Enfermeiros algarvios decidiram hoje acampar em frente à Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve para protestar contra a precariedade da profissão e exigir que o Ministério da Saúde preencha os lugares vagos no mapa de pessoal da região.
Com faixas, tendas e até um tacho onde fizeram uma “sopa da precariedade”, os enfermeiros contestaram a contratação de profissionais através de empresas de outsourcing, numa manifestação promovida pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Em causa estão 30 postos de trabalho em vários centros de saúde algarvios e que, segundo o sindicato, poderão estar prestes a terminar. O sindicato apela, por isso, ao Ministério da Saúde que celebre com estes enfermeiros contratos de trabalho por tempo indeterminado já que estes profissionais exercem funções em permanência.
“Os contribuintes estão a gastar muito mais dinheiro assim [com a contratação indirecta] do que se os enfermeiros fossem contratados directamente para os centros de saúde”, explicou Nuno Manjua, do SEP.
Segundo aquele responsável, o Ministério da Saúde desperdiçou entre Abril e Dezembro passados, mais de 46 mil euros devido a esta forma de contratação.
A empresa responsável pela contratação, afirma, é a única entidade que ganha com a situação, arrecadando cerca de “112 mil euros à custa da exploração dos enfermeiros”.
Sindicato pede aumento do número de quotas para enfermeiros
Nuno Manjua exortou ainda a ARS do Algarve a solicitar ao ministério o aumento do número de quotas para a contratação de enfermeiros e que seja aberto concurso para as 50 vagas ainda por ocupar no mapa de pessoal da região.
“O Ministério da Saúde está sempre a fazer o levantamento das necessidades mas nunca acaba de o fazer nem encontra solução para a precariedade”, acusa.
Afirmando tratar-se de uma acção simbólica, Nuno Manjua avisou que os enfermeiros podem mesmo vir a “acampar a sério durante o tempo que for necessário”.
http://www.publico.pt/Local/algarve-enfermeiros-acampam-frente-a-ars-em-protesto-contra-precariedade_1447312
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