"Estamos a viver uma situação aflitiva", desabafa Fátima Sequeira, ex-trabalhadora da Alicoop. Ela e mais cerca de 250 colegas subscreveram, em 2008, créditos bancários no valor de 1,7 milhões de euros para ajudar a empresa, e agora estão com dívidas que muitos não conseguem pagar.
"Na altura, foi-nos dito pela administração que não havia problemas, que ficávamos com cotas e que quando saíssemos da Alicoop deixaríamos de estar vinculados ao compromisso bancário", afirma Fátima Sequeira. Ela e o marido, que também trabalhava no grupo, contraíram um empréstimo de "dez mil euros". A Alicoop, que atravessa agora um difícil processo de recuperação, ficou de pagar as prestações ao BPN, mas este ano deixou de o fazer.
"Ganho 500 euros, o meu marido está desempregado e temos uma filha de 9 anos, pelo que não conseguimos pagar", diz Fátima Sequeira. E acrescenta que uma ex--colega já viu, por exemplo, negada a compra a crédito de um electrodoméstico por estar na lista de incumpridores bancários.
A Câmara de Silves, por iniciativa do vereador Fernando Serpa (PS), pediu a intervenção de Presidente da República, Governo e outras entidades, e quer saber "o enquadramento jurídico em que os empréstimos foram contraídos" e porque foram considerados "pessoais ou particulares".
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