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13/11/2010

Desemprego no Algarve pode superar os 33 mil e atingir taxa de 15%

O desemprego no Algarve pode atingir este Inverno um "quadro muito negativo", com o número de afectados a chegar aos 33 mil e a taxa a atingir os 15%, alertou a União de Sindicatos do Algarve.
 
Desemprego no Algarve pode superar os 33 mil e atingir taxa de 15%
Groundforce é um dos exemplos da crise no Algarve
 
"Se em 2009, com 16 mil desempregados no Verão, chegámos aos 30 mil no Inverno seguinte, e se neste Verão tivemos para cima de 20 mil, significa que seguramente teremos mais de 30 mil desempregados no próximo Inverno. Podemos estar a falar de 33 mil ou 34 mil desempregados no Algarve", afirmou o dirigente sindical António Goulart.
O sindicalista sublinhou que, "há dois anos atrás, valores da ordem dos 20 mil desempregados correspondiam a um sinal de crise gravíssima no Algarve, mas no Inverno", o que "demonstra a gravidade da crise que se vive na região neste momento, porque esses valores foram atingidos em Julho e Agosto (deste ano) e até ultrapassados".
"Em Julho e Agosto tivemos mais desempregados do que no pior mês dos últimos 20 anos, que tinha sido Janeiro de 1996", frisou, acrescentando que "em Setembro os dados oficiais registaram 21.668 desempregados, mais 1055 que estavam em programas ocupacionais".
António Goulart alertou, no entanto, que se tem assistido a um agravamento do desemprego noutras áreas e deu como exemplo o caso da empresa de handling Groundforce, que vai suspender as suas operações no aeroporto de Faro e dispensar os seus 336 trabalhadores.
"Entretanto estão a surgir alguns dados e elementos novos que nos podem obrigar a fazer uma profunda correcção desta estimativa em sentido negativo, porque estamos a assistir ao surgimento de desemprego mais acentuado nalguns sectores, de que é exemplo o que se está a passar na Groundforce", afirmou.
O caso recente de 22 enfermeiras dispensadas de sete centros de saúde da região, a falência sucessiva de pequenas e micro empresas ou a insolvência do grupo Alicoop foram outros exemplos apontados pelo sindicalista.
António Goulart frisou ainda que as medidas de austeridade contidas no Orçamento do Estado para 2011 ou a introdução de portagens na Via Infante (A22) vão "criar um cenário de recessão económica que irá agravar os problemas sociais e o desemprego na região".
"Ao longo dos meses de Verão fomos assistindo à confirmação daquilo que previmos na Primavera, quando dissemos que o Algarve teria no verão um número de desempregados acima dos 20 mil, num quadro em que, há dois anos atrás, valores dessa ordem correspondiam a um sinal de crise gravíssima na região, mas no pico de desemprego de Inverno", insistiu.
O dirigente sindical admitiu ainda que "se com 30 mil desempregados a taxa de desemprego do primeiro trimestre no Algarve foi de 13,6%, com 33 mil, 34 mil ou 35 mil desempregados neste próximo Inverno, (a taxa) vai seguramente chegar aos 15 ou 16%".
"Mas sinceramente espero que estejamos errados nesta nossa previsão, porque a confirmar-se será um cenário muito, muito grave", concluiu o dirigente da estrutura sindical do Algarve, a região do país onde o desemprego mais subiu em 2010.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1709978

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