Fernanda Almeida e o marido, Manuel Freitas, tiveram uma pequena confecção, em Guimarães, durante seis anos. Fechou a 26 de Março, depois de alguns meses difíceis. Ele recebe o subsídio de desemprego, ela não recebe nada porque era sócia-gerente.
"A situação", conta Fernanda Almeida, "piorou mesmo muito no início deste ano". As encomendas começaram a diminuir, as empresas que ficaram desceram os preços até que, em Março, Fernanda e o marido, que era funcionário, concluíram que "não era possível continuar". E a Serdifil, com uma dezena de funcionários, fechou portas tal como muitas outras na região.
O problema, diz o casal, são as condições impostas pelas grandes empresas, como a Inditex (dona da Zara, entre outras). "Há quatro anos pagavam 90 cêntimos por uma calça de pijama. Agora só querem dar 37 cêntimos. Para nós não serve. Há empresas que aceitam para garantir o cliente mas trabalham para pagar dívidas aos bancos", desfia Fernanda.
"Fechar a fábrica foi duro mas foi a melhor decisão. Antes assim do que ficar enterrado em dívidas aos bancos", diz Manuel Freitas. "Fala-se muito do fecho de grandes empresas, do impacto que isso representa, e das pequenas parece que ninguém quer saber", adianta.
O fecho foi comunicado aos 10 trabalhadores e o casal decidiu vender um carro de uso pessoal e outros bens para pagar as dívidas. Mas o dinheiro não chega. "Andamos a ver se conseguimos pagar tudo, mas já nos chamaram burros por querermos pagar, que deveríamos ficar a dever como faz a maioria", refere Manuel Freitas.
J.N. - 18.04.09
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