Dos 1340 funcionários da Yazaki de Ovar, a redução do período de trabalho afecta 786.
Os trabalhadores da Yazaki Saltano de Ovar estão concentrados e junto às instalações da empresa, em protesto contra o lay-off de meio ano que, desde quarta-feira, afecta 60 % dessa força laboral.
Além da concentração iniciada cerca das 8 da manhã, está prevista outra para as 16:30, de forma a garantir que participam no protesto os trabalhadores de ambos os turnos de produção da empresa.
Dos 1340 funcionários da Yazaki de Ovar, a redução do período de trabalho afecta 786.
A direcção da empresa, especializada em produtos eléctricos para a indústria automóvel, afirma que o calendário de trabalho estipulado até Setembro envolve uma redução que "não chega a 20 por cento do tempo laboral do período de seis meses".
Mas Miguel Moreira, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas do Norte, realça que o lay-off, a suspensão temporária do trabalho, embora parcial, implica, para cada funcionário abrangido pela medida, uma redução salarial "entre 200 e 300 euros por mês".
O sector mais afectado por essa redução horária de trabalho é o das cablagens e reflecte a quebra registada nas vendas do sector automóvel, que constitui o principal mercado da Yazaki.
A direcção da empresa afirma que, para o primeiro semestre de 2009, os seus maiores clientes "reduziram as produções numa média de 40 por cento".
"Alguns clientes japoneses, com especial impacto no volume de negócios da empresa, comunicaram quebras de 50 a 80 por cento do que estava programado", acrescentam.
O sindicato defende, contudo, que, "se quando há lucro, a receita vai só para os accionistas, quando as coisas não correm bem também têm que ser eles a pagar".
O lay-off da Yazaki Saltano de Ovar deve prolongar-se até Setembro, mas a direcção da multinacional não descarta a hipótese do "processo ser interrompido caso a situação do mercado o justifique".
J.N. - 17.04.09
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