Ministério diz que a prestação foi processada no passado fim-de-semana e até segunda-feira estará depositada
Milhares de de-sempregados estão, mais uma vez, sem subsídio de desemprego. Três meses depois de o Governo ter invocado uma "falha informática" para justificar um atraso de cerca de uma semana no pagamento desta prestação social a cerca de 360 mil portugueses, eis que o problema volta a colocar-se, afectando desta vez, tudo parece indicar, a totalidade dos desempregados com subsídios atribuídos. Um universo que em Maio era de 365 166 beneficiários. Segundo o gabinete da ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, Helena André, "este mês, o processamento de desemprego ocorreu no fim-de-semana de 10 e 11 de Julho, pelo que as prestações estarão nas contas bancárias nos dias 17, 18 ou 19 de Julho", leia-se, a partir de amanhã, sábado.
O gabinete da ministra invoca o facto de o processamento das prestações mensais ser "pesado" por ter de ser tratado ao fim-de-semana, "altura em que as bases de dados não estão online", justificação a que não se referiu, sequer, em Abril. E perante a insistência de que, levada à letra, a resposta significa que até ao momento nenhum subsídio de desemprego terá sido liquidado este mês, a referida fonte reiterou que as verbas estarão nas contas bancárias "nos dias 17, 18 ou 19, ou seja, para a semana", salientando um outro dado que não havia referido anteriormente, o de que "as prestações são pagas no mês em que são devidas". Ou seja, que está a pagar a meio do mês a verba que, caso estivessem empregados, só receberiam no fim do mês.
A questão é que em Junho os de-sempregados receberam o subsídio por volta do dia 10 ou 11 e já se passou mais de um mês, colocando em situação de grande dificuldade muitos deles. E se é verdade que, como invoca o gabinete da ministra, por lei, "não há dia certo para pagamento" desta prestação social, isto é contrariado pela prática, na medida em que os serviços tentam pagar sempre no mesmo dia, em regra aquele em que é pago o primeiro subsídio.
"Costumo receber ao dia 10 ou 12. Do dia 15 nunca passou. Este mês nem vê-lo. Se amanhã [hoje] não estiver na conta, vou passar na Loja do Cidadão para ver o que se passa. Já que nos fazem tantas exigências, temos de nos apresentar de 15 em 15 dias, é bom que nos paguem direitinho", diz João Dias. Já Tiago Guinea garante que recebe "sempre ao dia 14" e lembra que é a segunda vez que o Estado se atrasa. "Não estou com a corda na garganta, mas o dinheiro é meu, preciso dele. E calculo que quem receba subsídios mais baixos esteja em situação mais difícil." José Filipe Castro, desempregado desde Janeiro, admite que tem contas para pagar, como toda a gente. "Se amanhã [hoje] não me entrar o dinheiro na conta, confesso que já começo a ficar preocupado", diz.
http://dn.sapo.pt/bolsa/emprego/interior.aspx?content_id=1619309
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