As instalações da Segurança Social na Maia não servem os 400 utentes que ali vão diariamente.O espaço é exíguo, os gabinetes de atendimento são insuficientes, o ar condicionado e o sistema de senhas estão avariados há meses.Vale o jardim enquanto se espera.
Terça-feira, 9 horas. O Centro de Segurança Social ainda estava fechado, mas já algumas pessoas aguardavam para garantir que eram das primeiras a ser atendidas. Aos poucos, iam chegando mais. Dezenas.
Por volta das 10 horas, a sala de recepção estava completamente cheia. Algumas, por sorte, conseguiram apanhar um dos 16 lugares sentados existentes, mas um número bem maior aguardava na fila, em pé, que chegasse a sua vez.
A fila foi crescendo ao ponto do jardim se transformar numa sala de espera. E quem estava dentro acabava por preferir sair por uns minutos para apanhar ar, incomodados com clima abafado nas instalações.
“Em 2001 (ano em que abriu o centro) as condições eram razoáveis, mas agora recebemos cerca de 400 pessoas por dia, não há condições para os utentes nem para os funcionários”, relatou uma fonte ligada ao centro.
As 16 cadeiras e os sete balcões existentes são completamente insuficientes para receber/atender toda a gente, que com o tempo de espera acaba por aborrecer-se, a atender pelas expressões faciais e pela quantidade de vezes que abanavam papéis para fazer de ventoinha.
“Façam menos barulho”, pediam as funcionárias, que ao fim de umas horas já não suportavam os burburinhos de fundo. Gerava-se stresse e má disposição.
“O ar condicionado mal funciona e o dispensador de senhas está avariado desde Março passado, o que implica que uma funcionária fique encarregue de distribuí-las em vez de estar a atender os utentes”, explicou a mesma fonte.
Para piorar a situação, em tempo de férias o número de funcionários diminui, o que atrasa ainda mais o decorrer do trabalho. Mas, no Inverno, a situação também não melhora. “A porta tem que estar sempre aberta porque as pessoas não cabem todas na sala, esteja a chover ou haja vento”, acrescentou a fonte.
Juliana Campos estava, naquele dia, à porta do centro desde as 11.30 horas e já não tinha senha para ser atendida.
“Normalmente acabam ao meio-dia, mas como está muita gente deixaram de dar mais cedo para conseguir atender todos antes de almoço. Agora vou ter que esperar cá fora pelas duas da tarde para que reabram.E isto tudo por causa de um único papel”, comentou, em desespero.
Contactada pelo JN, fonte da Segurança Social disse que “com o decorrer do tempo e em resultado do próprio crescimento urbano, o número de clientes que procuram o serviço tem vindo a aumentar, tornando os recursos exíguos para a procura registada.”
A mesma fonte referiu também que outros canais de comunicação foram criados, como o “Segurança Social Directa”, que permite obter esclarecimentos sobre as diversas áreas de intervenção, sendo possível, inclusivé, obter informação sobre o processo individual do cidadão.
“Neste momento estão a ser estudadas outras soluções para o atendimento presencial no Centro de Segurança Social da Maia”, terminou.
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Maia&Option=Interior&content_id=1618502
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