. A fórmula «são todos iguais» é assim uma espécie de seguro de vida para os partidos da política de direita que assim conseguem que os seus eleitores rigorosamente não vejam a diferença dos comunistas.
O silenciamento, o discurso da exclusão e a invisibilidade dos comunistas
O anticomunismo, enquanto arma fundamental da ideologia burguesa, indica a direcção e a orientação fundamental da sua estratégia de mistificação. Os seus diferentes temas visam assegurar a «invisibilidade» dos comunistas. Por isso, um dos eixos fundamentais do seu comportamento é o sistemático, prolongado e implacável silenciamento da sua voz, das suas propostas, da sua história, indiscernível da história do povo português no último século e da sua presença quotidiana na sociedade portuguesa.
O silenciamento do PCP é assumido por um discurso que atribui ao excluído a responsabilidade por aquilo que é assim apresentado como a sua auto-exlusão. É o que o próprio PCP é, aquilo porque tem combatido e combate, que é a razão da sua (auto)-exclusão.
A exclusão do PCP é, por outro lado, «justificada» porque o PCP «está fechado à realidade». A credibilização desta ideia passa por uma manipulação completa da realidade. Assim, o PCP não aparece na realidade portuguesa porque dela foi previamente retirado. A televisão não concede a palavra ao PCP, ignora acções, grandes reuniões, debates de propostas para os problemas do País, lutas um pouco por todo o país e em variadíssimos sectores da vida nacional, e depois conclui que o PCP está calado, não tem opinião, não é visível. Nos debates sobre os grandes temas económicos, políticos e sociais, frequentemente não há um comunista. O argumento, que podem explicitar, ou deixar que as pessoas o infiram: é o de que não há comunistas que sejam especialistas dessa matéria, ou que tenham ideias interessantes sobre aquela matéria. Isto torna-se mais escandaloso quando o tema parece trazer consigo os comunistas, os trabalhadores, a sua luta. Suponhamos uma luta de empresa ou a luta num sector profissional. Se é demasiado escandaloso não convidar nenhum representante dos trabalhadores, da CGTP ou dos comunistas, a dificuldade pode ser contornada convidando a participar um elemento da UGT, mesmo que nada efectivamente represente nessa luta ou nesse sector de actividade, ou um especialista universitário de «sociologia do trabalho» que represente os interesses patronais.
A manipulação da realidade, a fabricação do consenso e a imposição da obediência
A televisão e os media em geral apresentam as medidas que o Governo (seja ele um governo do PS, seja ele do PSD e do CDS) vem tomando como inevitáveis. Esta é uma das características que identificam a política de direita: a inevitabilidade é uma espécie de deus ex maquina que governa a situação política, social e económica portuguesa. A tentativa de convencer dessa inevitabilidade representa uma activa imposição da obediência, baseada na generalização de um falso consenso, que é sobretudo a obtenção, pela violência psicossocial e pela aculturação, de uma disposição para o consentimento. Esse consenso manipulado que se visa impor é também a partilha de uma outra ideia que não precisa de ser explicitada para ficar a pairar suspensa, ao nível sub-consciente dos espectadores, mas sempre que necessário pronta a ser reactivada, segundo a qual o capitalismo é a realidade, a ordem natural das coisas; e a realidade é um dado intransponível, imóvel e intransformável, contra o qual nada se pode fazer. O PCP ao não aceitar esta realidade, que representaria o final da evolução histórica, mostra assim estar fora da realidade.
A «realidade» é configurada pelos grandes meios audio-visuais de forma intensamente mistificadora. Desde os programas de informação ao conjunto da programação; tudo trabalha para impor uma noção de realidade.
A realidade é algo de inteiramente visível: é algo que se vê completamente, no ecrã de televisão, que mostra o que se passa (presente), ou o que se passou, (passado) e se pode passar (futuro).
Telenovelas, noticiários, diversos tipos de talk-shows, concursos, documentários, séries, filmes, tudo se homogeneíza num discurso uniforme e absolutamente dominante, que absorve qualquer reparo crítico, que tende a impor modelos de reconhecimento da realidade e padrões de comportamentos aceitáveis.
Toda a descrição da realidade é, neste quadro, subordinada à definição de objectivos a alcançar, num determinado momento. Os reality-shows, por exemplo, não se limitam a pôr ou a «dar» em espectáculo aquilo que é a realidade, mas constroem modelos de comportamento susceptíveis de serem reconhecidos e adoptados. As sondagens mais do que diagnósticos de um estado da opinião são construções tendentes a induzir determinados resultados. Os programas de entretenimento potenciam o que já é conhecido quanto aos valores e desejos maioritários e tendem a torná-los ainda mais maioritários.
É conhecido o fenómeno da espectacularização do político e da aplicação da lógica da publicidade comercial à propaganda política. São os efeitos de expansão de dois dos grandes valores da ideologia burguesa, que reflectem duas tendências do desenvolvimento do capitalismo contemporâneo: a mercadoria – a tendência para a mercantilização de todas as relações sociais e humanas; e o espectáculo – a tendência para a espectacularização de todas as esferas da vida humana.
Estes dois valores e tendências exprimem a imposição de dois modelos da organização burguesa do viver social: o mercado substitui o diálogo e o confronto no espaço público, o espectáculo impõe a distância e promove uma satisfação ilusória dos desejos dos cidadãos reduzidos de participantes a espectadores.
A ideologia burguesa, jogando com estes dois valores, acaba por confundir o funcionamento do mercado capitalista com o funcionamento da democracia e este com o da representação.
São várias as formulações produzidas sobretudo na área das relações internacionais onde os representantes do imperialismo e das potências capitalistas identificam, numa confusão deliberada, as sociedades democráticas como «sociedades de livre mercado». Essa confusão é tal que para a ideologia burguesa dizer que as sociedades democráticas são sociedades de mercado e estas são necessariamente sociedades democráticas é rigorosamente equivalente, embora essa equivalência possa ser empiricamente refutada.
Por outro lado, pode dizer-se que a ideologia burguesa é uma idolatria da representação. A sua concepção da democracia tende a esgotar-se no mecanismo de representação, que introduz ou supõe uma separação inultrapasssável entre representantes e representados. Essa separação traduz-se numa forte desigualdade na participação e exercício do poder. A maioria da população só pode ser representada, a sua participação no poder limita-se à escolha de quem serão os seus representantes. A pressão das divisões de classe numa dada sociedade e os mecanismos de controlo da opinião procedem a uma evidente (e, contudo, silenciosa) selecção social dos representantes. Assim, os trabalhadores tendem a ser representados por indivíduos com outras origens e situações de classe.
É claro que as sociedades baseadas na exploração do trabalho e na opressão dos trabalhadores tudo fazem para autonomizarem a representação, da função pela qual ela é representação de outros. Assistimos então a uma manipulação da representação de tal forma empreendida que os representantes em vez de cuidarem da fidelidade àqueles que os escolheram para os representarem, constroem a representação como modelação retroactiva dos representados.
A representação pode então tornar-se um colossal embuste: os representantes escolhem e fabricam os conteúdos da representação; modelam e remodelam a vontade daqueles mesmos que os «escolheram» como seus representantes e que, nesse preciso momento, ficam sem efectiva representação.

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