Os sindicatos espanhóis UGT e Comisiones Obreras (CO) anunciaram a convocatória de uma greve geral para o próximo dia 29 de Setembro, naquela que será a primeira grande mobilização contra o actual presidente do Governo, José Luis Rodriguez Zapatero. "A greve vai para a frente porque o Governo não pode fazer marcha-atrás" afirmou Cándido Méndez, secretário geral de CO.
A acção surge como forma de protesto contra a reforma laboral que o Executivo espanhol aprova hoje em Conselho de Ministros e que os sindicatos entendem penalizar os direitos dos trabalhadores.
A data foi escolhida por coincidir com uma mobilização sindical programada a nível europeu contra os vários planos de austeridade aplicados um pouco por todo o continente. A greve geral será precedida ainda por dois outros protestos marcados para o Verão. No dia 30 de Junho, haverá concentrações em todas as comunidades autónomas e no dia 9 de Setembro haverá uma mobilização de representantes sindicais em Madrid.
Para os sindicatos, as medidas incluídas pelo Governo de Zapatero na reforma laboral irão dificultar a criação de emprego e dificultar a saída da crise.
Entretanto, o plano de contenção espanhol com vista à redução do défice foi ontem aprovado pela Comissão Europeia, que pediu, no entanto, ao Governo para apresentar no orçamento para 2011 mais medidas de corte na despesa no valor de 1,75% do PIB.
Ao mesmo tempo, o preço da dívida espanhola continua a subir. O Tesouro espanhol conseguiu ontem captar em leilão 5167 milhões de euros de dívida pública em títulos de 12 e 18 meses. Os títulos sofreram, no entanto, um agravamento nos juros pagos aos investidores de quase 70% comparativamente com valores verificados há apenas um mês.
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