Dados do INE indicam que mais de 300 mil jovens, entre os 15 e os 30 anos, não trabalham, nem estudam. Esta fatia da população tem vindo a aumentar nos últimos anos.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que esta fatia da população, em idade activa mas sem uma ocupação, tem vindo a crescer, tendo atingido no terceiro trimestre deste ano o valor mais alto dos últimos anos.
São cerca de 314 mil jovens, o que representa perto de 16 por cento do total de pessoas, entre os 15 e os 30 anos.
Nos dados do INE, com base no Inquérito ao Emprego, as estatísticas desde 2007 mostram o retrato de um país com quase mais 30 mil jovens sem ocupação do que há três anos.
Os números aumentam sempre nos meses de Verão. Entre Julho e Setembro, nos últimos três anos, o INE contabilizou pelo menos cerca de 280 mil jovens que não trabalham, nem estudam. Um total que passou a barreira dos 300 mil no terceiro trimestre deste ano.
Na fotografia estão não só os desempregados mas também pessoas que não estão à procura de um trabalho, e que no dicionário do INE são os "inactivos desencorajados".
Um retrato que em Espanha levou os sociólogos a baptizarem estes jovens de geração "Ni Ni" ou "nem nem" em português.
Os dados mais recentes mostram que no país vizinho são já mais de 645 mil, ainda assim representam cerca de sete por cento do total, ou seja, menos de metade do que em Portugal.
É um conceito para resumir uma contradição: há um vazio de actividade no grupo etário que marca o arranque da idade activa.
Contactada pela TSF, Maria de Lurdes Rodrigues, antiga ministra da Educação e especialista em sociologia do trabalho, admitiu que estes números indicam dois problemas: falhas na capacidade de atracção do sistema de ensino, e falta de capacidade do mercado de trabalho para receber estes jovens.
Maria de Lurdes Rodrigues defendeu ainda a importância da formação para que os jovens consigam sair mais facilmente da crise.
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