Octávio Teixeira
Rectifico o que inicialmente escrevi. Houve uma decisão: adiar o problema grego para Outubro, apesar do iminente colapso da Grécia. Para quê fazer hoje o que pode ser feito amanhã?
Mais uma vez se reuniram os ministros das Finanças da Zona Euro. Pela primeira vez com a presença do secretário do Tesouro norte-americano, o que não deixa de ser insólito. As conclusões e decisões saídas desse conclave foram nulas. Pelos vistos, nada de interesse se passa na Zona. Durante a semana, o BCE e a Reserva Federal viram-se obrigados a socorrer os bancos europeus, disponibilizando os dólares de que necessitavam, mas isso nada significa.
No documento de base para a reunião, elaborado pelo órgão competente da Comissão Europeia, referia--se um "risco de círculo vicioso entre a dívida soberana, o financiamento dos bancos e o crescimento negativo", alertava-se para o perigo de uma "crise sistémica" afectando os bancos e para uma "perigosa espiral negativa entre o sector financeiro e os sectores da economia real" que pode conduzir a uma "crise do crédito". Mas nada disso demoveu os ministros das Finanças a fazerem o que quer que fosse.
Rectifico o que inicialmente escrevi. Houve uma decisão: adiar o problema grego para Outubro, apesar do iminente colapso da Grécia. Para quê fazer hoje o que pode ser feito amanhã? Só então deverá estar ratificado o "novo" Fundo Europeu de Estabilização Financeira permitindo-lhe intervir para salvar os bancos alemães e franceses de suportarem um cêntimo que seja na inevitável renegociação da dívida grega.
Também em Portugal nada se passa. Repentinamente detectou-se que o governo de Alberto João Jardim escamoteou dívidas de avultado valor, o que falseou os reportes das contas nacionais. Mas ninguém sabia de nada: BP, INE, PGR, Governos actual e anteriores. O Tribunal de Contas vem dando conta dessa situação desde 2006. Mas porquê, ou para quê, prestar atenção aos seus relatórios?
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