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18/09/2011

Mulheres portuguesas ganham menos 18 por cento que os homens

As mulheres portuguesas ganham, em média, menos 18 por cento que os homens (181 euros), apesar de a sua participação no mercado de trabalho ter aumentado nos últimos anos, segundo um estudo da CGTP. Hoje decorre em Varsóvia o Congresso Europeu da Mulher.

De acordo com o estudo sobre a desigualdade entre homens e mulheres no trabalho, a taxa de actividade feminina é de 56 por cento, menos 11,9 pontos percentuais do que a taxa de actividade masculina, que é de 67,9 por cento.

O estudo, elaborado com base em dados do INE - Instituto Nacional de Estatística, refere que em Portugal as mulheres representam 47,3 por cento da população activa e 47 por cento do emprego total.

No entanto, a remuneração base média mensal dos homens (1.003,7 euros) era no ano passado superior em 18 por cento à das mulheres (822,7 euros). Se o referencial for o ganho médio mensal e não apenas o salário base, então a diferença ainda é maior, de 21,6 por cento.

O sector da saúde e do apoio social é aquele onde a diferença salarial é maior (33,5 por cento). Em média os homens ganham 1.202,05 euros e as mulheres 798,91 euros (menos 403,14 euros). A diferença é menor no sector do comércio. Os homens ganham em média 1.122,03 euros por mês, enquanto as mulheres ganham 910,29 euros, o que corresponde a menos 19 por cento (211,74 euros).

São também as mulheres que representam a maioria dos trabalhadores que auferem o Salário Mínimo Nacional - 12,3 por cento, enquanto para os homens essa percentagem é de 5,9 por cento.

Eurodeputada Edite Estrela quer legislação para acabar com diferenças

A eurodeputada Edite Estrela, vice-presidente da comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade de Género, defendeu hoje a necessidade de serem aplicadas na União Europeia medidas legislativas para acabar com a diferença salarial entre homens e mulheres.

Edite Estrela vai representar o Parlamento Europeu no Congresso Europeu da Mulher, que decorre hoje em Varsóvia, no âmbito da Presidência Polaca da UE. “Vou aproveitar este congresso para reafirmar a necessidade da Comissão Europeia apresentar medidas que garantam a igualdade salarial entre homens e mulheres e também a participação da mulher nos processos de decisão, a todos os níveis, incluindo das administrações das grandes empresas”, afirmou.

Segundo Edite Estrela, as mulheres ainda estão muito pouco representadas nas administrações das empresas da União Europeia, apesar de representarem 60 por cento dos licenciados que saem das universidades.

“Só um em cada 10 membros de administrações das maiores empresas europeias são mulheres e 97 por cento dos presidentes dessas empresas são homens”, salientou.

Para a eurodeputada socialista a solução para esta situação só será conseguida com a aplicação de leis para a paridade, que “as empresas vão ter de cumprir”.

O 3º Congresso Europeu é o maior evento internacional dedicado às questões sociais durante a Presidência semestral da Polónia e conta com a presença da Comissária Europeia para Justiça e Direitos Fundamentais, de vários ministros europeus responsáveis pela pasta, e de especialistas e representantes de organizações não-governamentais dos 27 Estados membros da EU.

http://www.publico.pt/Sociedade/mulheres-portuguesas-ganham-menos-18-por-cento-que-os-homens_1512418

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