A Delphi vai fechar definitivamente a sua fábrica da Guarda no final do ano. A decisão foi comunicada, ontem, aos sindicatos e aos 321 trabalhadores que restavam na unidade. A produção vai ser transferida para Castelo Branco e Polónia.
A medida caiu que nem uma bomba na empresa de cablagens, onde 601 pessoas foram despedidas desde Dezembro de 2009 por falta de encomendas. A administração tinha garantido que esta reestruturação era necessária para evitar o fecho da unidade, mas alega agora já não ser viável manter duas fábricas em actividade em Portugal.
“A justificação é que era necessário fechar uma para não pôr em risco as duas empresas e a administração optou por salvar a de Castelo Branco. Há encomendas, mas são de baixo consumo e isso não chega para dar trabalho às duas fábricas”, refere Vítor Tavares. Segundo o delegado do Sindicato das Indústrias Transformadoras e da Energia (SITE), que participou na reunião com a administração, desta vez o fim da Delphi na Guarda é “irreversível”.
Entretanto, ficou marcada para terça-feira uma nova reunião para iniciar as negociações com vista a mais um despedimento colectivo – o terceiro no último ano. “O que nos foi dito é que os trabalhadores sairão todos de uma vez, mas que poderá haver excepções pontuais para quem arranje trabalho. Também queremos saber se há a possibilidade de pessoas serem transferidas para Castelo Branco”, acrescentou.
No entanto, o sindicalista garante que o futuro vai ser “muito complicado” para famílias inteiras. “Há casais que vão ficar no desemprego depois do marido ou da mulher já terem sido dispensados há alguns meses atrás. O problema é que a cidade e a região continuam sem alternativas para esta gente trabalhar e os responsáveis políticos nada fazem para criar empregos na Guarda”, lamenta Vítor Tavares.
A fábrica, que já chegou a empregar mais de 3000 pessoas, produz actualmente cablagens para a Ferrari e a Mazerati, além de alguns produtos ?after sales?, de baixo valor.
Quem já reagiu à notícia foi o Governador Civil. Dizendo que o fecho da Delphi é “um golpe muito duro” para o distrito, Santinho Pacheco anunciou que vai reunir-se com o ministro da Economia, na terça-feira, para tentar encontrar alternativas de investimento para a Guarda.
Até lá, a Caritas Diocesana manifestou disponibilidade para apoiar os novos desempregados, tal como já fez com os primeiros dispensados. “Estamos preparados para ajudar em termos psicológicos, sociais e na procura de um novo emprego”, referiu Emília Andrade, presidente da direcção.
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Guarda&Concelho=Guarda&Option=Interior&content_id=1620154
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