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13/10/2009

Trabalhadores da Poceram reúnem amanhã para acertar créditos

Os cerca de 170 trabalhadores da Poceram, de Coimbra, reúnem quarta-feira num plenário com vista ao acerto de créditos relativos a salários em atraso, segundo o coordenador do sindicato das Indústrias de Cerâmica do Centro.
A empresa atravessa um processo de insolvência e quando parou a laboração, há seis meses, tinha em atraso o pagamento de três salários e o subsídio de Natal, em parte entretanto assegurados pelo fundo de garantia salarial.
"Será um processo burocrático, de assinatura das procurações para o acerto dos créditos aos trabalhadores", diz Jorge Vicente, coordenador do Sindicato das Indústrias de Cerâmica do Centro.
Face ao "clima de ansiedade" entre os operários, na passada semana e após participar num plenário de trabalhadores, o coordenador da CGTP-IN, Carvalho da Silva, apelara ao gestor judicial para que acelerasse o processo de insolvência.
Os trabalhadores mantêm os contratos suspensos e vivem a "incerteza do futuro de uma empresa fora do mercado desde Abril, o que aumenta as dificuldades", refere Jorge Vicente.
A primeira assembleia de credores está marcada para 17 de Novembro, mas o dirigente sindical admite que o gestor judicial solicite o prolongamento do prazo para concluir o relatório final. "É natural que o gestor judicial apresente um relatório provisório e precise de mais tempo para propor uma solução".
Jorge Vicente admite que o alargamento do prazo para a conclusão do processo de insolvência contribuirá para "prolongar a angústia" dos trabalhadores, mas ressalva que poderá significar "uma réstia de esperança para salvar os postos de trabalho". Os trabalhadores "que nos últimos quatro anos tiveram os salários congelados, têm de aguentar, mas preocupa-nos que a empresa, por estar parada há tanto tempo, possa não recuperar".
O sindicalista questiona como uma empresa que "em 2006 facturou 25 milhões de euros" chegou a um passivo que obrigou à paragem da laboração, numa altura em que tinha "encomendas no valor de três milhões de euros". O passivo da empresa "poderá ser um entrave à recuperação", diz Jorge Vicente, apontando como essa a razão mais provável para os contactos falhados com cinco potenciais investidores, três dos quais estrangeiros.
Antes da assembleia de credores deverá realizar-se um plenário de trabalhadores com a participação do gestor judicial, ainda sem data definida.

Oje.pt - 13.10.09

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