À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

03/10/2008

L'invention de Tocqueville

Roland Lardinois

Actes de la Recherche en Sciences Sociales, Année: 2000

Rebeliões urbanas e a desestruturação das classes populares (França, 2005)

Stéphane Beaud e Michel Pialoux (Tradução de Vera Telles)

"Tomando como ponto de partida a rebelião urbana ocorrida na França em outubro novembro de 2005, os autores chamam a atenção para o que consideram novidade em relação às outras ocorridas na França nas últimas décadas: a participação de jovens “ordinários”, por vezes bem situados no sistema de ensino e integrados no mercado de trabalho, porém quase sempre em situações precárias e instáveis, sem chances de evoluir socialmente. Evidência primeira de uma profunda degradação das condições de trabalho nos últimos anos, os autores tecem um quadro social em que se articulam desemprego, trabalho precário e fechamento de horizontes de futuro, situações de fracasso escolar e agravamento da segregação urbana, junto com formas abertas de racismo que atingem diretamente os jovens filhos de famílias imigrantes, em boa parte moradores dos conjuntos habitacionais. A questão proposta pelos autores é a necessidade de inscrever esses acontecimentos no quadro mais amplo da desestruturação das classes populares francesas, ou seja: a questão importante a ser compreendida é a condição operária “após a classe operária”. Os autores retomam discussões de seu livro Retour sur la condition ouvrière (1999), com o agravamento da condição operária nos anos mais recentes, da qual os sinais de racismo no meio operário são ao mesmo tempo sintoma e efeito." - Texto na Integra em PDF

in Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 18, n. 1

Medir a discriminação

Devah Pager (Tradução de Norberto Guarinello e João Henrique Costa)

"A discriminação é, há muito tempo, um tema fascinante e frustrante para os cientistas sociais. Fascinante por ser um mecanismo poderoso, subjacente a muitos padrões históricos e contemporâneos de desigualdade; frustrante por ser evasivo e difícil de medir. Mais de um século de interesse das ciências sociais na questão da discriminação produziu inúmeras técnicas destinadas a isolar e identificar sua presença e a documentar seus efeitos. Talvez mais do que qualquer outro tema nas principais linhas de pesquisa sobre a desigualdade, aquele voltado para a discriminação tem se preocupado tanto com métodos como com conteúdo. Neste artigo, descrevo os métodos dominantes que têm sido empregados para estudar a discriminação, incluindo estudos de percepção, sondagem de atitudes, análises estatísticas, experimentos de laboratório e experimentos de campo."

in Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 18, n. 2

Conflitos do outono de 2005 na França

Didier Fassin (Tradução de Paulo Neves)

"Não é muito freqüente as ciências sociais – institucional e profissionalmente – reagirem a um fato social que toma uma forma de acontecimento. Temos em geral uma espécie de reticência a tratar da atualidade, que preferimos deixar aos jornalistas, reclamando para nós mesmos a distância e a duração: distância do olhar científico, duração da pesquisa etnográfica ou sociológica. Sob esse aspecto, a antropologia é exemplar: muito poucos de seus trabalhos tratam de acontecimentos, a descrição prevalece sobre a narração, o presente do intemporal e das regularidades é mais aceito que o passado simples do relato e das peripécias. E, mesmo que o tempo seja o objeto de nossas pesquisas, esse tempo é o da mudança social, ou seja, das mutações profundas e das transformações estruturais. Não o do acontecimento, que tendemos a ver apenas como a espuma de mudanças sociais mais essenciais à nossa análise. Mas com os fatos que se produziram no final do mês de outubro e começo de novembro de 2005, e pela importância que adquiriram para a sociedade francesa – e mesmo para o mundo, pois foram mostrados espetacularmente pelos meios de comunicação em todo o mundo –, há uma certa reabilitação do acontecimento, não como uma realidade acessória entregue ao tratamento jornalístico, mas como uma realidade essencial, na medida em que revela fenômenos dissimulados ou ocultos. Esses conflitos podem, seguramente, ser compreendidos como uma prova de verdade."

in Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 18, n. 2

02/10/2008

Les faux prophètes de l’autisme

Michel Favre

"
Incompétence scientifique, médecine dangereuse et quête d’un traitement. C’est le titre du livre de Paul A Offit, Professeur de Pédiatrie à l’Université de Pennsylvanie aux USA. Michel Fabre, de l’association Pro Aid Autisme, nous en propose une lecture édifiante : comment la science peut être manipulée à des fins mercantiles ou fanatiques au détriment de la santé des enfants."

Catégorisation et classification, enjeux de pouvoir

Revue européenne des migrations internationales (REMI), vol. 21 - n°2 | 2005 - Sous la direction de Marco Martiniello

"La catégorisation constitue un enjeu de pouvoir stratégique dans les sociétés post-migratoires. Les groupes minorisés sont confrontés à un dilemme que reflètent bien les débats dans les sciences sociales : investir les identités collectives stigmatisées qui leur ont été historiquement assignées pour tenter de les requalifier ou s’en détacher pour produire d’autres identifications. Cette question de stratégie politique qui est posée aux minorités s’impose également avec d’autres enjeux pour les sciences sociales : la responsabilité des chercheurs face à la politique des identités et la construction de leurs objets face aux catégorisations forgées pour asseoir des hiérarchies.Le dossier présente différentes approches sur les processus de catégorisation dans le champ de l’immigration, du point de vue des lieux qui les produisent : institutions statistiques, pouvoir public, médias, sens commun, champ scientifique, champ artistique.Parmi les questions examinées, le dossier se centre sur le pouvoir de catégoriser, pouvoir de nommer, faire reconnaître ou imposer une labellisation, sur la variation des étiquetages selon les sociétés, sur les convergences, les emprunts ou les rejets.Le dossier regroupe les contributions de Stefano Allievi, Christopher Bail, Nacira Guénif-Soulaimas, Alec Heargreaves, Dirk Jacobs, Michelle Lamont, Marco Martiniello, Ann Morning, Andea Rea, Patrick Simon. Ils abordent les processus de catégorisation aux États-Unis, au Canada, au Brésil et dans plusieurs pays de l’Union européenne (Belgique, France, Irlande, Italie, Pays-Bas)."

La ville comme machine à mobilité. Capitalisme, urbanisme et gouvernement des corps

Max Rousseau - ATER en science politique – Université de Saint-Étienne, max[point]rousseau(at)univ-st-etienne[point]fr

"L’industrialisation s’est effectuée autour d’un urbanisme de l’immobilité : les cités ouvrières permettaient notamment au patronat de fixer dans l’espace une main d’œuvre d’origine agricole, la stabilité spatiale étant une condition indispensable pour le développement du capitalisme industriel. Parallèlement, le vagabond, qui personnifiait la mobilité, se voyait construit comme ennemi public. Au cours des trente dernières années, la crise du capitalisme a entraîné l’apparition d’un nouveau régime d’accumulation flexible du capital ; celui-ci nécessite cette fois une extrême mobilité de la main d’œuvre. Il semble dès lors que l’on puisse lire les transformations actuelles des paysages urbains et la multiplication d’ « espaces de mobilité » au sein des villes françaises comme résultant de l’influence croissante des groupes sociaux nés des recompositions économiques, mais aussi du changement de rôle d’un Etat néolibéral promouvant désormais la mobilité de la main-d’œuvre. Enfin, ce sont désormais les divers corps immobiles dans l’espace urbain qui sont désignés comme ennemis."

Max Rousseau, « La ville comme machine à mobilité. », Métropoles, 3, Varia, [En ligne], mis en ligne le 12 septembre 2008. URL : http://metropoles.revues.org/document2562.html. Consulté le 02 octobre 2008.

Entre rétrospective et prospective - Comment reconstruire le récit du territoire?

Anne Sgard - "Entre rétrospective et prospective.", EspacesTemps.net, Textuel, 26.09.2008, http://espacestemps.net/document6123.html

"Ce texte se penche sur la question des temporalités dans les politiques publiques en partant du constat des injonctions contradictoires entre recours au passé par le biais des politiques de patrimonialisation et de valorisation mémorielle, face à la nécessité d’anticipation présente aujourd’hui dans tous les principaux cadres légaux. L’objet plus spécifiquement observé ici est la prospective territoriale, démarche qui connaît un certain succès auprès des collectivités locales. À partir d’un ensemble d’expériences de terrain, le texte explore comment grâce au récit construit par les acteurs institutionnels, un lien est retissé entre un passé revisité, un « présent omniprésent » et une projection timide, inquiète, dans un futur fait d’incertitude et de menaces."

28/09/2008

Un nouvel âge du désordre scolaire : les enseignants face aux incidents

A. BARRÈRE - UFR Sciences de l’Éducation Domaine Universitaire du Pont de Bois B.P. 149 F-59653 Villeneuve d’Ascq
"L'institution scolaire est confrontée à un nouvel âge du désordre scolaire, dans le contexte de l’hétérogénéité des publics et de l’incertitude liée aux tâches d’autorité. L’article se propose d’en dessiner les contours, à partir des résultats d’une enquête empirique sur le travail enseignant. L’ère des incidents scolaires se caractérise par la possibilité, largement répandue, de conflits relationnels circonscrits, déclenchés intentionnellement ou non par un élève ou l’enseignant lui-même. Après avoir distingué les incidents d’autres formes de désordre, il s’agira d’en explorer les modalités, et de montrer les compétences que mettent en œuvre les enseignants pour y répondre.

Mots-clés : ENSEIGNANTS, INCIDENTS, AUTORITÉ, ADOLESCENCE, COMPÉTENCES RELATIONNELLES."
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