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22/11/2011

Carvalho da Silva considera ilegal imposição de serviços mínimos de 50% nos transportes

O secretário-geral da CGTP classificou hoje a greve geral de quinta-feira como "um sacrifício indispensável", antecipando uma grande paralisação e considerando que a imposição de serviços mínimos de 50 por cento na Carris e STCP é "ilegal".

"Vamos ter uma grande greve e ela deve ser entendida como um sacrifício indispensável para se encontrarem caminhos de futuro", afirmou o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, em declarações aos jornalistas no final de um encontro com a direção do PSD na sede do partido.
Sublinhando que a greve é uma "necessidade que se impõe" e que "o direito à greve é um direito efetivo", Carvalho da Silva repudiou as tentativas de se obrigar ao cumprimento de serviços mínimos.
"Lamentamos que continuem por aí a haver pronunciamentos, tentativas de haver serviços mínimos", disse.
Questionado se entende como uma tentativa de minimizar os efeitos da greve o facto do tribunal arbitral ter estipulado 50 por cento de serviços mínimos na Carris e nos STCP, o secretário-geral da CGTP respondeu de forma perentória: "É evidente".
"Primeiro tentam eliminar possibilidades dos trabalhadores fazerem greve para depois vir dizer que os trabalhadores não fizeram greve. São decisões ilegais", vincou, insistindo que "o direito à greve é um direito efetivo e os trabalhadores não podem aceitar ilegalidades".
Carvalho da Silva voltou ainda a recusar a conceção de "tudo sacrificar em nome da economia", reiterando que os sacrifícios que estão a ser impostos não darão resultados e apenas farão aumentar a recessão económica.
"É inadmissível que se crie na sociedade a ideia que todos os sacrifícios em nome da economia são justificáveis e que as leis podem ser ultrapassadas por isso", frisou.
Segundo Carvalho da Silva, na reunião com os secretários-gerais do PSD e dos TSD a CGTP aproveitou ainda para chamar a atenção de que esta não é apenas mais uma crise, configurando-se como "um retrocesso social e civilizacional".
Considerando que a situação não tem comparação com o que se passou em 1983, quando Portugal também foi sujeito à intervenção do Fundo Monetário Internacional, o secretário-geral da CGPT lembrou que nessa altura apesar de ter existido "alguma perda significativa no plano salarial, mas com equilíbrios", não foi posta em causa a construção dos sistemas de segurança social, saúde ou ensino.
"Esta submissão à ideia que tudo tem de estar ao serviço da economia é desastrosa", alertou.
http://www.destak.pt/artigo/110993-carvalho-da-silva-considera-ilegal-imposicao-de-servicos-minimos-de-50-nos-transportes

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