Da população residente, 20,7% têm idade igual ou superior a 65 anos
A cidade do Porto perdeu uma média de 16 habitantes por dia ao longo de 2009. A taxa de natalidade está abaixo da média nacional e a da mortalidade acima daquela que é apresentada para o resto do País. Do total de residentes, 20,7% têm idade igual ou superior a 65 anos. Os problemas habitacionais são muitos, a taxa de desemprego é elevada, a população imigrante está a desaparecer e aumentam os problemas de toxicodependentes e sem-abrigo.
Estes são os principais problemas detectados pelo diagnóstico social do Porto que o conselho local de acção social encomendou à Universidade Católica. Perante um tão grande número de problemas, a principal conclusão que este estudo apresenta é a da necessidade de visões amplas e partilhadas, construídas segundo dinâmicas de hospitalidade interpessoal, interdisciplinar, interpro- fissional e interinstitucional. Na apresentação feita ontem, a vereadora do Conhecimento e Coesão Social da Câmara do Porto salientou que o capital de solidariedade existe e a cidade é rica em recursos humanos e materiais. A grande carência, na opinião de Guilhermina Rego, reside na falta de articulação entre todos os actores envolvidos.
Os dados encontrados pelos investigadores quanto à perda de população confirmam as tendências demográficas verificadas em anos anteriores. Em 2008, o Porto tinha 216 080 habitantes e já nessa altura era visível a perda de residentes em favor de concelhos contíguos. O contexto internacional de crise económica veio acentuar a situação em 2009, a nível das condições de fixação de pessoas em idade activa. Se os imigrantes residentes compunham as estatísticas, a verdade é que no ano passado até nesse grupo houve perda de população, sobretudo os de nacionalidade europeia.
Os rituais quotidianos continuam, contudo, a suportar a dinâmica urbana. Mesmo os não residentes e que procuram o Porto para trabalhar elegem-no como "a sua cidade" e consideram-se mesmo seus habitantes, sendo relevante os sistemas de acessibilidade e mobilidade neste contexto.
O grande desafio deste diagnóstico, designado "Porto Solidário", e que vai permitir construir um plano de desenvolvimento social da cidade, será o de ampliar o horizonte de oportunidades de convívio e de aprendizagem entre gerações, criando-se ao mesmo tempo condições através do intercâmbio entre instituições de apoio e de fomento com vista a um aumento da esperança de vida da população idosa. Será justamente nesta perspectiva que caberá ao "Porto Solidário" equacionar o desafio intergeracional no seio de uma estratégia de combate às situações de solidão não escolhida e de isolamento social.
Para tal terá de conseguir articular os recurso materiais e humanos "que carecem de melhor racionalização num quadro de gestão integrada e partilhada" num mesmo compromisso social.
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1505103&seccao=Norte
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