Até ontem, fecharam 1836 empresas, mais de 11 por dia. Comércio é o pior sector
A crise económica e as dificuldades em obter financiamento da banca estão a obrigar inúmeras empresas a fecharem as suas portas. Até ontem, 1836 sociedades entraram em insolvência, um aumento de quase 10% face aos números do ano passado, de acordo com os dados do Instituto Informador Comercial, a que o DN teve acesso. Em média, são 11,2 insolvências por dia. O número de insolvências, que no final do primeiro trimestre pouco ultrapassava as mil, regista um crescimento de 50% face a Junho de 2008.
O Porto é a região com maior número de falências, embora com uma melhoria face ao ano anterior - 419 empresas apresentaram insolvência este ano, uma quebra de 8,7%. Segue-se Lisboa, com 315 insolvências, mais 8,6% que em igual período de 2009, e Braga, que registou a falência de 257 companhias, menos 10,5%. De salientar ainda Aveiro, com 152 insolvências em 2010, um crescimento de 7,8%. No entanto, a maior subida deste ano é registada em Portalegre - 15 empresas faliram no distrito alentejano até agora, o que representa um crescimento de 200% em relação ao mesmo período do ano passado, altura em que apenas cinco companhias tinham apresentado insolvência.
Analisando o número de falências por sectores, o comércio, a construção e o vestuário são os mais penalizados. No comércio, 448 empresas entraram em insolvência no primeiro semestre deste ano. Este número corresponde a 251 falências no comércio por grosso, excepto de veículos automóveis e motociclos (caiu 2,7% em relação a 2009) e 197 insolvências no comércio a retalho, excepto de veículos automóveis e motociclos (subiu 2%).
Na construção, são 351 as empresas que fecharam a actividade ao longo do ano. Destas, 245 são companhias de promoção imobiliária e construção de edifícios, sector que registou um aumento de 53,1% no número de insolvências. As restantes 106 operavam em actividades especializadas de construção, que cresceu 16,5%. Já a indústria de confecção e vestuário registou uma subida de 4,5% no número de insolvências, com 162 empresas já fechadas este ano.
No entanto, o maior aumento no número de falências ocorreu no sector da reparação, manutenção e instalação de máquinas e equipamentos, que disparou 900%, seguida das actividades de aluguer, que subiram 233,3%.
O agravamento das falências implica também um aumento do número de trabalhadores a solicitar à Segurança Social o pagamento dos ordenados deixados em atraso por muitos empregadores.
Segundo os últimos dados disponíveis, referentes a 2009, o Fundo de Garantia Salarial da Segurança Social pagou 81 milhões de euros a trabalhadores de empresas falidas. Este valor ficou 20 milhões acima do previsto e orçamentado para este apoio.
É que a Segurança Social previa que fossem apresentados cerca de 13 mil requerimentos a este fundo. Todavia, o ano acabou por encerrar com 25 385 pedidos, o dobro dos valores de 2008, dos quais 18 265 foram pagos.
Sem comentários:
Enviar um comentário