João Paulo Madeira
CGTP e UGT esperam superar a adesão de 1988, a única greve feita em conjunto até hoje. Hipermercados participam, mas camionistas ficam fora do protestoEntre os dirigentes da CGTP e da UGT directamente envolvidos na organização da greve geral, já há quem fale numa «adesão sem precedentes» à paralisação de 24 de Novembro. Depois do pré-aviso conjunto, há duas semanas, sucedem-se os plenários nas empresas, e os resultados têm sido sucessivos anúncios de apoio ao protesto. A greve geral com mais participantes ocorreu em 1988 - a única convocada pelas duas centrais sindicais - e mobilizou 1,7 milhões de trabalhadores. As expectativas passam por superar essa fasquia.
Por detrás de um dia de greve, há longas semanas de trabalho árduo. Às inúmeras reuniões de dirigentes somam-se um sem número de plenários para mobilizar os trabalhadores que, juntamente com a preparação do material de propaganda, ocupam a totalidade das estruturas dos sindicatos. Carvalho da Silva e João Proença afirmaram que queriam «a maior greve geral de sempre» e milhares de sindicalistas estão a fazer por isso.
«Ainda há muito trabalho de mobilização por fazer até à greve, mas estamos confiantes», diz ao SOL Deolinda Machado, da CGTP. A dirigente é co-responsável pela coordenação dos trabalhos da greve geral, e, apesar de haver ainda «muitos plenários» até 24 de Novembro, garante que a disponibilidade já demonstrada pelos trabalhadores é «positiva». Os trabalhos estão mais avançados nos transportes e o coordenador da CGTP para esta área, Amável Alves, admite que o «descontentamento generalizado» e a participação nos plenários «mais intensa do que no passado» permitem antever uma «grande greve geral».
Adesão sem precedentes
Na UGT, os trabalhos preparatórios são coordenados pelo secretário-geral adjunto, Pedro Roque Oliveira, que não esconde o optimismo: «Acreditamos que haverá uma adesão sem precedentes», diz, admitindo que os 1,7 milhões de aderentes de 1988 deverão ser ultrapassados. O sindicalista indica que a paralisação deverá ter maior impacto nos transportes, serviços da administração pública, sector financeiro e telecomunicações, nomeadamente nos CTT e na PT.
Mesmo sectores onde organizar greves é tradicionalmente complicado, devido ao elevado número de trabalhadores a prazo, têm manifestado apoio. É o caso do CESP, o sindicato com maior representatividade nos super e hipermercados, que emitiu esta semana o seu próprio pré-aviso de greve. «Pelos plenários nas grandes superfícies, vamos ter gratas surpresas neste sector», diz Manuel Feliciano, da direcção, antecipando que o Pingo Doce, o Mini Preço e o Lidl serão os mais afectados.
De fora do protesto ficam os camionistas. Ao contrário do que sucedeu recentemente em França, onde os camionistas foram essenciais nas greves contra o aumento da idade de reforma, a ANTP - Associação Nacional de Transportadoras Portuguesas «discutiu a questão e decidiu não aderir», admite António Loios, presidente da mesa da assembleia. «Uma paralisação neste momento não traz benefício nenhum ao sector e à actividade económica do país», justificou o responsável da ANTP, que foi criada na sequência das paralisações de camionistas no Verão de 2008.
Empresas de transportes públicos
É um sector preponderante em qualquer greve geral e tudo indica que haverá uma adesão maciça a 24 de Novembro, segundo os sindicatos. É previsível que a circulação no país seja fortemente afectada, já que as adesões à paralisação estão previstas em várias operadoras, nomeadamente CP, Carris, Metro, TAP, Transtejo e Rodoviárias.
Médicos e professores
O Sindicato Independente dos Médicos anunciou esta semana que vai aderir à greve geral. Os professores da Federação Nacional de Educação e os docentes afectos à Fenprof também vão participar.
Jornalistas da Lusa e da RTP
Os funcionários da agência Lusa aprovaram em plenário a participação na greve geral. Os jornalistas da RTP decidiram também aderir à paralisação como «forma de luta contra o corte nos salários e de outras cláusulas de expressão pecuniária que o Governo pretende impor», de acordo com um comunicado do Sindicato dos Jornalistas.
Funcionários da EDP, REN, Galp e AdP
Os sindicatos representativos dos trabalhadores da EDP, da REN, da Galp e da Águas de Portugal associaram-se à paralisação nacional. O Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas e o Sindicato Independente Sinergia anunciaram a adesão à greve, em protesto face às medidas de austeridade anunciadas para 2011.
Sector das telecomunicações
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações manifestou apoio à greve geral, antecipando que cerca de 40 mil trabalhadores do sector possam paralisar a 24 de Novembro. Os funcionários dos CTT e da Portugal Telecom estão entre eles.
Sindicatos de bancários
Pela primeira vez, os três sindicatos de bancários afectos à UGT vão aderir a uma greve geral. Segundo Delmiro Carreira, da federação sindical do sector, os motivos que explicam a adesão são a situação do BPN, a diminuição de salários na Caixa Geral de Depósitos e a «injusta» repartição do rendimento nos bancos.
Autoeuropa e fornecedores
A Comissão Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Volkswagen, que integra a fábrica da Volkswagen e os principais fornecedores, decidiu apoiar a greve geral. Trabalham 3.600 funcionários na Autoeuropa e há mais 6.190 trabalhadores distribuídos pelos principais fornecedores.
Trabalhadores de Misericórdias
A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública anunciou que os trabalhadores das misericórdias e de instituições de solidariedade social vão protestar. Além do protesto contra as medidas de austeridade, o sindicato invoca os baixos salários do trabalhadores e a inexistência de contrato colectivo no sector para a participação na greve.
Por detrás de um dia de greve, há longas semanas de trabalho árduo. Às inúmeras reuniões de dirigentes somam-se um sem número de plenários para mobilizar os trabalhadores que, juntamente com a preparação do material de propaganda, ocupam a totalidade das estruturas dos sindicatos. Carvalho da Silva e João Proença afirmaram que queriam «a maior greve geral de sempre» e milhares de sindicalistas estão a fazer por isso.
«Ainda há muito trabalho de mobilização por fazer até à greve, mas estamos confiantes», diz ao SOL Deolinda Machado, da CGTP. A dirigente é co-responsável pela coordenação dos trabalhos da greve geral, e, apesar de haver ainda «muitos plenários» até 24 de Novembro, garante que a disponibilidade já demonstrada pelos trabalhadores é «positiva». Os trabalhos estão mais avançados nos transportes e o coordenador da CGTP para esta área, Amável Alves, admite que o «descontentamento generalizado» e a participação nos plenários «mais intensa do que no passado» permitem antever uma «grande greve geral».
Adesão sem precedentes
Na UGT, os trabalhos preparatórios são coordenados pelo secretário-geral adjunto, Pedro Roque Oliveira, que não esconde o optimismo: «Acreditamos que haverá uma adesão sem precedentes», diz, admitindo que os 1,7 milhões de aderentes de 1988 deverão ser ultrapassados. O sindicalista indica que a paralisação deverá ter maior impacto nos transportes, serviços da administração pública, sector financeiro e telecomunicações, nomeadamente nos CTT e na PT.
Mesmo sectores onde organizar greves é tradicionalmente complicado, devido ao elevado número de trabalhadores a prazo, têm manifestado apoio. É o caso do CESP, o sindicato com maior representatividade nos super e hipermercados, que emitiu esta semana o seu próprio pré-aviso de greve. «Pelos plenários nas grandes superfícies, vamos ter gratas surpresas neste sector», diz Manuel Feliciano, da direcção, antecipando que o Pingo Doce, o Mini Preço e o Lidl serão os mais afectados.
De fora do protesto ficam os camionistas. Ao contrário do que sucedeu recentemente em França, onde os camionistas foram essenciais nas greves contra o aumento da idade de reforma, a ANTP - Associação Nacional de Transportadoras Portuguesas «discutiu a questão e decidiu não aderir», admite António Loios, presidente da mesa da assembleia. «Uma paralisação neste momento não traz benefício nenhum ao sector e à actividade económica do país», justificou o responsável da ANTP, que foi criada na sequência das paralisações de camionistas no Verão de 2008.
Empresas de transportes públicos
É um sector preponderante em qualquer greve geral e tudo indica que haverá uma adesão maciça a 24 de Novembro, segundo os sindicatos. É previsível que a circulação no país seja fortemente afectada, já que as adesões à paralisação estão previstas em várias operadoras, nomeadamente CP, Carris, Metro, TAP, Transtejo e Rodoviárias.
Médicos e professores
O Sindicato Independente dos Médicos anunciou esta semana que vai aderir à greve geral. Os professores da Federação Nacional de Educação e os docentes afectos à Fenprof também vão participar.
Jornalistas da Lusa e da RTP
Os funcionários da agência Lusa aprovaram em plenário a participação na greve geral. Os jornalistas da RTP decidiram também aderir à paralisação como «forma de luta contra o corte nos salários e de outras cláusulas de expressão pecuniária que o Governo pretende impor», de acordo com um comunicado do Sindicato dos Jornalistas.
Funcionários da EDP, REN, Galp e AdP
Os sindicatos representativos dos trabalhadores da EDP, da REN, da Galp e da Águas de Portugal associaram-se à paralisação nacional. O Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas e o Sindicato Independente Sinergia anunciaram a adesão à greve, em protesto face às medidas de austeridade anunciadas para 2011.
Sector das telecomunicações
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações manifestou apoio à greve geral, antecipando que cerca de 40 mil trabalhadores do sector possam paralisar a 24 de Novembro. Os funcionários dos CTT e da Portugal Telecom estão entre eles.
Sindicatos de bancários
Pela primeira vez, os três sindicatos de bancários afectos à UGT vão aderir a uma greve geral. Segundo Delmiro Carreira, da federação sindical do sector, os motivos que explicam a adesão são a situação do BPN, a diminuição de salários na Caixa Geral de Depósitos e a «injusta» repartição do rendimento nos bancos.
Autoeuropa e fornecedores
A Comissão Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Volkswagen, que integra a fábrica da Volkswagen e os principais fornecedores, decidiu apoiar a greve geral. Trabalham 3.600 funcionários na Autoeuropa e há mais 6.190 trabalhadores distribuídos pelos principais fornecedores.
Trabalhadores de Misericórdias
A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública anunciou que os trabalhadores das misericórdias e de instituições de solidariedade social vão protestar. Além do protesto contra as medidas de austeridade, o sindicato invoca os baixos salários do trabalhadores e a inexistência de contrato colectivo no sector para a participação na greve.
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