São cerca de 800 as trabalhadoras do sector das confecções do distrito de Castelo Branco que estão a receber os seus ordenados com atrasos. Para chamar a atenção do Governo para este problema que afecta centenas de famílias na região o Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB) juntou na Covilhã esta quarta-feira perto de 400 trabalhadoras de pelo menos 5 empresas que atravessam dificuldades.
A maioria destas pessoas ganham o ordenado mínimo nacional e se no final do mês falta o salário “falta também a capacidade de resistência”, diz Luís Garra. O STBB reclama do Governo “um plano de emergência com carácter de urgência para acudir a estas situações.” Para Luís Garra as medidas de apoio não devem ser apenas de carácter social, “têm que ser medidas de apoio à actividade económica, que passam pela abertura de créditos, apoios à manutenção dos postos de trabalho.” Apoios que permitam garantir recursos para que os trabalhadores não tenham que abandonar os seus postos de trabalho.
E o cenário pode piorar, admite Luís Garra. Para além do Sector têxtil há dois mil postos de trabalho em risco no distrito. “Se o Primeiro-Ministro, que até foi eleito pelo distrito de Castelo Branco não vê isto, então é sinal que está mal aconselhado, mal acompanhado ou então é porque não quer ver e é incompetente. A Praça do Municipio encheu-se de trabalhadoras, a maioria da Vesticon, uma das cinco empresas de confecções com salários em atraso na Cova da Beira. Os 205 postos de trabalho em risco nesta fábrica do tortosendo explicam a resposta em massa das trabalhadoras. De outras empresas estavam grupos mais pequenos que se fizeram apenas representar para que não falhasse a laboração onde ainda há encomendas. Sem medos nem rodeios dão a cara perante uma realidade muitas vezes escondida, os salários mínimos que a maioria recebe já não são pagos em alguns casos há 3 meses e a situação é insustentável. Resistir e Resistir!” é esta a mensagem deixada por Luís Garra: “Esta presença aqui é um último grito para que os poderes instituídos, o poder politico, o poder autárquico, a banca de uma vez por todas percebam que é preciso salvar estes postos de trabalho.” -
Manifestação
Jornal do Fundão - 15.04.09
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