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09/11/2010

ADSE: Sindicatos olham com desconfiança para revisão do sistema de Saúde

Os sindicatos da Função Pública receiam que esteja a ser feito o caminho para a extinção da ADSE, mas o Ministério das Finanças refere que desde 2006 que este sistema de saúde é uma opção.
O Governo vai propor, esta semana, aos sindicatos que o sistema de saúde dos funcionários públicos, a ADSE, deixe de ser obrigatório a partir de Janeiro do próximo ano.
Nesta revisão do sistema de Saúde, o Executivo defende também que os actos médicos comparticipados pela ADSE tenham um número limite e até duração temporal previamente limitada.
Num primeira reacção a esta iniciativa, Helena Rodrigues, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, manifestou as suas reservas, concordando apenas com o facto do sistema passar a ser voluntário.
«Por outro lado, o beneficiário que está a precisar de cuidados de saúde, se a ADSE entender que ele está a ser demasiado caro, como se fosse ele que se receitasse, isto é vai fiscalizar-se o beneficiário deixando de fora aquele que prescreve», considerou Helena Rodrigues.
Já Ana Avoila, da Frente Comum, considerou, em declarações à TSF, que o Governo está a tentar mais uma habilidade para retirar este direito aos funcionários públicos.
«O Governo quer vender gato por lebre. O Governo quando dá esta opção, das duas uma: ou está a fazer chantagem porque sabe que as pessoas não saem [da ADSE], ou então quer continuar a tirar os descontos e as comparticipações. O Governo já nos habituou a habilidades destas [mas] esta é realmente sofisticada», afirmou Ana Avoila.
Também contra esta proposta está José Abraão, da Frente Sindical da Administração Pública (FESAP).
«Não aceitamos uma ADSE dos pobrezinhos e não se podem criar condições para debilitar aquilo que é hoje um serviço público de prestação de serviços de saúde aos trabalhadores da administração Pública», declarou José Abraão, acrescentando temer que esteja a ser dar um passo para a extinção da ADSE.
Em comunicado, o Ministério das Finanças esclarece que esta proposta está ainda em fase de negociação e que a ideia do Governo é racionalizar os serviços de saúde, os meios complementares de diagnóstico e os medicamentos, sem que estas limitações possam colidir com as necessidades do ponto de vista clínico.
A tutela sublinha ainda, no documento, que desde Janeiro de 2006 que a ADSE é uma opção para os novos contratos.

http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1706423

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