O Pai Natal "Teixeira dos Bancos" esteve esta quinta-feira frente ao ministério das Finanças, em Lisboa, para dar prendas aos funcionários públicos, mas ninguém as quis aceitar. Por outro lado, a iniciativa "Natal na Rota das Desigualdades", organizada pela União dos Sindicatos de Lisboa consistiu na entrega de "presentes" ao Ministério das Finanças.
O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva considera que as medidas anunciadas pelo governo na véspera de um conselho europeu mostram apenas uma postura "de aluno submisso e bem comportado" adotando políticas que são orientações do Fundo Monetário Internacional, "sem qualquer visão estratégica".
Estas medidas, disse ainda o secretário geral da CGTP, são penalizadoras dos trabalhadores com uma conceção que defende o despedimento para a criação de emprego, baixos salários e precariedade.
"Num momento em que precisávamos de mobilização de recursos e capacidades para se criar emprego optam por discutir um fundo para os despedimentos", disse.
A iniciativa de hoje da CGTP-IN / Inter Reformados que teve inicio no Chiado com desfile pela rua do Carmo e rua Augusta, consistiu numa manifestação de descontentamento dos reformados face à medidas de austeridade do governo.
Vários "pais natal" percorreram a baixa lisboeta com "presentes" contendo medidas como o aumento dos medicamentos e o congelamento das pensões que foram posteriormente "entregues" junto do Ministério das Finanças.
Ao longo do percurso as palavras de ordem dos manifestantes apontavam para um Natal mais solidário com aumento do salário mínimo e com uma aposta em medidas sociais.
Pai Natal "Teixeira dos Bancos"
"Vai para casa e leva-as contigo", gritavam os sindicalistas, à medida que o Pai Natal tentava entregar prendas como "congelamento de carreiras", "cortes na ADSE" e "roubo salarial", numa sátira de protesto encenada pela Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública.
"Este Pai Natal veio trazer coisas negativas, coisas complicadas para a vida das pessoas, um conjunto de questões que nós pensamos ser uma ofensiva muito grave para os trabalhadores", disse à Lusa a dirigente da Frente Comum, Ana Avoila.
A sindicalista explicou que nesta sátira, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, é representado pela personagem "Teixeira dos Bancos" porque "só se preocupa com os ricos".
Ana Avoila sublinhou que as 50 medidas para promover a competitividade e o emprego aprovadas quarta-feira, em Conselho de Ministros, são "gravíssimas" e "mais uma vez retiram direitos aos trabalhadores", atingindo tanto o setor público como o privado.
A dirigente sindical sublinhou que "os trabalhadores vão ter de usar todos os meios para combater estas medidas" e adiantou que está já agendado para o dia 18 de janeiro um plenário que vai reunir dirigentes, delegados sindicais e ativistas para aprovar novas formas de luta.
"Uma coisa é certa, não podemos ficar parados", garantiu Ana Avoila.
Também presente na manifestação, o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, disse que as medidas anunciadas pelo Governo na quarta-feira "são um PEC 4 cozinhado com os patrões e outros complementos" sem terem sido ouvidos outros parceiros como a central sindical.
"Estas medidas ontem anunciadas são um PEC 4. Além disso é cínico dizer que a CGTP-IN decidiu não negociar este pacote de medidas porque o documento foi construído sem a participação da CGTP", disse adiantando que nas reuniões com o governo nunca estas medidas foram referidas.
O Governo aprovou quarta feira um conjunto de 50 medidas para melhorar a competitividade e promover o emprego, em torno de cinco eixos essenciais: competitividade da economia e apoio às exportações; simplificação administrativa e redução dos custos de contexto para as empresas; competitividade do mercado de trabalho; reabilitação urbana e dinamização do mercado de arrendamento; e combate à informalidade, fraude e evasão fiscal e contributiva.
http://sic.sapo.pt/online/noticias/dinheiro/Manifestacoes+de+Natal+contra+medidas+de+austeridade+e+Teixeira+dos+Santos.htm
Sem comentários:
Enviar um comentário