José Bento Amaro
As dívidas, acumuladas nos últimos oito meses, já rondam os 100 mil euros. Instrutores também estão a receber menos.
As empregadas da empresa de serviços de limpeza que trabalham na Escola Prática de Polícia (EPP) da PSP, em Torres Novas, recusaram na segunda-feira desempenhar qualquer tarefa naquelas instalações. Tratou-se de uma acção de protesto pelo atraso nos pagamentos (já serão oito meses) que a polícia acumula em relação à empresa. Para se proceder ao fornecimento de refeições, a PSP recorreu a funcionários civis e a alguns polícias.
O fornecimento de refeições aos cerca de 1300 instruendos e docentes da EPP acabou por ser assegurado por algumas funcionárias civis da PSP e por polícias que, por norma, desempenham tarefas mais viradas para a manutenção das instalações e segurança. As cerca de 30 mulheres da empresa Number One, Limpezas Técnicas Profissionais, que pertence ao grupo Conforlimpa, e que há mais de dois anos trabalham na EPP "ficaram debaixo de uma árvore, à sombra, à espera que lhes paguem", conforme disse ontem ao PÚBLICO um formador da PSP que, "por causa das retaliações", pediu anonimato.
Em dívida estarão cerca de 100 mil euros, relativos à prestação de serviços ao longo de oito meses. "O problema nem sequer é da direcção da escola, mas sim da direcção nacional da polícia, que, quando contratou a empresa tinha, certamente, o dinheiro necessário para proceder aos pagamentos", explicou ainda a mesma fonte.
O PÚBLICO tentou saber junto da administração do grupo Conforlimpa para quando o final da acção de protesto e qual o montante exacto da dívida. Num contacto telefónico efectuado para a sede da empresa, em Castanheira do Ribatejo, foi adiantado que o director da empresa, Armando Almeida Cardoso, só prestaria declarações pessoalmente. Também não foi possível fazer qualquer contacto com nenhuma das mulheres que têm trabalhado na limpeza das instalações policiais e que, de acordo com alguns polícias, auferem em média um salário a rondar entre os 300 e os 400 euros mensais.
Ontem, mais do que os problemas que podem resultar de não existir gente em quantidade suficiente para ajudar a servir as refeições, muitos polícias temiam, sobretudo, que as condições de higiene na EPP se viessem a deteriorar ao ponto de inviabilizar a continuidade das acções escolares. "Sem as senhoras da limpeza não há detergentes e sem estes não se limpa nada. Neste momento não há casas-de-banho limpas. Nem sequer há novos rolos de papel higiénico", disse um dos polícias contactados, lembrando que a situação era mais grave nas instalações onde se encontram instalados os candidatos a agentes.
Apesar dos contactos com a direcção nacional da PSP, em Lisboa, não foi possível obter em tempo útil qualquer explicação relativa a este caso, assim como em relação ao não pagamento dos subsídios aos instrutores (ver caixa). Desse modo, não é possível adiantar o que vai acontecer, por exemplo, com os cerca de 1000 instruendos que frequentam o curso para admissão à PSP, sendo certo que muitos formadores defendem que os alunos "devem ser mandados para casa até que estejam de novo reunidas as indispensáveis condições de higiene".
A insatisfação na EPP resultante da falta de condições financeiras e da consequente degradação das condições já terá sido comunicada à própria direcção do estabelecimento, com alguns dos mais de 50 formadores a exigirem voltar para as esquadras de origem.
Fontes policiais dizem ainda que os atrasos no pagamento a fornecedores são frequentes e que em breve poderão surgir novos problemas, nomeadamente com o gás, apesar de este estar contratualizado com a Galp.
O fornecimento de refeições aos cerca de 1300 instruendos e docentes da EPP acabou por ser assegurado por algumas funcionárias civis da PSP e por polícias que, por norma, desempenham tarefas mais viradas para a manutenção das instalações e segurança. As cerca de 30 mulheres da empresa Number One, Limpezas Técnicas Profissionais, que pertence ao grupo Conforlimpa, e que há mais de dois anos trabalham na EPP "ficaram debaixo de uma árvore, à sombra, à espera que lhes paguem", conforme disse ontem ao PÚBLICO um formador da PSP que, "por causa das retaliações", pediu anonimato.
Em dívida estarão cerca de 100 mil euros, relativos à prestação de serviços ao longo de oito meses. "O problema nem sequer é da direcção da escola, mas sim da direcção nacional da polícia, que, quando contratou a empresa tinha, certamente, o dinheiro necessário para proceder aos pagamentos", explicou ainda a mesma fonte.
O PÚBLICO tentou saber junto da administração do grupo Conforlimpa para quando o final da acção de protesto e qual o montante exacto da dívida. Num contacto telefónico efectuado para a sede da empresa, em Castanheira do Ribatejo, foi adiantado que o director da empresa, Armando Almeida Cardoso, só prestaria declarações pessoalmente. Também não foi possível fazer qualquer contacto com nenhuma das mulheres que têm trabalhado na limpeza das instalações policiais e que, de acordo com alguns polícias, auferem em média um salário a rondar entre os 300 e os 400 euros mensais.
Ontem, mais do que os problemas que podem resultar de não existir gente em quantidade suficiente para ajudar a servir as refeições, muitos polícias temiam, sobretudo, que as condições de higiene na EPP se viessem a deteriorar ao ponto de inviabilizar a continuidade das acções escolares. "Sem as senhoras da limpeza não há detergentes e sem estes não se limpa nada. Neste momento não há casas-de-banho limpas. Nem sequer há novos rolos de papel higiénico", disse um dos polícias contactados, lembrando que a situação era mais grave nas instalações onde se encontram instalados os candidatos a agentes.
Apesar dos contactos com a direcção nacional da PSP, em Lisboa, não foi possível obter em tempo útil qualquer explicação relativa a este caso, assim como em relação ao não pagamento dos subsídios aos instrutores (ver caixa). Desse modo, não é possível adiantar o que vai acontecer, por exemplo, com os cerca de 1000 instruendos que frequentam o curso para admissão à PSP, sendo certo que muitos formadores defendem que os alunos "devem ser mandados para casa até que estejam de novo reunidas as indispensáveis condições de higiene".
A insatisfação na EPP resultante da falta de condições financeiras e da consequente degradação das condições já terá sido comunicada à própria direcção do estabelecimento, com alguns dos mais de 50 formadores a exigirem voltar para as esquadras de origem.
Fontes policiais dizem ainda que os atrasos no pagamento a fornecedores são frequentes e que em breve poderão surgir novos problemas, nomeadamente com o gás, apesar de este estar contratualizado com a Galp.
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