O secretário-geral da CGTP-IN afirmou, este sábado, que os portugueses devem recusar o "apelo à submissão feito pelo presidente da República", defendendo que os trabalhadores se unam e criem "capacidade reforçada de acção que lance a alternativa".
Carvalho da Silva falava no encerramento do 10.º congresso do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM), que reuniu durante dois dias no Funchal cerca de 400 professores, que aprovaram uma moção de orientação para o triénio 2011-2014.
Referindo-se à actual situação de crise e ao acordo da ajuda financeira internacional, Carvalho da Silva criticou a "manipulação incrível" que o Governo da República fez da vinda a Portugal dos responsáveis da "troika", constituída por representantes da Comissão Europeia, Banco Central e FMI, para negociar a ajuda financeira.
"Assistimos a uma especulação em larga escala, criando um quadro negro que passou a cor-de-rosa", disse o líder da central sindical, alertando que, "feitas as contas, os trabalhadores vão perder mais do que o 13.º e 14.º mês".
Salientou que existem "causas e os responsáveis" pela actual situação do país que "não podem ser ignorados".
"Não vale aquilo que assistimos na comunicação do presidente da República de quase apelar aos portugueses à submissão porque viveram acima das suas possibilidades", declarou o dirigente sindical.
Carvalho da Silva contrapôs que "não foi quem recebia o apoio social, o abono de família, o subsídio de desemprego ou ganha o salário mínimo ou o comum dos trabalhadores da administração pública" que viveram acima das suas possibilidades.
"Temos que interrogar é quem é que viveu com mais do que lhe pertencia, quem é que continua a viver com mais do que aquilo que lhe pertence", salientou.
O sindicalista considera que "desafio para os sindicatos é ajudar a situar as pessoas, ajudar a mobilizar", sublinhando que os trabalhadores estão "desafiados a cumprir uma tarefa de resistência".
Sindicatos e trabalhadores "estão debaixo de pressão porque avançaram muito e estão a ver os seus direitos atacados" e que "só é possível alternativas se analisarem as causas e responsáveis da actual situação", porque "alguém ganhou com isto".
"O que está aí é inquestionavelmente grave e não responde aos problemas", disse, frisando que o acordo não tem medidas para a criação do emprego e para contornar o problema do desemprego, além de não permitir o crescimento económico e ir agravar as rupturas sociais.
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