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16/02/2009

Três mil algarvios protestam contra restrições às actividades de pesca - Pescadores querem revogação de portarias

Acção de protesto foi promovida por António Neves e terminou em Sagres depois de ter saído de Lagos e Odeceixe.

Mais de três mil pessoas, na sua maioria pescadores lúdicos, concentraram-se, ontem, em protesto contra a Portaria que restringe a actividade piscatória no Parque Natural da Costa Vicentina e Sudoeste Alentejano. Os participantes exigem a revogação 'imediata', das portarias 143/2009 e 144/2009, publicadas em Diário da República em 5 de Fevereiro.
Um dos diplomas restringe a pesca lúdica a quatro dias por semana e a períodos de tempo limitados, impondo aos pescadores a prática da actividade entre quinta-feira e domingo e, aos feriados, do nascer ao pôr-do-sol. Além de limitar o período de pesca, a decisão obriga a uma época de defesa de espécies piscícolas, nomeadamente o sargo, entre 1 de Janeiro e 31 de Março, e do bodião, entre 1 de Março e 31 de Maio, bem como a interdição de zonas e a redução do peso máximo de pescado.
A acção de protesto promovida por um movimento cívico constituído há cinco dias, liderado por António Neves, residente em Silves, iniciou-se em Lagos e Odeceixe, de onde os manifestantes partiram em caravana automóvel em marcha lenta em direcção a Sagres. As centenas de veículos que saíram de Lagos formaram uma fila compacta de dez quilómetros na Estrada Nacional 125, juntando-se depois às cerca de 80 viaturas saídas de Odeceixe, junto à localidade de Vila do Bispo, aumentando a caravana em direcção ao local da concentração onde já se encontravam várias centenas de pessoas. Entre os cartazes exibidos pelos manifestantes, destaque para aqueles em que se podia ler: 'Sócrates deixa-nos pescar', e 'Senhor Ministro não pense as leis na retrete',
Aos protestos dos pescadores juntaram-se os presidentes das câmaras de Vila do Bispo e Aljezur, e os deputados Mendes Bota (PSD), eleito pelo Algarve, e José Soeiro (PCP), eleito pelo círculo de Beja.
O líder do movimento de cidadãos recusa qualquer associação a partidos políticos, e esclareceu que 'o movimento surgiu espontaneamente, apenas como forma de fazer ouvir o seu descontentamento', 'É uma contestação dos pescadores amadores que se sentem lesados, privados de um desporto que proporciona momentos de lazer e discriminados', explicou António Neves, acrescentando que a concentração 'superou todas as expectativas',

Manifestação. Segundo o porta-voz, os pescadores 'sentem-se lesados, privados de um desporto e discriminados',
Primeiro de Janeiro - 16.02.09

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