Os alunos do primeiro ciclo do centro da cidade são obrigados a almoçar fora diariamente porque as escolas não têm cantinas, nem refeitórios. Um serviço extra que chega a custar cerca de 100 euros mensais aos pais, que se queixam de discriminação.
É que a autarquia fornece as refeições nos jardins-de-infância, num total de 1000 almoços diários, no âmbito do complemento de apoio à família, e comparticipa o serviço nas escolas dos bairros periféricos e nas freguesias rurais prestado por Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) ou Juntas.
"Trata-se de uma rede municipal de ATL criada onde não há resposta privada. Além disso, as cinco escolas em causa (nr: escolas Augusto Gil, Espírito Santo, Adães Bermudes, Sta. Zita e Bonfim) não têm cantinas, pelo que não é possível servir almoços", refere o vereador com o pelouro da Educação, Virgílio Bento.
O autarca acrescenta que nesta zona "há instituições que prestam esse serviço" e considera não haver discriminação: "Se fosse a Câmara a fornecer refeições estaria a fazer concorrência aos ATL, que teriam certamente que fechar", justifica.
De resto, o vereador adianta que a associação de país da Escola Augusto Gil ficou de apresentar uma proposta para resolver o problema e ainda não o fez.
De resto, o vereador adianta que a associação de país da Escola Augusto Gil ficou de apresentar uma proposta para resolver o problema e ainda não o fez.
Quem não entende a situação é Natércia Ferreira. Esta mãe critica o facto do seu filho ter que sair da escola para almoçar. "É uma competência da Câmara fornecer as refeições a todos os alunos do primeiro ciclo e não apenas a alguns", lamenta, assumindo que é "mais um encargo que tenho ao fim do mês de quase 100 euros e outros pais não têm".
"Era mais prático se houvesse uma cantina na escola ou uma forma das crianças almoçarem ali, pois evitava que andassem de um lado para o outro durante o dia. Se não for possível, a Câmara poderia suportar parte das despesas que estes pais são obrigados a assumir", sugere a encarregada de educação ao Jornal de Notícias.
Actualmente, a autarquia gasta cerca de um milhão de euros em refeições.
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