Numa reunião do Conselho Económico e Social (ECOSOC) do organismo mundial, o enviado especial do governo haitiano na ONU, Leslie Voltaire, assegurou que seis meses depois do sismo ainda não se iniciaram as tarefas de reconstrução, escreve a Lusa.
«Ainda não saímos da fase de recuperação», lamentou o representante haitiano, numa reunião dedicada à ajuda e ao desenvolvimento deste país das Caraíbas.
A comunidade internacional comprometeu-se a 31 de Março, numa conferência de doadores da ONU, a atribuir 9900 milhões de dólares (7770 milhões de euros) para a reconstrução do Haiti, sendo que mais de metade dessa quantia deveria ser entregue nos próximos três anos.
Leslie Voltaire reconheceu que, no último semestre, se alcançaram «muitos resultados positivos», mas ainda não há soluções para as 1,5 milhões de pessoas que necessitam de um lugar para viver e que continuam em tendas.
Uma das dificuldades é a falta de capacidade das entidades haitianas para absorverem a ajuda que recebem no país, um problema que deverá ser resolvido pela Comissão Interina para a Reconstrução do Haiti (CIRH), a que co-preside o enviado especial da ONU para o Haiti, Bill Clinton.
O presidente haitiano, René Préval, alertou na segunda-feira para a grande desproporção entre os fundos necessários para a reconstrução do Haiti e os que foram recebidos até ao momento.
Durante a cerimónia que assinalou os seis meses da catástrofe, René Préval estimou que sejam necessários 1500 milhões de dólares (cerca de 1200 milhões de euros) só para retirar os escombros das casas destruídas.
No entanto, as doações situam-se apenas nos 35 milhões de dólares (27 milhões de euros).
O sismo de 12 de Janeiro no Haiti provocou mais de 200 mil mortos e mais de 300 mil feridos e destruiu 60 por cento das infraestruturas do governo.
O valor total das perdas ascende aos 7800 milhões de dólares (6120 milhões de euros), o que equivale a 120 por cento do Produto Interno Bruto do Haiti em 2009.
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=1618803
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