Num coro uníssono, centenas de pessoas manifestaram-se, ontem, quarta-feira, nos Carvalhos (Gaia), contra o fecho da repartição de Finanças. Serão afectadas mais de 100 mil pessoas, que passarão a ter que fazer mais de 30 quilómetros até à repartição mais próxima.
Eram às centenas, oriundas das nove freguesias de Gaia que serão as mais atingidas com o fecho da repartição das Finanças dos Carvalhos, até ao final do ano.
Empunhando cartazes, enquanto soltavam gritos de revolta, percorreram a feira semanal, chamando a atenção para a sentença anunciada. Pessoas de Pedroso, Perosinho, Sermonde, Grijó, Sandim, Olival, Crestuma, Lever, Serzedo e Sermonde todas unidas, expressando o seu descontentamento.
"Trabalho num gabinete de Contabilidade em Pedroso e as idas às Finanças são diárias. Nem quero imaginar no que se vai tornar a minha vida quando tiver que ir todos os dias para o centro de Gaia", desabafou, ao JN, Maria José Oliveira, 45 anos.
Rosa Teixeira, 52 anos, propõe uma manifestação em Lisboa, já que está "completamente contra" o fecho das Finanças e assegura que a "luta será para levar até ao fim". O presidente da Junta de Pedroso, António Tavares, lembrou, ao JN, que chegou "a reunir 18 mil assinaturas num abaixo-assinado que foi enviado ao Governo".
Nas palavras do autarca, somam-se argumentos contra a decisão do fecho da repartição. "Há pessoas que passarão a ter que fazer mais de 30 quilómetros para resolverem qualquer problema nas Finanças da Avenida da República, no centro da cidade de Gaia. Já para não falar que será muito complicado arranjar estacionamento", frisou António Tavares.
Nas contas do presidente da Junta, o encerramento das Finanças atingirá mais de 100 mil pessoas, pelo que o autarca acredita que "o Governo vai ponderar a decisão que tomou".
Também César Oliveira, presidente da Assembleia Municipal de Gaia, que fez questão de participar na "linha da frente" da manifestação, defendeu que "o Governo deve seguir uma lógica de racionalização de meios, reduzindo as três repartições que existem no centro da cidade para apenas duas, mantendo a dos Carvalhos aberta".
Uma solução já sugerida ao Governo pelo vice-presidente da Câmara, Marco António Costa. César Oliveira salientou que "há 15 dias, na Assembleia Municipal, foram aprovadas moções para manter a repartição aberta".
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