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29/03/2009

Milhares protestam contra pobreza, desemprego e aquecimento global



Trinta e cinco mil pessoas integraram uma marcha anti-globalização, em Londres, pedindo soluções para questões tão diversas como o aquecimento global, a pobreza e o desemprego. O número de participantes ficou aquém do que era esperado pela organização. Nas cidades de Berlim, Frankfurt e Paris também decorreram protestos, embora de menor dimensão.


O protesto na capital alemã reuniu 25 mil pessoas, de acordo com a organização, mas segundo a polícia eram cerca de 10 mil participantes. As manifestações antecedem a reunião dos líderes políticos dos países mais industrializados e potências emergentes, sexta-feira, em Londres.

Na capital britânica, o protesto foi organizado por um grupo de 150 organizações, designado "Primeiro as pessoas". Reúne os mais diversos quadrantes sociais: sindicatos, ambientalistas, estudantes, pacifistas, religiosos e de cariz humanitário.

As diferentes preocupações sociais eram evidenciadas pelas faixas, cartazes, bandeiras e bandeirolas exibidas: "Emprego, Justiça. Clima"; "Gaza: fim do bloqueio"; "Fora do Iraque e do Afeganistão"; "Pessoas antes do Lucro" e "Não pagaremos pela sua crise". Também o slogan eleitoral do presidente norte-americano foi transformado para: "sim, nós podemos dar prioridade às pessoas".

O protesto decorreu num contexto de recessão global e de crescente descontentamento com o papel das instituições financeiras perante a crise económica. Com o mote "Odiamos os bancos", a marcha passou pelas artérias entre Victoria Embankment e o Hyde Park. Os participantes assobiaram frente ao Parlamento inglês e à residência oficial do primeiro-ministro.

A Scotland Yard, que mobilizou um forte dispositivo de segurança para o percurso de 6,5 quilómetros, garante que a marcha decorreu de forma pacífica, não tendo sido efectuada qualquer detenção.

O policiamento deste protesto e da cimeira do G20, que começa sexta-feira, é um dos momentos mais exigentes da história da Polícia Metropolitana de Londres, admitiu o comandante Simon O'Brien, que revelou terem sido mobilizados centenas de polícias das localidades do interior para zonas da capital britânica consideradas mais sensíveis, como a City, "coração" financeiro do país.

Os organizadores da marcha também contestam o facto de o Reino Unido gastar 20 milhões de euros com a organização da cimeira, numa altura em que tem dois milhões de desempregados e a produção industrial tem os piores resultados desde 1981.

Estão marcadas mais manifestações, para quarta e quinta-feira, na capital inglesa. "Quando os dirigentes do G20 vierem a Londres, vão elevar-se as vozes pela mudança. As vozes que querem uma regulamentação mundial das finanças e uma acção contra os paraísos fiscais. As vozes por um novo acordo ecológico. As vozes por um relançamento económico que possa combater o desemprego e a pobreza", afirmou o secretário-geral de uma confederação sindical britânica, Brendan Barber, citado pela agência France Press.
RTP - 29.03.09

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