Portugal deverá evitar o título de maior contração económica da União Europeia este ano, mas em 2012 será a única economia a cair, distanciando-se da Grécia e da Irlanda, e foi o único a contrair-se no primeiro trimestre.
De acordo com o Boletim de Primavera da Comissão Europeia (CE), o Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia deverá ter a maior queda em 2011, de 3,5 por cento, seguida de Portugal a ceder 2,2 por cento. Olhando para os dados divulgados hoje pelo Eurostat, constata-se que Portugal foi o único país europeu a registar uma quebra na economia durante os primeiros três meses do ano, quando comparados com o último trimestre do ano passado.
Portugal e Grécia serão mesmo os únicos países com crescimento negativo este ano, enquanto a Irlanda deverá conseguir passar da queda de um por cento em 2010 para um crescimento de 0,6 por cento este ano. Já em 2012, entre os três países da União Europeia que recorreram a planos de ajuda externa, Portugal deverá ser mesmo o único a registar uma contração da economia, com uma queda prevista do PIB de 1,8 por cento (ainda que 0,4 pontos percentuais melhor do que em 2010), enquanto a Irlanda deverá registar um crescimento de 1,9 por cento e a Grécia passa da maior queda de 2010 para um crescimento de 1,1 por cento no próximo ano.
Quanto ao défice orçamental, as previsões da CE apontam para que a Irlanda registe, entre os três países analisados, a maior diferença entre as receitas e as despesas do Estado em 2011, de 10,5 por cento, enquanto o défice da Grécia deverá ser de 9,5 por cento. Portugal fica-se pelos 5,9 por cento.
Em 2012, Grécia e Irlanda invertem as posições, com o irlandeses a conseguirem uma redução de 1,7 pontos percentuais do défice para 8,8 por cento, enquanto o da Grécia ficará em 9,3 por cento, menos 0,2 pontos percentuais. Portugal deverá atingir um défice de 4,5 por cento, o menor dos três países analisados.
Quanto aos níveis de desemprego, tanto em 2011 como em 2012, apesar dos altos níveis de população ativa sem emprego, Portugal será entre os três países o que registará a taxa mais baixa.
Este ano, a taxa de desemprego grega deverá chegar aos 15,2 por cento, enquanto na Irlanda será de 14,6 por cento e, em Portugal, de 12,3 por cento. A confirmar-se, este será um novo máximo histórico depois dos 11 por cento de 2010.
Em 2012, a Grécia deverá assistir a um aumento da taxa de desemprego para 15,3 por cento, enquanto na Irlanda deverá diminuir para 14,0 por cento.
Em Portugal, o número de desempregados vai aumentar para 13 por cento segundo a CE, antecipando num ano a meta apontada pelo ministro das Finanças na conferência de apresentação do acordo com a 'troika'.
Também na dívida pública, Portugal deverá registar níveis menos elevados face à Irlanda e à Grécia.
A dívida pública grega deverá atingir 157,7 por cento do PIB este ano, o valor mais alto da UE, a qual deverá subir para 166,1 por cento para 2012. Na Irlanda, chegará aos 112,0 por cento este ano e 117,9 por cento no próximo.
Já em Portugal, o total da dívida que o Estado tem para com terceiros deverá ascender a 101,7 por cento do PIB, crescendo para 107,4 por cento em 2012.
Além destes três países, segundo o órgão executivo europeu, também a Itália deverá apresentar dos mais altos níveis de dívida pública: 120,3 por cento do PIB em 2011 e 119,8 por cento em 2012.
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