O inquérito feito a pais de crianças entre um e cinco anos, publicado na revista Proteste, mostra que para a maioria dos progenitores o horário dos estabelecimentos é adequado, embora um em cada cinco deseje que as suas portas fechem mais tarde.
Mesmo com 32 por cento das crianças a passarem mais de nove horas nas creches, há 27 por cento de pais com filhos entre um e dois anos (creches) e 10 por cento com crianças nos jardins de infância (entre três e cinco anos) a afirmarem que gostariam que as instituições abrissem ao sábado.
De acordo com o inquérito, feito com base em 2884 questionários, a esmagadora maioria (90 por cento) das crianças entre os três e os cinco anos ocupa parte do seu tempo a ver televisão em jardins de infância e para 42 por cento esta rotina é quase diária.
Nas creches, 73 por cento das crianças até aos três anos veem televisão e tal acontece quase todos os dias para mais de metade, concluiu o estudo da Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores, que fez o inquérito com as congéneres da Bélgica, Itália e Espanha.
Entre os quatro países, Portugal tem a maior percentagem de crianças a ver televisão nas creches.
O período mais frequente de estar em frente ao ecrã prolonga-se até uma hora, apesar de entre 36 e 42 por cento dos inquiridos desconhecer o tempo que os seus descendentes estão a ver televisão.
A larga maioria dos inqueridos está insatisfeita com a oferta de creches e jardins de infância, 71 e 56 por cento respetivamente, sendo o Algarve com piores resultados e a zona Centro com maior satisfação das famílias.
Entre as famílias sem filhos em estabelecimentos de ensino, a falta de vagas impediu 39 por cento de os colocar em jardins de infância e 14 por cento em creches.
Os que têm crianças a frequentar escolas privadas, com ou sem fins lucrativos, 32 por cento em creches e 39 por cento em jardins de infância tentaram inscrevê-los no público, mas sem sucesso.
Segundo a DECO, 80 por cento dos pais fazem a inscrição antes de os filhos começarem a frequentar a escola, em média com cinco meses de antecedência, sendo "raro" o reembolso ou dedução das quantias pagas, que em média atinge 107 e 99 euros por mês em creches e jardins de infância, respetivamente.
O inquérito indica também que cerca de duas em cinco famílias com crianças até aos três anos referiram que o encargo com a creche assume uma parcela importante nas finanças, gastando um valor de referência mensal de 150 euros. No jardim de infância o montante baixa para os 110 euros por mês.
Um quarto dos inquiridos sem filhos nas escolas não chegou a inscrevê-los por considerar "os preços demasiados elevados".
A região de Lisboa e Vale do Tejo e a zona Norte praticam os preços mais elevados do país, chegando os custos a ultrapassar os 300 euros mensais.
Os pais inquiridos apontam também como falhas o elevado número de crianças até aos três anos na mesma sala e a mudança de educador durante o ano, principalmente nas escolas privadas.
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