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14/04/2009

Acesso à água é ainda uma miragem em algumas regiões do globo

Nos países que apresentam um Índice de Desenvolvimento Humano baixo o acesso à água potável era, em 2004, uma possibilidade ao dispor de apenas 52,0% da população. Como se pode observar no gráfico 1 (esquerda no ecrã), o valor desta medida aumenta significativamente no caso dos países que registam índices altos e médios, atingindo 99,0 e 83,0%, respectivamente. Verifica-se que, entre 1990 e 2004, o acesso à água potável aumentou um ponto percentual nos países com um nível de desenvolvimento humano elevado, nove nos que se situam na categoria intermédia e sete no caso dos menos desenvolvidos.
Atentando agora no gráfico 2 (centro do ecrã), percebe-se que a região do globo na qual o acesso à água potável está menos generalizado é a África Sub-Sahariana – apenas 57,0% da sua população acedia a este recurso em 2004, um valor oito pontos percentuais superior ao registado em 1990. Nos países que integram a OCDE somente 1,0% da população não tinha, em 2004, acesso a água potável. A região do globo que regista, no período em causa, um incremento do valor desta medida mais amplo é o Sul da Ásia: aumento de 13,0 pontos percentuais entre 1990 e 2004.
Tal como se pode observar no gráfico 3 (direita do ecrã), o acesso a água potável tende também a variar bastante se se tiver como factor de ponderação o rendimento nacional bruto (RNB) per capita. Enquanto nos países com um RNB per capita elevado a totalidade da população tinha, em 2004, acesso a este recurso, apenas 76,0% dos que vivem em países com um baixo RNB per capita beneficiavam dessa mesma possibilidade. Mesmo assim, entre 1990 e 2004, o valor deste indicador aumentou 12,0 pontos percentuais no conjunto dos países com um RNB baixo.

Nota Metodológica: O acesso a uma fonte de água potável subentende a existência de tipos específicos de fornecimento de água, tais como: canalização, chafariz, furos, poços protegidos, nascentes e represas de água da chuva protegidas. As fontes de água não potável incluem os vendedores de água, água engarrafada, tanques de água, poços e nascentes não protegido(a)s.
O Índice de Desenvolvimento Humano é uma medida compósita construída a partir de três dimensões substantivas: longevidade e saúde dos indivíduos, conhecimento e condições de vida. A primeira dimensão é operacionalizada a partir do indicador esperança média de vida; a segunda com base na literacia de adultos e nas taxas de participação no sistema de ensino; as condições de vida dos indivíduos são medidas através do produto interno bruto per capita. O Índice de Desenvolvimento Humano é considerado elevado, médio e baixo quando os resultados dos países são superiores a 0,80, entre 0,79 e 0,50 e abaixo de 0,50, respectivamente.
O Rendimento Nacional Bruto “representa os rendimentos primários totais a receber pelas unidades institucionais residentes: remunerações dos empregados, impostos sobre a produção e a importação menos subsídios, rendimentos de propriedade (a receber menos a pagar), excedente de exploração bruto e rendimento misto bruto. O RNB é igual ao PIB menos o rendimento primário a pagar pelas unidades residentes a unidades não residentes mais o rendimento primário a receber por unidades residentes do resto do mundo.” (Regulamento RNB). No âmbito do relatório em causa, o RNB per capita é considerado elevado quando superior a 10 066 dólares, médio no caso de se situar entre 826 e 10 065 dólares e baixo se for inferior a 825 dólares.

Link para relatório

Observatório das Desigualdades - 14.04.09

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