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19/02/2009

Quatro fabricantes automóveis suspendem produção por 65 dias

Os quatro principais fabricantes automóveis vão cumprir mais 28 dias de paralisação da actividade nas próximas semanas, o que totaliza 65 dias sem produzir ao longo do primeiro trimestre deste ano, devido à quebra nas encomendas.

A Toyota Salvador Caetano, de Ovar, vai interromper a produção dos seus veículos hoje e sexta-feira e nos dias 25, 26 e 27 de Fevereiro, tendo já estado sem produzir de 9 a 13 deste mês, o que perfaz um total de 10 dias em suspensão produtiva.

Também a Autoeuropa, em Palmela, vai voltar a parar a produção de veículos hoje e sexta-feira, e na próxima quarta, quinta e sexta-feira, depois das paralisações na primeira semana de Fevereiro e nos dias 12 e 13, o que significa 12 dias sem produção.

A actividade da Autoeuropa esteve ainda parcialmente paralisada durante 16 dias, em que a produção do Scirocco e do descapotável Eos esteve suspensa, e outros 17 dias de não produção dos monovolumes Sharan e Alhambra, estando ainda prevista uma nova paralisação total para Abril.

A fábrica da Mitsubishi do Tramagal, em Abrantes, também vai voltar a suspender a produção hoje e durante dois dias, depois de ter estado parada de 2 a 6 de Fevereiro.

Para Março, a empresa tem agendadas novas paragens, de 2 a 6, a 13, 26, 27, 30 e 31, o que totaliza 18 dias de suspensão da actividade ao longo do primeiro trimestre deste ano.

Depois das paragens laborais de 20 dias em Janeiro e Fevereiro, a PSA Citroen, em Mangualde, tem prevista nova paralisação de 2 a 6 de Março.

A Renault Cacia, em Aveiro, prevê mais interrupções da produção em Abril mas ainda não se conhecem datas definidas nem o número de dias em paragem.

Também as fábricas de componentes automóveis se têm visto obrigadas a suspender a actividade: a Fleximol, fabricante de suspensões para veículos, parou temporariamente, por seis meses, os contratos a 73 dos 154 trabalhadores da empresa, que labora no concelho do Cartaxo.

Durante o período de suspensão, que se estende até 11 de Julho, os trabalhadores recebem apenas dois terços do salário (70 por cento dos quais pagos pela Segurança Social e os restantes 30 por cento pagos pela empresa).

Na Guarda, a Sodecia está a suspender o contrato de trabalho e, noutros casos, a reduzir as jornadas laborais a 81 dos 104 trabalhadores, por um período de seis meses, em que os funcionários trabalham apenas quatro dias por semana e não cinco.

A Delphi, fábrica de cablagens para o sector automóvel da Guarda que emprega 960 trabalhadores, vai também suspender a laboração na semana do Carnaval, de 23 a 27 de Fevereiro.

A crise económica é a justificação das empresas para a suspensão temporária da actividade e dos trabalhadores, uma vez que o volume de encomendas tem caído muito.

Os efeitos da crise global sente-se também na indústria automóvel mundial: a General Motors anunciou esta semana um plano para evitar o encerramento de fábricas na Europa, com o objectivo de salvar a marca alemã Opel, que a par da Vauxhall britânica e da sueca Saab são o núcleo dos negócios da GM na Europa que anunciou também esta semana o despedimento de 47 mil trabalhadores em todo o mundo, sendo que 26 mil serão na Europa.

A fábrica disse que vai declarar a falência da Saab, para que o governo sueco possa nacionalizar a marca, mas o estado já disse que não tem capacidade para comprar fábricas automóveis.

Também a Opel, que emprega 26 mil trabalhadores nas suas quatro fábricas na Alemanha e que é detida pela GM, pode também ser alvo de venda parcial ou receber participações de terceiros.

J.N. - 19.02.09

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