Face a igual período do ano anterior, o número de desempregados no último trimestre de 2009 registou um aumento de 28,7%, ou seja, mais 125,7 mil indivíduos. Embora a taxa de desemprego das mulheres se mantenha mais elevada do que a registada entre os homens (10,7% e 9,5%, respectivamente), é no desemprego masculino que se verificam os maiores incrementos, quer face ao período homólogo (37,7%), quer face ao trimestre anterior (4,6%). O aumento de 76,6 mil homens desempregados entre o 4º trimestre de 2008 e o de 2009 explicou 60,9% da subida total do desemprego.
Com um total de 169,2 mil desempregados no 4º trimestre de 2009, é a faixa etária dos 45 ou mais anos que regista o maior aumento homólogo deste indicador: 47,1%. Por outro lado, é entre os indivíduos mais jovens (15-24 anos) que se verifica a taxa de desemprego mais elevada: 22,2%, mais do dobro da média nacional. É ainda de realçar que apenas a faixa etária entre os 24 e os 35 anos conheceu um decréscimo do desemprego face ao trimestre anterior: -6,5%.
No 4º trimestre de 2009 o número de desempregados que concluíram no máximo o 9º ano de escolaridade era de 412,4 mil indivíduos, ou seja, 73,2% do total dos desempregados. É também neste grau de escolaridade que se regista a taxa de desemprego mais elevada: 11%. Contudo, é entre aqueles que completaram o ensino secundário ou pós-secundário que o crescimento homólogo do desemprego foi mais expressivo: 34,3%. Por outro lado, o número de desempregados que concluíram o ensino superior conheceu um decréscimo de 5,4% em termos homólogos e de 14,5% face ao 3º trimestre de 2009.
O Norte é a região do país que apresenta uma taxa de desemprego mais elevada (11,9%) e a que contribui com mais efectivos para o total de desempregados no país: 235,5 mil (isto é, 41,8%). O Algarve, por seu lado, é a região do país mais afectada pelo crescimento do desemprego homólogo e face ao trimestre anterior: 80,3% e 15,2%, respectivamente. O Alentejo registou, no último trimestre de 2009, a taxa de desemprego mais baixa no país (4,7%), enquanto a Região Autónoma da Madeira conheceu um decréscimo no número de desempregados de 6,8% face ao trimestre anterior.
Dos 563,3 mil desempregados, 279,4 mil procuravam emprego há 12 ou mais meses, sendo que este indicador conheceu um crescimento homólogo de 33,4%. Isto significa que cerca de metade do desemprego estimado em Portugal no último trimestre de 2009 era de longa duração.
O INE estima que, no último trimestre de 2009, a população empregada era composta por 5 023,5 indivíduos, indicador que conheceu um decréscimo homólogo de 3% e um ligeiro crescimento de 0,1%, face ao trimestre anterior. 53% da população empregada pertencia ao sexo masculino. Do total de indivíduos empregados, 3 340,3 mil (66,5%) concluíram no máximo o 3º ciclo do ensino básico, enquanto apenas 876,3 mil (17,4%) e 806,9 mil (16,1%) completaram o ensino secundário e pós-secundário e o ensino superior, respectivamente.
Do total de indivíduos empregados no 3º trimestre de 2009, 97,3% permaneceram nessa situação no trimestre seguinte. Dos restantes 2,7% que conheceram uma alteração no seu estado no mercado de trabalho, 1,5% ficaram em situação de desemprego, enquanto 1,2% transitaram para a categoria de inactivos. Por outro lado, entre o 3º e 4º trimestre de 2009, 28,4% dos desempregados transitaram para a condição de empregados (15,3%) ou de inactivos (13,2%). Já no que respeita aos indivíduos com 15 e mais anos que eram considerados inactivos, entre os dois últimos trimestres de 2009, 1,7% transitaram para uma situação de emprego, enquanto 2,5% passaram para a categoria de desempregados.
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