O número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal desceu 1,8% em maio face ao mês anterior, para 560.751, e aumentou 14,6% face a maio do ano passado. A discrepância com os números revelados pelo Eurostat e OCDE é explicada pela existência dos "desempregados desencorajados"
De acordo com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), "esta é a maior descida, em valor absoluto, e em cadeia, nos últimos 37 meses". Os dados mensais do IEFP mostram que a descida verificada em maio corresponde a menos 10.017 inscritos nos centros de emprego. O aumento verificado em relação ao mesmo mês do ano passado corresponde a mais 71.636 desempregados inscritos.
Este aumento homólogo teve lugar em todas as regiões do país, destacando-se as oscilações mais significativas no Algarve (com mais 31,8% ) e na região autónoma dos Açores (com mais 24,8% ) e na região autónoma da Madeira (com mais 23,8% ). Face a Abril, o desemprego desceu em todas as regiões do país.
O aumento do desemprego registado em maio face ao mesmo mês do ano passado verificou-se em ambos os géneros, com uma variação de 16,8% nos homens e de 12,8% nas mulheres.
Os dados hoje divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional mostram também que o desemprego aumentou em todos os grupos profissionais, com excepção dos profissionais de nível intermédio do ensino, mecânicos de precisão, oleiros, vidreiros, artes gráficas, operadores de máquinas e trabalhadores de montagem.
Entre os grupos profissionais que colocaram mais trabalhadores no desemprego no mês passado estão os trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio, o pessoal dos serviços de protecção e segurança, os empregados de escritório, os trabalhadores não qualificados das minas, construção civil e indústrias transformadoras e os operários e trabalhadores similares da indústria extractiva e construção civil.
Estes grupos representam, no conjunto, mais de metade (52,9% ) dos desempregados inscritos no final de maio.
Os dados revelam ainda que se inscreveram, em maio, nos centros de emprego 48.101 desempregados, um número que é 10,7% inferior ao verificado no mês anterior e que representa um decréscimo de 7,3% quando comparado com o do mês homólogo de 2009.
O número de colocações de desempregados pelos centros de emprego ao longo de maio totalizou 7.336, valor superior em 31% ao do mês homólogo de 2009, e superior em 16, 2% em relação ao mês anterior.
Taxa apontada pela OCDE e Eurostat sobe
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego baixou 1,8% em maio, em relação ao mês anterior, enquanto os últimos dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos) e do Eurostat (gabinete de estatísticas da União Europeia) apontam para uma taxa de desemprego de 10,8 em Abril
De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, Portugal tinha em Março 10,6% da população activa no desemprego, o valor mais elevado dos últimos 20 anos.
No mês passado o desemprego voltou a subir em Portugal tornando-se no quarto país da OCDE com a taxa de desemprego mais elevada, sendo apenas ultrapassado pela Espanha (19,7% ), Eslováquia (14,1% ) e Irlanda (13,2% ).
No início do mês, a primeira estimativa do Eurostat para a taxa de desemprego em Portugal em Abril também aponta para um novo máximo de 10,8% .
Este valor surpreendeu o Governo, na ocasião, levando o secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional, Valter Lemos, a contrapor este valor com a tendência de queda observada em Abril no número de inscritos nos centros de emprego.
Os dados do IEFP relativos ao número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Abril referiam uma descida de 0,2% nos desempregados registados o que levou o secretário de estado a considerar que esta tendência se iria acentuar e que a taxa estimada pelo Eurostat iria ser revista em baixa.
No mês de maio, a descida dos números do IEFP foi de 1,8% , o que é geralmente associado às actividades sazonais ligadas quer à Agricultura, quer ao Turismo. A descida nos números do desemprego deve, por isso, acentuar-se em Junho
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, a taxa de desemprego observada no primeiro trimestre fixou-se nos 10,6% .
Os dados do IEFP referem-se ao número de desempregados que em cada mês estão inscritos nos centros de emprego para obter subsídio de desemprego ou para encontrar um posto de trabalho.
Os "desempregados desencorajados", ou seja, os desempregados que não estão inscritos nos centros de emprego, não estão incluídos neste registo.
O Governo estima que Portugal chegue ao final do ano com uma taxa de desemprego de 9,8% , projectando que a recuperação do mercado laboral se dê com mais intensidade no segundo semestre.
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