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10/11/2010

Groundforce vai encerrar a operação na base de Faro onde trabalham cerca de 300 pessoas

Raquel Almeida Correia

A Groundforce vai tomar medidas para travar a derrapagem das contas, que insistem em manter-se no vermelho.
O PÚBLICO apurou, junto de fontes próximas do processo, que o plano passa pelo encerramento da unidade que detém em Faro, onde trabalham mais de 300 pessoas.

A empresa de handling, detida a 100 por cento pela transportadora aérea estatal TAP, apresentou perdas de 12,2 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2010 e decidiu reduzir drasticamente os custos.

Os serviços prestados pela Groundforce, que chegou a ter como accionista os espanhóis da Globalia e está, neste momento e temporariamente, sob controlo da TAP, deverão passar para as mãos da Portway, empresa de assistência a bagagens detida pela ANA, que também pertence ao universo do Estado.

A Groundforce, através de comunicado enviado ontem às redacções, deu entretanto conta de que, amanhã, vai "revelar (...) um conjunto de medidas destinadas a reforçar a viabilização" da empresa. Este encontro irá contar com a presença do seu administrador-delegado, Fernando Melo, e vai servir para anunciar o encerramento da unidade instalada no aeroporto de Faro.

A Groundforce possui actualmente bases operativas de assistência a bagagens no Porto, Lisboa, Faro, Porto Santo e Funchal. Trabalha para cerca de duas centenas de companhias aéreas. Os dados mais recentes apontam para a assistência a 17 milhões de passageiros e a gestão de 120 mil toneladas de carga que passam pelos aeroportos onde a companhia presta os seus serviços.

A existência autónoma da Groundforce remonta a 1982, quando a TAP, numa lógica de reorganização das suas divisões e destaque das unidades que podiam funcionar sozinhas, decidiu criar uma empresa a partir do então Departamento de Operações em Terra.

A principal concorrente da Groundforce na assistência nos aeroportos portugueses é a Portway.

A empresa participada pela TAP integra o universo de companhias públicas que vão ter que cortar 15 por cento nos seus custos operacionais, no âmbito do plano de austeridade gizado pelo Ministério das Finanças.

Ontem, o secretário de Estado dos Transportes, Correia da Fonseca, disse que o corte dos operadores do sector pode passar também pela redução da oferta, que em algumas situações "está desadequada". Carris, STCP, CP ou os metros de Lisboa e do Porto são algumas das mais de 90 empresas públicas abrangidas pelo objectivo de reduzir 15 por cento dos custos.

Ontem, realizou-se uma reunião entre os presidentes dos operadores de transportes públicos detidos pelo Estado e o ministro da tutela, António Mendonça, além do secretário de Estado dos Transportes.

Entre as medidas já definidas no âmbito do Orçamento do Estado para 2011 e transmitidas às empresas do SEE estão a redução de 20 por cento do número de membros dos órgãos de administração, chefia e direcção, e também uma descida média de cinco por cento dos salários dos trabalhadores destas empresas que recebem em termos brutos mais do que 1550 euros por mês.

http://economia.publico.pt/Noticia/groundforce-vai-encerrar-a-operacao-na-base-de-faro-onde-trabalham-cerca-de-300-pessoas_1465240

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