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12/11/2010

Empresas da Bolsa lucraram 13 milhões por dia

Em ano de crise, as cotadas ganharam 3477 milhões de euros nos primeiros nove meses. Foram quase 13 milhões por dia, que davam para pagar um ano a Ronaldo
A crise não parece ter atingido as empresas cotadas na Bolsa. Nos primeiros nove meses do ano, 18 das 20 sociedades que integram o principal índice da praça lisboeta, o PSI-20, arrecadaram 3477,54 milhões de euros de lucros, mais 38,05% do que em igual período de 2009.
Este montante daria para construir a linha de TGV Lisboa--Madrid. E ainda não são conhecidos os resultados da Mota-Engil e da Sonae SGPS. Se preferir o cálculo do valor gerado, diariamente, por estas 18 empresas, saiba que totalizou 12,879 milhões de euros. Quase tanto como o salário anual de Cristiano Ronaldo, o futebolista mais bem pago do mundo, que leva para casa 13 milhões.
O DN questionou Bagão Félix sobre este aumento de quase mil milhões de euros de lucros. O economista considerou que "há que dividir as empresas em dois universos: as que estão em mercado concorrencial e as que operam em mercados protegidos". Bagão Félix faz o paralelo com a banca e reconhece que, do ponto de vista emocional, as pessoas "não compreendem lucros tão elevados numa altura de crise", mas lembra que "estes devem ser comparados com o capital das empresas".
Por outro lado, e embora admita que não é "politicamente correcto", assume que, apesar de tudo, prefere que "os bancos e as empresas continuem a ter lucros, desde que permaneçam em Portugal". E explica: "Se a crise se estende a sectores tradicionalmente lucrativos, então estamos no último degrau."
Mas nem todos foram bafejados pela sorte. Os lucros da EDP Renováveis caíram de 70 para 22 milhões, enquanto a REN registou uma quebra de 116,3, para 79,2 milhões de euros. E, claro, a Sonae Indústria não conseguiu sair de terreno negativo. Se no caso da Sonae Indústria a explicação reside na reestruturação em curso (ver caixa), já a REN imputou a quebra especialmente ao agravamento da taxa de IRC, que gerou um impacto negativo de 8,9 milhões.
Quanto à empresa de energias renováveis, apontou o "perfil de sazonalidade do negócio no terceiro trimestre, associado a novos custos resultantes de capacidade comissionada e à estrutura de custos fixos referente a amortizações e juros". 

http://dn.sapo.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1708700

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