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11/11/2010

Águas do Alardo sem electricidade e com ordenado dos trabalhadores em atraso

Sem eletricidade, sem ordenados, nem respostas dos proprietários, os 30 trabalhadores da fábrica Águas do Alardo, em Castelo Novo, Fundão, vão pedir ajuda ao Ministério da Economia e à Assembleia da República.

A unidade de engarrafamento de água mineral, que pertencia até ao ano passado a Sousa Cintra, tem passado por dificuldades, “está paralisada desde Setembro e nós fomos abandonados”, disse hoje Manuel Paulino, trabalhador da fábrica e delegado sindical.

O salário de Outubro ainda não foi pago e está também em dívida 25 por cento do subsídio de férias. “Conseguimos os outros 75 por cento graças a recebimentos de clientes, que contactámos pelos nossos telemóveis”, mas a tarefa não foi fácil, porque “muitos já têm os pagamentos à empresa penhorados”.

Manuel Paulino considera a situação tanto mais grave porque há cinco casais que trabalham na fábrica, sendo o sindicalista e a mulher um deles. “Por enquanto temos algumas economias, mas se isto não se resolve não sei como vai ser porque o rendimento em nossa casa depende todo da fábrica”, destacou.

Segundo referiu, “não há diálogo com os patrões e para agravar a situação a electricidade foi cortada há três semanas e também não há telefones”, acrescentou.

Trabalhadores continuam a comparecer na fábrica

Os trabalhadores continuam a comparecer na fábrica e a cumprir os seus turnos, mas sem nada fazer e sujeitos ao frio e sem iluminação: “Isto é cada vez mais difícil”.

Em Janeiro, um novo proprietário, Silvino Ruivo, anunciou ter adquirido a empresa de águas ao empresário Sousa Cintra. Silvino Ruivo já no passado tinha emitido pareceres financeiros para a Águas do Alardo e em Fevereiro disse à Lusa que a empresa tinha um passivo de três milhões de euros, mas havia “um plano para dar a volta por cima”. Hoje, apesar das tentativas, não foi possível falar com o empresário.

De acordo com os trabalhadores, há interessados em comprar a fábrica, mas “nunca houve acordo com os proprietários”, sublinhou Manuel Paulino, referindo que o próximo passo será uma deslocação a Lisboa.

O Sindicato da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos e uma delegação de trabalhadores da Alardo pretendem agendar encontros com o Ministério da Economia e os grupos parlamentares da Assembleia da República.
http://economia.publico.pt/Noticia/aguas-do-alardo-sem-electricidade-e-com-ordenado-dos-trabalhadores-em-atraso_1465526

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