Marta Marques Silva
No final do primeiro trimestre havia um total de quase 600 mil famílias em incumprimento.
Os portugueses estão a sentir mais do que nunca os efeitos da crise económica e financeira no orçamento familiar. No primeiro trimestre deste ano, 27.092 novas famílias deixaram de conseguir pagar os seus créditos à habitação e ao consumo. É o maior aumento trimestral desde que a Central de Responsabilidades de Crédito revela estes dados, Março de 2009. "Infelizmente, esta evolução era expectável. Juntam-se hoje dois factores muito complicados para as famílias: o desemprego em níveis muito elevados e aumento das taxas de juro, primeiro pelos ‘spreads' e agora pelas Euribor", explica o economista João Cantiga Esteves.
No total, mais de meio milhão de famílias portuguesas, 599.899, não conseguiu pagar o crédito ao consumo, o que representa 15,7% do total de devedores. Só nos últimos três meses, mais de 19.000 famílias deixaram de honrar o crédito pessoal, com o valor médio de capital em dívida a situar-se nos 4.694 euros. Já no crédito à habitação - que é por norma o último encargo com que as famílias deixam de cumprir quando confrontadas com dificuldades orçamentais - são já 135.640 as famílias que entraram em incumprimento, 8.045 das quais no último trimestre. Trata-se igualmente da maior subida nominal desde que existem registos. O valor médio em dívida neste segmento ascende a 16.950 euros.
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