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24/02/2010

Enfermeiros do INEM paralisam quinta-feira

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses espera uma adesão a rondar os 100% na greve de quinta feira dos enfermeiros do Instituto Nacional de Emergência Médica.

Em declarações hoje à agência Lusa, o coordenador do SEP, José Carlos Martins, explicou que nem o INEM nem o Ministério da Saúde "concretizaram soluções para os problemas com que os enfermeiros são confrontados".

Em causa está, nomeadamente, a recusa das duas entidades, acrescentou, em "a discutir um plano estratégico para a área da emergência pré-hospitalar e o papel dos enfermeiros nesta área".

Os enfermeiros exigem ainda "estabilidade no exercício de funções nos diferentes meios: ambulâncias SIV (Suporte Imediato de Vida), nas VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), nos helicópteros e no próprio CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes)".

"Questionamos se alguém iria a serviços de urgência hospitalares sem enfermeiros e o INEM com todos estes meios quer substituir os enfermeiros por técnicos menos qualificados", afirmou.

Na sexta feira realizar-se-á uma reunião com o Ministério da Saúde por causa da carreira de enfermagem, mas o sindicalista garantiu que este "ponto do INEM" será "obrigatório de discussão".

Deste encontro, os enfermeiros esperam uma "perspetiva de solução, caso contrário o Ministério irá empurrar para novas formas de luta", que, nomeadamente, podem "passar pela greve".

Quando foi anunciada a paralisação de quinta feira, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, enalteceu o sistema de emergência nacional, afirmando que este "melhorou drasticamente" nos últimos anos e que responde de modo adequado às necessidades das populações.

O governante referiu que o número de meios no terreno, quer de viaturas de reanimação com suporte imediato de vida, quer ambulâncias do próprio INEM ou alocadas aos bombeiros, "teve uma evolução enorme nos últimos anos", sendo que a utilização desses meses "duplicou" no mesmo período.

"Hoje temos o dobro dos atendimentos diários do que tínhamos há três ou quatro anos, isto revela bem a evolução do sistema", sustentou.

Pizarro afirmou que, há três ou quatro anos, "não havia enfermeiros no INEM e que hoje há mais de 100".

A Ordem dos Enfermeiros solicitou, entretanto, uma nova audiência com a tutela que acusa de faltas de respostas.

Em nota sobre esta greve, o INEM lembrou a legislação sobre serviços mínimos "indispensáveis para ocorrer à satisfação" de "necessidades impreteríveis".

Em relação aos enfermeiros, esses valores foram definidos em 1994: "Número de enfermeiros igual ao que figurar para o turno da noite no horário aprovado à data do anúncio da greve, ou seja, um elemento por turno".

"As ambulâncias de Suporte Imediato de Vida são sempre tripuladas por um técnico de ambulância de emergência e um enfermeiro", refere ainda nota do INEM.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1503476

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