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16/12/2010

Natal amargo na Administração Pública: Frente Comum repudia «prendas»

Os trabalhadores da Administração Pública concentram-se esta tarde diante do Ministério das Finanças para, antecipando o Natal, «prendarem» o Governo.
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Na nota onde anuncia a iniciativa com animação teatral, a Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública salienta que esta aparentemente pequena brincadeira é muito séria, por se tratar de uma acção para contestar e denunciar as «prendas» para os trabalhadores contidas no Orçamento do Estado, aprovado com os votos do PS e do PSD.
A acção ocorre a propósito desta quadra festiva, em que «patrões e governantes gostam de exibir a sua costela(zinha) solidária, distribuindo “gracinhas” pelos seus “colaboradores”, leia-se, trabalhadores», explicou a Frente Comum.
Rebaptizado o ministro como «Teixeira dos Bancos», a animação decorrerá «à porta do que já é conhecido por “Ministério dos Gamanços” (outrora Finanças)».
Os trabalhadores da Administração Pública serão agraciados por um ministro «que se assume como um verdadeiro Pai Natal» e que distribuirá «presentes». «Como a boa educação manda que quem recebe deve retribuir», também os trabalhadores e os representantes sindicais «prendarão» o ministro, garantiu a Frente Comum.
Para esta acção convergirão também os trabalhadores do sector privado e os trabalhadores reformados, após outra iniciativa promovida pela União dos Sindicatos de Lisboa, ao início da tarde, na baixa lisboeta.
 
Greve no ISS

Os cerca de 700 trabalhadores dos equipamentos de acção social do Centro Distrital de Segurança Social de Lisboa tinham marcada uma greve para ontem, com concentração, diante da sede do Conselho Directivo do Instituto da Segurança Social (ISS) na Rua Rosa Araújo, em Lisboa, a partir das 10.30 horas. Vão reclamar respostas concretas quanto ao seu futuro profissional, que consideram poder estar comprometido com a transferência de equipamentos públicos do ISS para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores, esta luta também reclama a manutenção do estatuto profissional e do vínculo público dos trabalhadores dos equipamentos a ser transferidos. Pretende ainda repudiar quaisquer despedimentos, nomeadamente de ajudantes familiares e amas, bem como de trabalhadores contratados através de empresas de trabalho temporário, esclareceu o sindicato, no pré-aviso.
A acção também visa condenar a «prepotência do ISS, que não esclarece os seus trabalhadores e se “descarta” dos mesmos sem uma palavra».
Reivindicando conhecer os contornos reais desta transição, o sindicato pergunta, na convocatória da greve, se «será aceitável que os utentes dos equipamentos sejam totalmente desconsiderados, começando um ano lectivo no ISS e terminando-o na SCML». Quem irá pagar o salários de Janeiro e se a SCML tem capacidade financeira para receber os cerca de 700 trabalhadores são «perguntas sem resposta que exigem acção por parte dos trabalhadores», considera o sindicato da CGTP-IN.

http://www.avante.pt/pt/1933/trabalhadores/111786/

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