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30/03/2009

Imperconser - 170 trabalhadores temem desemprego

Cerca de 170 operários da Imperconser, uma conserveira situada nas Caxinas, Vila do Conde, temem perder o emprego, depois ter sido declarada a insolvência da unidade, disse hoje à Lusa, o representante do Sindicato dos Trabalhadores das Industrias de Alimentação do Norte (STIANOR).

O futuro da empresa, que opera há cerca de 50 anos, é decidido amanhã, no Tribunal do Comércio de Gaia, para onde está marcada uma assembleia de credores, que decorre a partir das 9:30.

José Lapa explicou que a Imperconser tem dívidas que "ascendem aos cinco milhões de euros, distribuídas pelo Estado (Finanças e Segurança Social), bancos e fornecedores".

Há três anos, a conserveira começou a ser explorada por uma outra empresa, a Gencoal, que "está em dia para com os trabalhadores e Estado".

A Gencoal assumiu a empresa de Vila do Conde quando esta entrou "em crise e se viu na impossibilidade de ter fornecedores em Portugal, ficando com a sua exploração", contou.

O problema é que, agora, "o administrador judicial elaborou um plano de recuperação da empresa, a favor da administração da Imperconser", mas os trabalhadores e o sindicato, acham que se "essa hipótese for para a frente, a unidade vai mesmo fechar portas", admitiu o sindicalista.

"Os funcionários acreditam que a anterior administração não tem capacidade de gestão, uma vez que, no passado, os trabalhadores viveram problemas com pagamento de salários e foram acumuladas dívidas ao Estado e fornecedores", contou José Lapa.

Aliás, "caso a anterior administração regresse, a Gencoal vai ter que desocupar as instalações da fábrica e, no dia seguinte, ela fecha, porque a Imperconser não tem material para continuar a laborar", avisou o sindicalista.

Terça-feira, os funcionários deslocam-se a Gaia pois querem "que o Tribunal e os credores decidam o que é melhor para a empresa, tendo em vista a manutenção dos postos de trabalho", avançou José Lapa.

Caso o cenário de desemprego se confirme, o sindicalista alerta para o facto de este tipo de indústria "estar a desaparecer, sobretudo nesta zona, sendo que não vai ser possível absorver estas pessoas para outras unidades".

"Vamos ter cerca de 170 trabalhadores, 95 por cento mulheres, que representam mão-de-obra especializada, e que serão obrigados a ficar em casa", lamentou.

RTP - 30.03.09

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