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12/12/2010

Portugal tem 22% de precários

Portugal é o terceiro país da União Europeia com a mais alta taxa de trabalhadores precários. Numa altura em que o Governo, pressionado por Bruxelas e o FMI, se prepara para flexibilizar ainda mais o emprego e os despedimentos, dados avançados pelo Eurostat revelam que 22% da população empregada tem contrato a prazo, um número que é apenas ultrapassado pela Polónia (26,5%) e por Espanha (25,4%). A média de trabalhadores com contratos a prazo (com mais de 15 anos) na União Europeia é de 13,5%, enquanto na Zona Euro é de 15,2%, acrescenta o relatório do gabinete de estatísticas europeu, que se baseia em dados de 2009. Os contratos a prazo afectam, sobretudo, os jovens recém-chegados ao mercado de trabalho. O que não surpreende, tendo em conta que, em Portugal, a taxa de desemprego da população entre os 15 e os 24 anos pulou para 23,4% no terceiro trimestre deste ano. O comércio é um dos sectores onde o emprego é mais precário. O relatório do Eurostat Labour Force Survey analisa ainda para cada país a percentagem de trabalhadores no regime de part-time (tempo parcial). Em Portugal, essa percentagem é de 8,4%, um valor bastante abaixo da média da União Europeia (18,1%) e da Zona Euro (19,5%). A Holanda é o país comunitário com a maior fatia de trabalhadores em part-time, uma vez que, dados os elevados apoios sociais, muitas pessoas optam por trabalhar menos horas para dar maior assistência à família; pelo contrário, a mais pobre Bulgária é onde se encontram menos trabalhadores contratados neste regime. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o trabalho precário caracteriza-se por uma combinação de diferentes factores, entre os quais, "uma duração limitada do trabalho ou uma elevada probabilidade de o trabalhador perder o emprego".

http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1732984

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