Os dados do IEFP confirmam um agravamento do desemprego registado nos Centros de Emprego que, em relação ao mesmo mês do ano passado, subiu 12,7%.
O decréscimo mensal no número de inscritos em 1,6% tem por base efeitos de sazonalidade, como aliás é referido em alguns relatórios mensais do IEFP do mês de Junho e não é um facto novo, uma vez que desde 2005 se verifica uma descida mensal (com excepção de 2009), mesmo em anos, como é o caso, em que a variação anual subiu.
A CGTP-IN alerta que o pouco emprego criado nesta altura do ano se caracteriza por uma elevada precariedade, não perspectivando a garantia da sua manutenção.
Outro dado que sobressai é a “limpeza” de desempregados nos ficheiros do IEFP. Neste mês foram anulados dos registos 48 710 desempregados. Se, por um lado, a realidade económica e o próprio papel do IEFP na colocação de desempregados (apenas 6261 no mês de Junho, num total de 551 868) conduz a que muitos trabalhadores deixem de acreditar nos Centros de Emprego, a verdade é que o IEFP continua sem explicar a eliminação de trabalhadores dos seus ficheiros e a causa de tais anulações, facto que não se compadece com a transparência e rigor dos dados publicados, pondo em causa a própria credibilidade dos mesmos.
Tendo por base valores e projecções divulgadas por diferentes organismos, nacionais e internacionais, e pelo próprio Governo, que apontam para um aumento do desemprego, a CGTP-IN reafirma que a alteração de política é imperiosa para responder às largas centenas de milhar de trabalhadores, e suas famílias, confrontadas com esta situação.
A CGTP-IN exige o reforço dos apoios sociais, que deixam sem quaisquer prestações de desemprego mais de 200 mil desempregados, ao invés de cortes e restrições no acesso, recentemente aprovadas pelo Governo PS com o apoio do PSD.
Por outro lado, exige uma política que privilegie o crescimento económico, a dinamização da produção nacional e o aumento do poder de compra dos trabalhadores e pensionistas, como elementos centrais para a criação de emprego com direitos, de incremento da procura interna, de superação dos défices e dívida externa a que a opção por uma política ao serviço dos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros conduziu o país.
Num momento em que os indícios da pobreza aumentam de forma preocupante, a CGTP-IN considera que, mais do que constatar, é necessário combater este flagelo sobretudo através da criação de emprego seguro e com direitos, assim como de melhores salários, que proporcionem uma vida digna a todos quantos trabalham e vivem em Portugal.
CGTP-IN
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