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18/02/2009

Conserveira move processos disciplinares para despedir 70 trabalhadores

Uma empresa de conservas de Peniche, com uma centena de trabalhadores e salários em atraso, instaurou 70 processos disciplinares, a maioria dos quais com vista ao despedimento, alertou hoje o sindicato do sector.

“A grande maioria dos processos disciplinares têm em vista o despedimento, que consideramos ilícito, e por isso vamos recorrer ao apoio judiciário para impugnar” a medida, afirmou hoje à Lusa a dirigente sindical do SINTAVE (Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura, Alimentação, Bebidas e Tabaco), Mariana Rocha.

A empresa – Produtos Alimentares António Henriques Serrano (conhecida por Sardinal) – já concretizou, entretanto, cinco despedimentos entre os quais “o de uma funcionária com 37 anos de casa”, adiantou a sindicalista.

A empresa também ainda não pagou o salário do mês de Janeiro. Dos 70 processos disciplinares, 20 “já tiveram como primeira consequência a suspensão do pagamento de 10 dias de trabalho do mês de Fevereiro”, acrescentou Mariana Rocha.

“Em causa esteve o facto desses 20 trabalhadores se terem ausentado durante quatro horas para irem ao funeral do marido de uma colega de trabalho”, contou.

Processos contra faltas por greve

Segundo a sindicalista, os responsáveis da empresa instauraram outros processos alegando faltas injustificadas durante o ano de 2008.

“Uns casos as faltas reportam-se a dirigentes sindicais que têm as horas justificadas ou de greves efectuadas com aviso prévio”, disse Mariana Rocha.

Contactada pela Lusa, fonte da empresa informou que não estava ninguém da administração para prestar esclarecimentos.

Os trabalhadores prevêem iniciar uma greve de 26 de Fevereiro a 6 de Março.
Público.pt - 18.02.09

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